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«São cegos a conduzir outros cegos»
S. Mateus 15,1-2.10-14.
Naquele tempo, aproximaram-se, então, de Jesus alguns fariseus e doutores da Lei, vindos de Jerusalém e disseram-lhe: «Porque transgridem os teus discípulos a tradição dos antigos? Pois não lavam as mãos antes das refeições. »
Jesus chamou, depois, a multidão para junto de si e disse-lhes: «Escutai e tratai de compreender!
Não é aquilo que entra pela boca que torna o homem impuro; o que sai da boca é que torna o homem impuro.»
Os discípulos aproximaram-se dele e disseram-lhe: «Sabes que os fariseus ficaram escandalizados, por te ouvirem falar assim?»
Ele respondeu: «Toda a planta que não tenha sido plantada por meu Pai celeste será arrancada.
Deixai-os: são cegos a conduzir outros cegos! Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão nalguma cova.»
Reflexão:
«São cegos a conduzir outros cegos»
Quando, nos últimos dias, o Verbo de Deus nasceu de Maria revestido de carne e Se mostrou neste mundo, aquilo que se via d'Ele era outra coisa que não aquela que a inteligência podia discernir. Ver a Sua carne era evidente para todos, mas o conhecimento da Sua divindade era dado apenas a alguns. Do mesmo modo, quando o Verbo de Deus Se dirige aos homens através da lei antiga e dos profetas, apresenta-Se coberto com as vestes adequadas. Na Sua encarnação, vestiu-Se de carne; nas Sagradas Escrituras, está vestido com o véu das letras. O véu das letras é comparável à Sua humanidade, e o sentido espiritual da Lei à Sua divindade. No livro do Levítico encontramos os ritos do sacrifício, as diversas vítimas, o serviço litúrgico dos sacerdotes [...]; bem-aventurados os olhos que vêem o Espírito divino oculto no interior do véu. [...]
«Quando alguém se vira para o Senhor, diz o apóstolo Paulo, o véu é tirado, pois onde está o Espírito do Senhor há liberdade» (2Cor 3,17). É, portanto, ao próprio Senhor, ao próprio Espírito Santo, que devemos rezar para que Ele Se digne remover toda a obscuridade e que possamos contemplar em Jesus o admirável sentido da Lei, como aquele que disse: «Abri os meus olhos para que possa contemplar as maravilhas da Vossa Lei» (Sl 118,18).
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