AS VIRTUDES
A Fé é como uma raiz da qual nascem todas as demais virtudes.
A Santa Madre Igreja nos ensina muitas coisas para nossa salvação é por isso que devemos receber como meios de alcançar a vida
eterna.
Agora precisamos aprender como devemos agir. Já que Deus
nos deu tantas coisas boas, é normal que procuremos viver dentro de Sua
Lei, praticando o bem, amando a Deus e ao próximo. Para nos ajudar a bem
agir, Deus nos dá uma grande ajuda, soprando dentro de nossas almas as
Virtudes e os Dons do Espírito Santo.
[A
natureza humana é dotada de forças habituais, enraizadas, muitas
vezes adquiridas pela repetição constante dos atos correspondentes.
Essas forças são chamadas habitus. Os habitus podem ser bons ou maus. Habitus bom, chama-se virtude. Habitus mau
chama-se vício. Estamos, aqui, falando da natureza, forças comuns a
todos os homens, virtudes naturais. Quando, porém, é o próprio Deus
quem sopra em nossas almas essas virtudes, elas já não vem da
natureza e já não são comuns a todos os homens. Elas passam a se
chamar virtudes sobrenaturais ou infusas, por ter em Deus sua fonte e
por ter a Deus por referência, quando praticamos os seus atos. Assim,
uma pessoa pode ser boa por virtude natural de bondade. Esta virtude lhe
trará o reconhecimento e o aplauso dos homens, mas não terá nenhum
vínculo direto com sua salvação eterna. Quando, pela graça
santificante, a virtude é sobrenatural, além do aplauso dos homens,
ela terá o aplauso de Deus e lhe servirá para a vida eterna. Essa
distinção entre ordem natural e ordem sobrenatural é muito
importante.]
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As
virtudes são, então, como que uma força habitual, que não desaparece
com facilidade, que nos leva a viver retamente, praticando o bem e
evitando o mal. Elas sempre acompanham a graça santificante. Nós
recebemos as virtudes pela primeira vez na hora do Batismo. Depois,
quando pecamos gravemente, perdemos todas aquelas jóias de Deus. Mas a
Confissão, devolvendo a graça, devolve também as virtudes que tínhamos
perdido pelo pecado.
Quando
nós não praticamos atos de virtude, acabamos adquirindo na alma uma
força má, que é o contrário da virtude. Esta força má chama-se vício.
Os vícios também são muito difíceis de desaparecer da alma. Por isso é
preciso muito esforço para não deixar eles entrarem na nossa alma, pois
nos levam ao pecado.
Como nós veremos adiante, existem virtudes que nos levam a conhecer e amar a Deus - são as virtudes teologais, a Fé, a Esperança e a Caridade.
Mas também existem muitas outras virtudes que nos levam a agir corretamente em tudo o que fazemos. São as virtudes cardeais: Prudência, Justiça, Força e Temperança.
Cada
uma dessas sete virtudes, três teologais e quatro cardeais, traz
consigo outras virtudes.Por exemplo: praticando atos da virtude de
Força, poderemos também agir com Coragem. Já a virtude de Temperança nos ajuda a praticar a Castidade ou ainda a Humildade.
E assim por diante. Vamos estudar uma série dessas virtudes, o que nos
ajudará a conhecer melhor o fundo de nossas almas, para seguir sempre o
caminho do amor de Deus.
As Virtudes Teologais
As
Virtudes Teologais, como o nome indica, são as virtudes que nos fazem
agir bem em relação a Deus. Elas são essencialmente sobrenaturais, pois,
além de serem dons divinos, elas se dirigem a Deus nos seus atos. E
isso deve nos levar a agradecer muito a Deus. Além de nos ajudar a
praticar os atos de virtude necessários para o nosso dia a dia, Nosso
Senhor nos infunde na alma virtudes tão especiais que nos levam à sua
intimidade, nos devolve a imagem e semelhança divinas que perdemos pelo
pecado. Vamos ver como isso se realiza.
A Virtude da Fé
Nosso
Pai Celeste revelou-nos os seus segredos divinos. Tudo o que Ele diz é
verdade, pois Ele é a Verdade Eterna; Deus não pode nem se enganar nem
nos enganar. Por isso devemos aceitar como verdade tudo aquilo que Deus
nos revelou, sabendo com segurança que tudo é verdade, e edificar nossas
vidas sobre esta base: Devemos crer em Deus.
Deus
se revelou no Antigo Testamento pelos profetas. Mas, principalmente,
Deus se revelou por seu próprio Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo.
