O grande mandamento que Jesus deixou é amar a Deus e o
próximo como a nós mesmos.
“Somos
chamados ao amor, à caridade. Esta é a nossa vocação mais sublime, a nossa
vocação por excelência”.
Todavia, na Carta aos Romanos o Apóstolo nos adverte para um
risco: de que o nosso amor seja hipócrita. “A hipocrisia pode se insinuar de
várias maneiras, inclusive no nosso modo de amar”. Isso se verifica quando
somos movidos por interesses pessoais, quando fazemos caridade para ganhar
“visibilidade”, por amor interesseiro ou um “amor de novela”.
A caridade não é
uma criação humana. Pelo contrário, é antes de tudo uma graça; não consiste em
mostrar aquilo que não somos, mas aquilo que o Senhor nos doa.
Paulo nos convida a reconhecer que somos pecadores e que
também o nosso modo de amar é marcado pelo pecado. E então se compreende que
tudo o que podemos viver e fazer pelos irmãos nada mais é do que a resposta
àquilo que Deus fez e continua fazendo por nós: o Senhor abre diante de nós uma
via de libertação, de salvação, e dá também a nós a possibilidade de viver o
grande mandamento do amor servindo aqueles que todos os dias encontramos no
nosso caminho, a começar pelos últimos e pelos mais necessitados, nos quais Ele
se reconhece por primeiro.
A advertência de Paulo, na verdade, é para nos encorajar e a
reavivar em nós a esperança. “De fato, todos nós fazemos a experiência de não
viver plenamente ou como deveríamos o mandamento do amor. Mas também esta é uma
graça, porque nos faz compreender que também para amar precisamos que o Senhor
renove continuamente este dom no nosso coração, através da experiência de sua
infinita misericórdia”. Somente assim voltaremos a apreciar as pequenas coisas,
simples, de todos os dias; e seremos capazes de amar os outros como Deus os
ama, isto é, procurando apenas o seu bem.
Deste modo, nos sentiremos felizes por nos aproximarmos do
pobre e do humilde, contentes por nos debruçarmos sobre os irmãos caídos por
terra, a exemplo de Jesus. “Aqui está o segredo para ‘sermos alegres na
esperança’: porque temos a certeza de que, em todas as circunstâncias,
inclusive nas mais adversas, e apesar das nossas faltas, o amor de Deus por nós
não esmorece. E assim, certos de sua fidelidade inabalável, vivemos na alegre
esperança de retribuir nos irmãos, com o pouco que nos é possível, o muito que
recebemos Dele todos os dias.”
- Papa Francisco
Nenhum comentário:
Postar um comentário