“Manifestação do Senhor”
Deus se manifesta aos povos.
Celebramos a Epifania, isto é, a Manifestação do Senhor.
Deus se comunicou enviando a nós Seu Filho. Não foi só uma conversa.
A
Humanidade recebeu um grande dom: participar da Natureza Divina, como o
Filho de Deus participa da Humanidade.
Esta festa é celebrada em quatro
momentos: Natal, Magos (Epifania), Batismo de Jesus e bodas de Caná. Na
celebração de hoje lembramos a revelação do segredo: “Todos os povos são
admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo” (Ef 3,2-6).
O
Evangelho é para todos, não é exclusivo de um povo nem de uma cultura. O
profeta Isaias anunciou um futuro grandioso para Jerusalém. Ela é um
símbolo do Reino para o qual os povos se encaminham (Is 60, 1-6). A
vinda dos Magos a Belém é o cumprimento da abertura do Evangelho a
todos. Rezamos: “Vós enviastes vosso Filho como luz para iluminar todos
os povos no caminho da Salvação” (Prefácio).
Fomos recriados na luz
eterna de Sua Divindade.
Esta festa tem muitos símbolos:
Os Magos seguem
a estrela. Jesus é a estrela de Belém.
Os Magos são um símbolo que
manifesta o acolhimento de Jesus pelos povos. A fé deverá chegar a todos
por mais diferentes que sejam.
Encontramos aqui uma orientação:
Respeito à diferença dos povos em suas culturas. Acolher as culturas e
não fazer um cristianismo ligado a uma cultura especial. A evangelização
deverá ir também ao encontro dos que se afastaram por ideologias ou por
modelos de Igreja que se distanciam do Reino. Mas é preciso usar a
simplicidade da Encarnação.
Suas ofertas simbolizam o reconhecimento de
Cristo como Deus (incenso), como Senhor (ouro) e como Homem das dores
(mirra).
Um pecado que se repete
A história tem muito a ensinar. Se a Igreja se fechar e
não partir para a missão universal, prejudicará a si e à evangelização.
Pior é o desconhecimento das culturas e a imposição de modelos
estrangeiros como único meio de transmissão da fé.
O modo de ser Igreja
não é único, pois o Reino de Deus não se identifica com uma cultura
particular. Jesus nasceu no povo judeu. Nós, mesmo tendo muitos
elementos judaicos, não vivemos um cristianismo como o Antigo
Testamento.
Vivemos um modo de viver a fé formado na cultura romana. O
que nos une é a fé e não as formas exteriores. É preciso não identificar
o Reino com ideologias políticas, econômicas e sociais. Encontramos
também a rejeição da Palavra de Deus encarnada e anunciada. É um desafio
para a evangelização. Herodes continua vivo a perseguir o Menino e
matar os inocentes.
Coração de Rei Mago
A festa da Epifania nos ensina como iluminar todos os
povos. Os Magos buscavam a Verdade, simbolizada pela estrela que os
orientou até Cristo.
Para buscar Jesus, é preciso saber ler os sinais.
Quem é fiel à própria consciência e procura Deus, encontra Jesus. Os
Magos sentiram a alegria da fé e abriram seus tesouros, isto é, puseram
sua vida a serviço dos irmãos.
Contudo, souberam agir a prudência da
serpente que não se deixa envolver. Eles voltaram por outro caminho,
isto é, souberam fazer um caminho novo que é o caminho do Evangelho.
Para os que conhecem a Palavra de Deus e não praticam são como os
doutores que sabiam onde ia nascer Jesus e não foram até lá.
Povos novos
estão encontrando Jesus enquanto os filhos mais velhos estão se
afastando.
Ele nasceu para todos. A festa de hoje abre nosso coração
para a coerência da fé numa evangelização consistente.
Procuremos por
todos os meios buscar o Menino e anunciá-Lo
Leituras:
Isaías 60,1-6;
Salmo 71;
Efésios 3,2-3ª.5-6;
Mateus 2,1-12
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