Vivemos nos dias de hoje em um tempo de modismo, os jovens querem tudo
que está na moda, alguns vão à igreja por achar legal dizer que é cristão, ouvi
certa vez uma frase que achei muito interessante colocá-la aqui, que diz;
"hoje em dia é moda ser cristão", muitas pessoas dizem ser crentes só
porque frequentam uma igreja, se você é uma dessas pessoas tenho algo a te
dizer.
Ser cristão é um estilo de vida, não é algo que você curte, nem algo
que você faz por questões religiosas, não é apenas acreditar em alguma coisa,
ser cristão é optar por um estilo de vida diferente de tudo o que o mundo diz
ser certo, ser cristão é abrir mão das suas próprias vontades e viver a vontade
de Deus, ser cristão é andar na contramão do mundo, ser cristão apenas é:
Seguir os passos de Cristo, abrindo mão do que o mundo lhe oferece mesmo
parecendo atraente aos seus olhos.
Jesus nos diz: «Vós sois o sal da terra. Vós sois a luz do mundo»!
Mateus 5, 13-16. Duas imagens, de alta
definição, para ilustrar a identidade do cristão! Toda a gente sabe que o sal
serve, sobretudo, para dar sabor à comida e para preservar os alimentos da corrupção.
Dito assim, os discípulos de Jesus hão de contribuir para que as pessoas
saboreiem a beleza de uma vida, cheia de alegria, sem cair na corrupção. E nem
mesmo deixar-se orientar, nem desfrutar da vida, no meio da obscuridade.
Os discípulos de Jesus devem refletir no mundo a luz de que este
precisa, para nos orientarmos na justa direção e caminharmos na esperança. E é
impressionante a amplitude da missão que Jesus confia a discípulos “cheios de
fraqueza e de temor”: uma Terra inteira a salgar e o mundo todo a iluminar. Num
caso, como noutro, Jesus sabe bem que basta um pequeno fósforo aceso na noite,
para a muitos iluminar e que uma pitada de sal é bastante para dar a tudo um
outro sabor.
Mas perguntemo-nos agora: que têm de comum estas duas belas imagens de
alta definição do cristão? Procuremos individuar três semelhanças:
Para ser sal ou para ser luz, é preciso sair para fora de si e agir!
Se permanecer isolado num recipiente, o sal não serve para nada! Só quando este
entra em contato com os alimentos e se dissolve na comida é que pode dar sabor
aos alimentos. O mesmo sucede com a luz. Se permanecer encerrada e oculta, não
pode iluminar ninguém! Ela cumpre a sua missão quando se projeta como a luz de
um farol ao longe, que ilumina o caminho no meio da tempestade, ou como a luz
de uma candeia, ao perto, que ilumina os pequenos espaços de escuridão nas
nossas vidas. Conclusão muito simples e muito prática: um cristão isolado do
mundo, a cheirar a naftalina, não pode ser nem sal nem ser luz.
Portanto, o remédio é fugir de uma Igreja encerrada em si mesma,
paralisada pelos seus medos e afastada dos problemas e sofrimentos humanos.
Saiamos, por toda a parte, para dar sabor e curar a vida triste e ferida de
tantas pessoas! Saiamos, iluminados pelo Evangelho, “para que nenhuma periferia
fique privada da Sua luz”
Mas o sal e a luz têm outra coisa em comum: ambos são para os outros.
O sal não se tempera a si mesmo e a luz não se ilumina a si própria. O sal
aumenta à medida que se espalha! E uma luz que não se apega, também se apagará.
Portanto, o desafio é claro: sê uma missão na tua terra; espalha, à tua volta,
a partir do teu metro quadrado de vida, o sal do Evangelho, que preserva da
corrupção. Mas não queiras conservar-te a ti mesmo! Ilumina, ao teu redor, com
a luz do Evangelho, mas defende-te da tentação de te iluminares a ti próprio,
sob o risco de te encandeares! Aprende da Lua em relação ao Sol: reflete a luz
recebida!
Por último, gostaria de destacar outro ponto em comum: tanto o sal
como a luz podem vir a perder a sua força! Como evitar então o cristão com
cheiro a naftalina, insosso e apagadinho? É preciso estar sempre ligado,
conectado ao Senhor, sobretudo pela oração, que nos ilumina o coração, e pelos
sacramentos, que nos dão a saborear a bondade de Deus. Poderás fazer muitas
obras, inclusive obras de misericórdia, poderás fazer muitas coisas grandes
pela Igreja, mas se estás desligado da fonte, se estás desconectado do teu
Senhor, depressa a energia que te move desaparecerá e ficarás, sem força e na
escuridão.
É precisamente esta comunhão com o Senhor, a verdadeira fonte de
energia, que carrega a tua bateria, que dá força ao sal e vida à luz. Por isso,
no fim, nos dizia o Senhor: «assim deve brilhar a vossa luz, para que vendo as
vossas obras glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus». Por outras palavras, é
preciso voltares sempre Àquele que te concede o sal e a luz! Quanto mais os
receberes, mais os darás!
E quanto mais os deres, mais os receberás! É assim o
cristão de alta definição!
Padre Emílio Carlos Mancini+
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