O que a Igreja diz sobre os novos meios contraceptivos?
1. Para que serve a
união sexual?
Para exprimir o amor entre os cônjuges e para transmitir a
vida humana.
2. Toda relação
sexual tem que gerar filhos?
Não necessariamente. Mas ela deve estar sempre aberta à
procriação. Senão ela deixa de ser um ato de amor para ser um ato de egoísmo a
dois.
3. Uma mulher depois
da menopausa não pode mais ter filhos. Ela pode continuar a ter relações
sexuais com seu marido?
Pode. Pois não foi ela quem pôs obstáculos à procriação. Foi
a própria natureza que a tornou infecunda.
4. Um homem que tenha
o sêmen estéril não pode ter filhos. Mesmo assim ele pode ter relação sexual
com sua esposa?
Pode. Pois não foi ele quem pôs obstáculos à procriação. Foi
a própria natureza que o tornou infecundo.
5. E se o homem ou a
mulher decidem por vontade própria impedir que a relação sexual produza filhos?
Neste caso eles estarão pecando contra a natureza. Pois é
antinatural separar a união da procriação.
6. Quais são os meios
usados para separar a união da procriação?
Há vários meios, todos eles pecaminosos:
a) o onanismo ou coito interrompido: consiste em interromper
a relação sexual antes da ejaculação (ver Gn 38,6-10)
b) os métodos de barreira, como o preservativo masculino
(condom ou “camisinha de vênus”), o diafragma e o preservativo feminino.
c) as pílulas e injeções anticoncepcionais, que são
substâncias tomadas pela mulher para impedir a ovulação.
7. Como é que a
pílula anticoncepcional funciona?
A pílula anticoncepcional é um conjunto de dois hormônios –
o estrógeno e a progesterona – que a mulher toma para enganar a hipófise (uma
glândula situada dentro do crânio) e impedir que ela produza o hormônio FSH,
que faz amadurecer um óvulo.
A mulher que toma pílula deixa de ovular, pois a hipófise
está sempre recebendo a mensagem falsa de que ela está grávida.
8. A pílula é um
remédio para não ter filhos?
Você não chamaria de remédio a um comprimido que alguém
tomasse para fazer o coração parar de bater ou para fazer o pulmão deixar de
respirar.
O que a pílula faz é que o ovário (que está funcionando bem)
deixe de funcionar.
Logo ela não é um remédio, mas um veneno.
9. Quais são os
efeitos desse veneno?
Além de fechar o ato sexual a uma nova vida, a pílula –
conforme estudos realizados – expõe a mulher a graves consequências para a sua
saúde. Eis algumas delas:
·
doenças circulatórias: varizes, tromboses
cerebrais e pulmonares, tromboflebites, trombose da veia hepática, enfarto do
miocárdio;
·
aumento da pressão arterial;
·
tumores no fígado;
·
câncer de mama;
·
problemas psicológicos, como depressão e
frigidez;
·
obesidade;
·
manchas de pele;
·
cefaléias (dores de cabeça);
·
certos distúrbios de visão;
·
aparecimento de caracteres secundários
masculinos;
·
envelhecimento precoce.
·
(Cf. GASPAR, Maria do Carmo; GÓES, Arion
Manente. Amor conjugal e paternidade responsável. 2. ed. Vargem Grande
Paulista: Cidade Nova, 1984, p. 50-51.)
10. É verdade que as
pílulas de hoje têm menos efeitos colaterais do que as de antigamente?
É verdade. Para reduzir os efeitos colaterais, os
fabricantes diminuíram a dose de estrógeno e progesterona presentes na pílula.
Isto significa que cada vez menos a pílula é capaz de impedir a ovulação.
11. Assim as mulheres
de hoje que usam pílula podem ovular?
Podem. E, caso tenham relação sexual, podem conceber.
Mas quando a criança concebida na trompa chegar ao útero,
não encontrará um revestimento preparado para acolhê-la.
O resultado será um aborto.
12. Então a pílula
anticoncepcional é também abortiva?
Sim. Este é um dos seus mecanismos de ação: impedir a
implantação da criança no útero.
Isto está escrito, por exemplo, na bula de anticoncepcionais
como Evanor e Nordette: “mudanças no endométrio (revestimento do útero) que
reduzem a probabilidade de implantação (da criança)”.
A bula de Microvlar diz: “Além disso, a membrana uterina não
está preparada para a nidação do ovo(a criança)”.
13. Em resumo, quais
são os mecanismos de ação das pílulas ou injeções anticoncepcionais?
a) inibir a ovulação;
b) aumentar a viscosidade do muco cervical, dificultando a
penetração dos espermatozóides;
c) impedir a implantação da criança concebida (aborto).
14. Existem dias em
que a mulher não é fértil. Nesses dias o casal pode ter relação sexual?
Pode. Pois ao fazer isso eles não colocam nenhum obstáculo à
procriação. A própria natureza é que não é fértil naqueles dias.
15. O casal pode
procurar voluntariamente ter relações sexuais somente nos dias que não são
férteis, a fim de impedir uma nova gravidez?
Pode, mas deve ter razões sérias para isso. Pois em
princípio um filho não deve ser “evitado”, mas desejado e recebido com amor.
Uma família numerosa sempre foi considerada uma bênção de
Deus (Cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 2373).
16. Como se chama a
abstinência de atos conjugais nos dias férteis?
Chama-se continência periódica. É popularmente conhecida
como “método natural” de regulação da procriação.
Não se deve falar em “planejamento familiar”, pois esse
termo foi criado pelos defensores do aborto, da esterilização e da
anticoncepção. Os documentos oficiais da Igreja nunca usam a expressão
“planejamento familiar”.
