segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Conformar-se com o Cristo, de modo especial com o Cristo, que dá a vida pelos outros ou abrir-se ao Espírito, artífice do homem novo!




O cristão não é somente alguém que tenta fazer a vontade de Deus, observar sua lei, mas alguém que, antes de tudo, avalia a qualidade de sua fé  ao reconhecer a graça de Deus que está nele. Paulo pede aos coríntios: “Examinai a vós mesmos se estais na fé. Provai-vos a vós mesmos. Não reconheceis que Jesus Cristo está em vós?” (2Co 13,5). 

Ter a fé cristã para Paulo é operar  esse reconhecimento, ter a consciência da presença de Cristo em nós. Tal aspecto é fundamental para a vida espiritual. Muitos cristãos não têm consciência dessa nobreza. Pensam que tal é reservado para os místicos. Devemos dizer que em vários lugares do Novo Testamento aparece a afirmação. Cristo vive no coração do cristão (Gl 2,20) e cria comunhão  com  Deus, o Pai (cf Jo 14,20 e 17,23).

 “Evidente que esta ‘incorporação no Cristo’, esta incorporação do Cristo no cristão é a grande obra do  Espírito Santo  (“ o outro Paráclito”) que manifesta como fruto do seguimento de Cristo o fato que Deus habita no cristão e o cristão em Deus, nisto consistindo o ágape, o amor.  O Espírito derramado em nossos corações  como caridade (cf  Rm 5,5)  faz do cristão uma sarça ardente, na qual os outros homens podem contemplar a figura  no amor que os cristãos sabem viver. “Verifica tuas entranhas: se estão repletas de caridade, então o Espírito de Deus está em ti” (Agostinho)  (E. Bianchi, p. 49).
 
 Podemos sentir melhor o que foi dito quando contemplamos a postura dos mártires quando entregam sua vida ao Senhor. O mártir testemunha que o amor vivido por Cristo é uma amor que vai ao extremo, que o  cristão pode viver por graça:  sua morte  pode ser vivida como um Páscoa e o dom de sua vida por seus irmãos é razão pela qual vale a pena morrer. Felicidade, a mártir romana, no momento de morrer  dirá: É Cristo que sofre em mim”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário