Quais são nossas prioridades? Estamos sendo fiéis a nossos
valores?
Vivemos na sociedade da urgência, há pressa para tudo, precisamos das
coisas para “ontem”. Prazos para cumprir, metas a alcançar… Nada pode esperar.
Além disso, nossa agenda está repleta, não há mais espaço para nenhum evento.
Então, em meio a tantas atividades e urgências, surge uma pergunta
interessante: Quais são nossas prioridades? Estamos sendo fiéis a nossos
valores?
Jesus faz uma afirmação contundente logo após nos ensinar a rezar o
Pai-Nosso: “Onde está teu coração aí está teu tesouro” (São Mateus 6, 21). Esta
afirmativa vai nos ajudar a direcionar nossa vida em meio ao caos que vivemos.
Aliás, vivemos ou existimos? “Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das
pessoas apenas existem”.
Muitas vezes, na correria do dia a dia, esquecemos que somos humanos,
que temos coração e sentimentos, e o mais importante, nem sequer lembramos que
professamos uma fé. Por isso a afirmação de Jesus: “onde está teu coração aí
está teu tesouro”.
Por diversas ocasiões, nosso coração pula de “galho em galho”, isso
quando não cria asas e voa longe da base de nossas estruturas fundamentais.
A
urgência e as atividades cotidianas demasiadas são como paraquedas usados para
nos desterrar e nos distanciar dos valores fundamentais.
Quantas vezes, nos
pegamos longe da confissão e da Eucaristia?
Longe da intimidade com Deus e da oração diária? Quantas desculpas
esfarrapadas inventamos para deixar de ir à igreja? A missa? Isso demostra que
nosso coração já alçou voo há muito tempo desses princípios de vida, tidos como
indispensáveis desde a infância.
Assim, a terra habitada por Jesus, em nosso
coração, vai ganhando ídolos e mais ídolos. Um programa de TV é mais importante
de que a oração de um terço; a partida de futebol se torna prioridade em vez do
encontro de jovens na igreja; o video-game substituiu a leitura cristã; as
noites de sexta-feira se tornaram rotina e trocamos a doce fragrância de Cristo
pelo hálito de cerveja e bebidas alcoólicas. Tudo vai ganhando destaque em
nossa vida, e Aquele que deu a vida por nós é colocado em segundo plano.
Deste modo, com o passar do tempo, nosso coração assemelha-se a uma
caçamba de entulhos na calçada da esquina, nossa vida parece mais divertida,
porém, ao mesmo tempo, parece sem sentido algum.
Acabamos nos tornando pessoas
amarguradas, duras, egoístas e individualistas, pois as ideologias
contemporâneas varreram para fora da casa do nosso coração as Palavras de Vida
Eterna de Cristo.
Quando sobra um tempinho, olhamos para dentro de nós e percebemos que
nossa essência já foi por ralo abaixo há muito tempo, e só pensar em voltar já
se torna algo impossível a nossos olhos, pois perdemos as referências,
afastamo-nos dos modelos de vida que nos inspiravam. Tornou-se sonho a velha
vontade de estar diante do sacrário, Jesus agora é um estranho, a Sua Palavra é
fel e dura, politicamente incorreta.
Diante destas palavras, quais respostas temos
para nós mesmos? O que tem sido nossa prioridade? Sabemos quais são nossos
tesouros fundamentais? Quais os valores que têm permeado nossas vidas? Enfim,
creio que o ponto de partida de todas essas indagações seja a reflexão acerca
da vida, das atitudes, de quanto estamos valorizando o que nos é caro, com a
família, os relacionamentos, a vida comunitária, o olhar voltado para Deus. A
partir disso, podemos fazer o exercício de, todos os dias, agradecer a Deus
pela vida, rezar para que tenhamos objetivos claros em relação à vida em Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário