“Arrependei-vos e crede no Evangelho”.(Mc 1,15)
Podemos afirmar que não há tempo
litúrgico na Igreja em que a Virgem Maria esteja ausente. Há, porém,
alguns tempos, como o Advento, em que é mais fácil associá-los à
presença de Nossa Senhora. Cabe lembrar, que Maria é a Mãe da Igreja
(Mater Ecclesiae), portanto, está vinculada, intrinsecamente aos
mistérios de Seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo.
Por ser um tempo marcado essencialmente pela penitência e pela conversão, muitos talvez não associem a Quaresma à presença de Maria Santíssima porque Ela foi criada por DEUS, Imaculada e Santa. Além disso, Sua vida sempre foi fazer a vontade de Deus. Dessa forma, Ela não teve que praticar a Quaresma. Entretanto, a perspectiva da Quaresma é mais ampla e a participação de Maria pode ser compreendida sob outra ótica: ensinar-nos a viver o tempo quaresmal.
Por ser um tempo marcado essencialmente pela penitência e pela conversão, muitos talvez não associem a Quaresma à presença de Maria Santíssima porque Ela foi criada por DEUS, Imaculada e Santa. Além disso, Sua vida sempre foi fazer a vontade de Deus. Dessa forma, Ela não teve que praticar a Quaresma. Entretanto, a perspectiva da Quaresma é mais ampla e a participação de Maria pode ser compreendida sob outra ótica: ensinar-nos a viver o tempo quaresmal.
A Quaresma inicia-se na quarta-feira de
cinzas e termina na quarta-feira da Semana Santa. Com o rito da
imposição das cinzas em nossa fronte, iniciamos um tempo espiritual
muito relevante para todo o cristão católico que quer se preparar
dignamente para viver o Mistério Pascal. Com a imposição das cinzas, o
Sacerdote pronuncia as palavras “Convertei-vos e crede no Evangelho” ( Mc 1,15) e com a expressão “Lembra-te de que és pó e ao pó retornarás”(
Gn 3,19), e nos exorta à reflexão sobre a real necessidade de
conversão, recordando-nos a inexorável senilidade e a efêmera
fragilidade da vida humana, que é sujeita à morte. Por isso, a Igreja,
sabiamente, nos convida a viver esse período de preparação para a
Páscoa, durante o qual buscamos nossa conversão a Deus.
Quaresma é tempo de conversão e sacrifício (jejum), de revisão e mudança de vida;
de escutar com mais atenção a palavra de DEUS (oração); tempo de viver o
amor de DEUS traduzido em obras (a caridade e a esmola); é o tempo de
cumprir as promessas que fizemos no dia do nosso Batismo.
Esse período nos recorda as diversas “quarentenas” citadas na Bíblia,
por exemplo: os 40 dias em que Jesus passou no deserto; os 40 dias do
dilúvio e dos 40 anos de caminhada do povo israelita pelo deserto rumo à
Terra Prometida etc.
A cor litúrgica deste tempo é o roxo que simboliza a penitência e a contrição.
A Santa Madre Igreja nos orienta três práticas penitenciais
para vivermos esse período (jejum, oração e esmola) as quais estão
profundamente enraizadas nas Escrituras (ex:Tb 12,8, Mt 6,1-18) e na
Tradição da Igreja. Dessa forma, nós católicos devemos nos preparar para
vivermos, da melhor maneira, este tempo.
Sabemos
que é bem mais difícil nos prepararmos para viver a Quaresma do modo
que realmente agrada o coração de Deus, se estivermos sozinhos porque,
como seres humanos limitados, facilmente nos esquecemos dos nossos
propósitos e logo abandonamos a busca constante da nossa conversão. Por
essa razão é que procuramos viver a Quaresma acompanhados por Maria Santíssima.
A vivência da quaresma em Sua companhia materna nos auxiliará a
participar mais frutuosamente do mistério da Páscoa, que é o mistério
central da nossa fé: Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus
Cristo.
Muito embora a figura de Maria apareça de forma discreta e
silenciosa, por meio de Seu exemplo, podemos notar, imediatamente em Maria, as três virtudes essenciais que estão diretamente ligadas às práticas da Quaresma:
1- Silêncio (escutar e colocar em prática a Palavra de DEUS);
2- Caridade ou solidariedade (Maria Santíssima parte apressadamente a caminho da casa de Isabel para ajudá-la);
3- Penitência (participou do rito de Purificação, mesmo estando desobrigada).
Importante, também,
observar a associação tão perfeita das orientações para a Quaresma com a
mensagem de Nossa Senhora em Fátima aos três pastorinhos, em sua última
aparição em 13 de outubro de 1917 e também na mensagem de Nossa Senhora
Rosa Mística, em 3 de julho de 1947 em Montichiari a Pierina Gilli: “Quero
que continuem sempre a rezar o terço todos os dias… é preciso que se
emendem que peçam perdão dos seus pecados… Não ofendam mais a Deus Nosso
Senhor, que já está muito ofendido”.
“…Enquanto
Santa Maria Crucifixa falava, a linda Senhora aproximou-se de mim, diz
Pierina, então pude enxergar duas espessas lágrimas que corriam de seus
olhos e percebi a sua doce voz que dizia:“Oração, sacrifício e
penitência”.”
Lembremo-nos de
que a Quaresma é um tempo de livre empenho no seguimento de Cristo e de
que Nossa Senhora nos chama à mudança de vida. Maria Santíssima é o
exemplo de quem medita e ouve a Palavra de Deus. Maria é obediente à
vontade do Pai. Ela também caminha em direção à cruz.
Maria é a premissa e o modelo de atitude que devemos tomar não somente na Quaresma, mas em todos os tempos de nossas vidas.
Com Ela aprenderemos andar no caminho da oração, do jejum, da caridade,
do recolhimento e do silêncio. Maria é o caminho que nos leva a Jesus.
Que
nesta Quaresma, cresça em nós o amor filial Àquela que, aos pés da
Cruz, nos deu seu Filho Amado para nossa salvação. Caminhemos com Maria
meditando os mistérios do Santo Rosário, praticando a devoção das sete
dores da Virgem Maria, rezando a Ladainha de Nossa Senhora e outras
orações que honrem Nossa Senhora e Nosso Senhor Jesus Cristo!
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