E que fruto espera de nós o Senhor?
Qual
é o fruto que verdadeiramente permanece?
Caríssimos
que tendes já uma rica experiência: Olhai, atentamente, para a vossa vida e
vede: de tudo o que passa, o que é que fica?
De
tudo o que produzis, que fruto é que vos sobra?
O
que é que permanece, depois de tudo aquilo que desaparece?
Não
permanece o dinheiro! Também os edifícios das nossas casas, não permanecem,
mesmo se construídas à prova de bala e pagas com tanto custo!
E,
por exemplo, os bons livros permanecem? Porventura, mais algum tempo! Mas,
depois de um certo tempo, mais ou menos longo, todas estas coisas desaparecem…
A
única coisa, o fruto que permanece eternamente é a alma da pessoa humana,
criada por Deus, para a eternidade.
Todos
nós somos fruto de um pensamento amoroso de Deus.
Não
somos obra do acaso. Por isso, o fruto que permanece é tudo quanto semeámos nas
almas humanas: o amor, o conhecimento, o gesto capaz de tocar o coração, a
palavra que abre a alma à alegria de viver.
O
que permanece não é, pois, qualquer coisa, obra ou produto do nosso trabalho.
É
o fruto do nosso amor! O amor é, portanto, o verdadeiro fruto que permanece; o
amor é o fruto que Deus espera de nós!
A
história mostra-nos, que se alcança normalmente Jesus, através da Igreja! Claro
é a Primeira leitura deste domingo.
Para
Paulo, a adesão à Igreja foi propiciada por uma intervenção direta de Cristo.
Tendo-Se este revelado no caminho de Damasco, identificou-Se com a Igreja e
fez-lhe compreender que perseguir a Igreja era perseguir o Senhor. De fato, o
Ressuscitado disse a Paulo, o perseguidor: "Saulo, Saulo, porque me
persegues?" (At 9, 4). Perseguindo a Igreja, perseguia Cristo. Então
digamos, com toda a clareza: Paulo converteu-se, ao mesmo tempo, a Cristo e à
Igreja.
Mesmo
se este contato, no seu caso, foi contraproducente, não causou a adesão, mas
uma violenta repulsa. (V. 1) De qualquer modo, Paulo encontrou a Igreja, antes
de encontrar Jesus.
Portanto,
antes de anunciar a Boa Nova de Jesus Cristo, Paulo encontra-O pessoalmente no
caminho de Damasco e frequenta-O na Igreja, observando a sua vida nos Doze e no
grupo daqueles que O seguiram pelos caminhos da Galileia.
O
amor dos cristãos frutifica na conversão de Paulo.
Nosso
Amor esta frutificando na Igreja e no mundo ...Quantos se encontraram com
Cristo com a Igreja através de meu testemunho de Amor.
Está
em jogo aqui e, como sempre, a nossa relação de comunhão: a comunhão vertical
entre Jesus Cristo e cada um de nós, e também a comunhão horizontal entre todos
os que "invocam o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo"
Por
isso, eu diria que o testemunho de Paulo, nos permitirá deduzir algumas
conclusões práticas, para a nossa vida cristã:
a)
O
mais importante é colocar no centro da própria vida, Jesus Cristo, de
modo que a nossa identidade se distinga essencialmente pelo encontro, pela
comunhão com Cristo e com a sua Palavra. Trata-se de permanecer n’Ele! Não há
novo ardor na evangelização, se não há uma relação de amor forte com Ele, uma
paixão ardente por Cristo! Quando falta esta paixão, faltam as raízes, esmorece
a missão, às vezes sob o falso pretexto de uma qualquer falha de um irmão.
b)
É
no seio da comunidade que ganha crédito o nosso testemunho e é, por
meia dela, que recebemos e podemos dar Cristo, aos outros! Não se pode
permanecer na Videira, sem permanecer nos seus ramos. Não se pode permanecer em
Cristo, sem permanecer nos outros. Não se pode estar unido à Cabeça, fora do seu
Corpo. Trata-se de permanecer na comunidade. Ninguém se torna cristão sozinho.
Como ninguém poderá anunciar Cristo, por sua própria conta e risco. Sem Ele,
nada podemos fazer, é certo; mas sem a comunidade, a nossa missão não dará
fruto, que permaneça!
c)
Permanecer
na Igreja implicará, muitas vezes, deixar-se podar, para
frutificar ser capaz de sofrer com a Igreja, de sofrer pela Igreja e
até de sofrer por causa dela. Quando falta a disposição para o sofrimento,
entre os que evangelizam, falta o essencial da prova da verdade, com que a
Igreja se confronta.
Peçamos
então ao Senhor, que a nossa participação no seu amor, através da seiva da
Eucaristia, nos dê a graça de permanecer em Cristo, de permanecer na Igreja,
enfim, de permanecer no amor e, deste modo, poder falar a todos os homens, com
firmeza, e em nome do Senhor!
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