Somente quem conhece Jesus conhece também o Pai. Por isso devemos ouvir a
palavra de Jesus Cristo, que é o Evangelho, e nas nossas orações sempre
meditar e pensar na sua vida, paixão, morte e ressurreição. Foi a Santa
Igreja Católica que recebeu de Deus autoridade para nos ensinar tudo
aquilo que Deus nos revelou. Devemos obedecer à Igreja, seguir seus
mandamentos, suas regras de vida e acreditar em tudo o que ela nos manda
crer.
Não
podemos crer, ou seja, praticar atos de Fé, sem a graça de Deus. Por
isso, devemos sempre pedir a graça santificante. No Batismo, o Divino
Espírito Santo nos deu o dom da Fé. A Fé é como os olhos da alma, com
os quais podemos perceber, desde já, os mistérios divinos que
contemplaremos face a face no céu.
A vida de Fé
Não
podemos viver sempre na infância. Assim como crescemos e devemos
aprender as coisas de gente grande, assim também devemos crescer na Fé e
no conhecimento de Deus. Para isso devemos estudar a santa doutrina,
no catecismo, e nas leituras, conferências, ouvindo atentamente o sermão
do padre. Não esqueçam que vivemos numa época em que as pessoas se
acham capazes de ler qualquer coisa que lhes aparece. E vão trazendo o
mal da dúvida para seus corações. Quando o padre dizia: não leia tal
livro, ele sabia que a salvação eterna daquelas almas estava em perigo. E
não basta crer no íntimo do coração. Devemos também professar a nossa
Fé publicamente. Nunca devemos negar a Fé em Deus. Eis o que Jesus disse
sobre isso: «Aquele que me confessar diante dos homens, eu o
confessarei diante de meu Pai que está nos céus; mas aquele que me negar
diante dos homens, a este negarei eu também diante de meu Pai».
Os Pecados contra a Fé
Pecamos contra a Fé quando deixamos ela de lado, esquecendo das coisas de Deus, ou quando a colocamos em perigo. Por exemplo:
quem
raramente ou nunca vai a Missa; quem não estuda o Catecismo; quem lê
livros que ensinam coisas erradas sobre Deus e sua Igreja;
peca
contra a Fé, principalmente, quem admite dúvidas contra aquilo que
aprendemos da Santa Igreja Católica; hoje é comum ouvir: eu sou
católico, mas não acredito nesse ponto ou naquele. Há muitos que não
acreditam em Adão e Eva, que não acreditam no inferno, ou no demônio.
Outros não crêem mais na Presença Real de Jesus na Hóstia consagrada.
Eles escolhem do dogma católico o que lhes convém. É esse o sentido da
palavra heresia: escolher, separar por opiniões próprias. O
pecado mais grave contra a Fé comete quem a renega, abandonando a Igreja
Católica, passando para falsas religiões.
Quem possui a virtude da Fé?
A
virtude da Fé é própria dos viajantes e peregrinos. Assim são chamados
os que ainda vivem neste mundo, onde temos por obrigação trabalhar para
alcançar a Pátria verdadeira, no Céu. A Fé, sendo um conhecimento
obscuro de Deus, nos faz conhecer com um véu impedindo a visão total. No
céu, a visão será face a face, não haverá mais véu. A visão substitui a
Fé. Os santos do Paraíso não precisam mais da Fé, pois vêem a Deus tão
bem quanto Ele nos vê.
Mas
aqueles que escolhem alguns pontos do Depósito Sagrado e rechaçam
outros não têm mais fé, deixam de ser católicos. Isso é muito sério e se
explica: o fundamento da Fé não é a evidência científica das verdades
reveladas, mas sim o fato de serem reveladas por Deus. É o
princípio de autoridade que fundamenta a Fé. Ora, se uma pessoa nega um
dos pontos que seja, está recusando a autoridade daquele que revela.
Passa a aceitar os demais pontos, não porque Deus é infalível, mas
porque lhe interessa aceitar. A própria pessoa passa a ser o critério da
verdade, o que faz dela seu próprio deus. E ela não é mais católica.
Vemos
também que a Fé nos ajuda a praticar os três primeiros mandamentos da
Lei de Deus: tendo Fé, amaremos a Deus sobre todas as coisas, nunca
diremos nada contra Deus e encontraremos muitas alegrias indo à Missa
aos Domingos e rezando todos os dias.
A Fé é como uma raiz da qual nascem todas as demais virtudes.
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