Ao contrário, usam paternidade responsável ou procriação
responsável.
17. Que diz a Igreja
sobre a paternidade responsável?
“Em relação às condições físicas, econômicas, psicológicas e
sociais, a paternidade responsável exerce-se tanto com a deliberação ponderada
e generosa de fazer crescer uma família numerosa, como com a decisão, tomada
por motivos graves e com respeito à lei moral, de evitar temporariamente, ou
mesmo por tempo indeterminado, um novo nascimento” (Paulo VI, Encíclica Humanae
Vitae, n.º 10).
18. Dê exemplos de
motivos graves que seriam válidos para se limitar ou espaçar os nascimentos
através da continência periódica.
Nas palavras de Dom Rafael Llano Cifuentes, “já que o
matrimônio se ordena, por sua própria natureza, aos filhos, esta decisão [de
praticar a continência periódica] só se justifica em circunstâncias graves, de
ordem médica, psicológica, econômica ou social”.
As razões médicas “poderiam reduzir-se a duas:
1º) perigo real e certo de que uma nova gravidez poria em
risco a saúde da mãe;
2º) perigo real e certo de transmitir aos filhos doenças
hereditárias”.
“As razões psicológicas estão constituídas por determinados
estados de angústia ou ansiedade anômalas ou patológicas da mãe diante da
possibilidade de uma nova gravidez”.
“As razões econômicas e sociais são aquelas situações
problemáticas nas quais os cônjuges não podem suportar a carga econômica de um
novo filho; a falta de moradia adequada ou a sua reduzida dimensão, etc.
Estas razões são difíceis de avaliar, porque o padrão mental
é muito variado e porque se introduzem também no julgamento outros motivos como
o comodismo, a mentalidade consumista, a visão hipertrofiada dos próprios
problemas, o egoísmo, etc.” (CIFUENTES, Rafael Llano. 274 perguntas e respostas
sobre sexo e amor. 2. ed. Rio de Janeiro: Marques Saraiva, 1993. p. 141.)
19. Um casal poderia
utilizar a continência periódica sem ter nenhum motivo sério para espaçar ou
limitar o número de filhos?
Não. Se fizesse isso estaria frustrando o plano de Deus, que
disse: “Crescei e multiplicai-vos” (Gn 1,22).
Para evitar que o casal decida valer-se da continência
periódica por motivos egoísticos, a Igreja dá aos confessores a seguinte
orientação:
“… será conveniente [para o confessor] averiguar a solidez
dos motivos que se têm para a limitação da paternidade ou maternidade e a liceidade
dos métodos escolhidos para distanciar e evitar uma nova concepção” (PONTIFÍCIO
CONSELHO PARA A FAMÍLIA, Vade-mécum para os confessores sobre alguns temas de
moral relacionados com a vida conjugal, 1997, n.º 12).
20. É mais fácil
educar um só filho do que muitos?
O Papa João Paulo II, quando ainda era cardeal de Cracóvia,
escreveu:
“A família é na realidade uma instituição educadora,
portanto é necessário que ela conte, se for possível, vários filhos, porque
para que o novo homem forme sua personalidade é muito importante que não seja
único, mas que esteja inserido numa sociedade natural. Às vezes fala-se que é
‘mais fácil educar muitos filhos do que um filho único’.
Também diz-se que ‘dois não são ainda uma sociedade; eles
são dois filhos únicos’”(WOJTYLA, Karol. Amor e responsabilidade: estudo ético.
São Paulo: Loyola, 1982. p. 216.)
De fato, o filho único está arriscado a ser uma criança
problema. Recebe toda a atenção dos pais e não está acostumado a dividir.
Poderá ter dificuldade no futuro ao ingressar na sociedade civil.
Já um filho com muitos irmãos acostuma-se desde pequeno às
regras do convívio social. Os irmãos maiores ajudam a cuidar dos menores, e
todos crescem juntos.
21. Quantos métodos
naturais existem para regulação da procriação?
Existem vários métodos usados para se identificar os dias
férteis da mulher, a fim de que o casal possa praticar a continência periódica.
a) o método Ogino-Knauss, ou método da tabela. É o mais
antigo de todos e tem pouca eficácia. Hoje seu uso está abandonado.
b) o método da temperatura. Baseia-se na observação da
temperatura da mulher, que varia quando ocorre ovulação. O aparelho Mini-Sophia
é uma versão eletrônica e computadorizada do uso deste método.
c) o método Billings, que se baseia na observação do muco
cervical, que se torna fluido e úmido nos dias férteis, e seco nos dias
inférteis. Não exige que o ciclo menstrual seja regular. Pode ser usado pelos
casais mais pobres e mais incultos.
22. É verdade que o
método Billings “não funciona”?
“Não funciona” para os fabricantes de anticoncepcionais, que
não querem perder seus lucros. Mas a Organização Mundial de Saúde (OMS)
declarou que a eficiência do método é de 98,5 %.
Ele foi testado em diversos países como Filipinas, Índia,
Nova Zelândia, Irlanda e El Salvador.
23. Mas não é muito
mais cômodo tomar a pílula anticoncepcional do que abster-se de relações
sexuais em certos dias?
Sem dúvida é mais cômodo. Mas o verdadeiro amor se prova
pelo sacrifício.
24. E se a mulher
engravidar apesar de praticar a continência periódica?
O filho deve ser recebido com amor e alegria. Aliás, o casal
já deveria estar contando com esta possibilidade. A atitude de abertura à vida
é fundamental para o verdadeiro amor.
Pe. Luiz
Carlos Lodi da Cruz
Presidente do
Pró-Vida de Anápolis
Anápolis, 19 de abril
de 2010
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