Amai os pobres e a pobreza, porque por este amor tornar-vos-eis verdadeiramente pobres, tal como está dito nas Escrituras: tornamo-nos aquilo que amamos (cf Os 9,10). O amor torna os amantes iguais: «Quem é fraco, sem que eu o seja também?», pergunta São Paulo (2Cor 11,29). Poderia ter perguntado: «Quem é pobre, sem que eu o seja também?», porque o amor tornava-o igual àqueles a quem amava. Portanto, se amais os pobres, sereis verdadeiramente participantes na sua pobreza, e pobres como eles. Assim, se amais os pobres, ide com frequência para o meio deles: tende prazer em os receber em vossas casas e em visitá-los; conversai de bom grado com eles, ficai felizes por eles se aproximarem de vós na igreja, na rua ou em qualquer outro local. Sede pobres de língua para com eles, falando-lhes como a amigos, mas sede ricos de mãos, largamente lhes dando dos vossos bens, pois os tendes em muito maior abundância.
Quereis fazer ainda mais? Tornai-vos servos dos pobres; ide servi-los [...] com as vossas próprias mãos [...] e a expensas vossas. Maior triunfo há neste serviço do que na realeza.
São Francisco de Sales (1567-1622), bispo de Genebra, doutor da Igreja
Introdução à vida devota, parte 3, cap. 15
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