Um só corpo em Cristo
Romanos 12,3-13
Aqueles que acreditam em Cristo são parte constituinte uns dos outros.
Na maioria do tempo, esta realidade escapa-nos. Se compreendemos a Igreja como
uma instituição com uma lista de membros ou como um simples fornecedor de
serviços ou de produtos consumíveis, seremos incapazes de a ver. Porque ela
depende da presença do Espírito Santo em nós, no mais profundo do nosso ser. É
uma comunicação misteriosa que une as pessoas a partir do que de mais profundo
há em cada um de nós.
Muitos de nós sentem-se isolados ou desligados da vida: não nos
sentimos «em casa» na comunidade.
O resultado é, frequentemente, tentarmos
afirmar-nos contra os outros, dominá-los de uma forma ou de outra. Ou então
subestimamo-nos a nós próprios e consideramos que não existe valor no que
fazemos. Compreender que formamos um só corpo em Cristo pode ser uma solução
para este tipo de alienação. Não somos mais obrigados a buscar uma segurança em
sentirmo-nos acima (ou a baixo) dos outros (v.3), estamos livres para «sermos
sensatos», porque, num organismo, cada uma das partes possui o seu valor único
e um papel insubstituível a desempenhar. Se uma das partes tentar cumprir a
função de outras, todo o corpo fica empobrecido. Se as partes recusam cumprir o
seu papel, todo o organismo fica disfuncional. Contudo, quando cada um exercita
os seus dons, todos ficam mais ricos.
Deus dá a cada pessoa uma «graça» única, um papel a cumprir na vida do
corpo, compreendendo, confiando, perseverando, agindo em harmonia com outros
membros da Igreja. Há felicidade em agir assim. O papel que devo desempenhar é
o meu, não o de outrem.
Esta passagem oferece exemplos: há dons para tocar e interpelar os
corações (como a profecia); há ministérios ordenados e lugares bem definidos na
Igreja (por exemplo, o ensino e o serviço); há dons humanos a exercer,
sobretudo, informalmente (o encorajamento) e assim em diante.
Na Igreja de
Cristo, cada um é chamado a ser fiel a si mesmo. Deus ama esta diversidade, não
deseja que todos sejam idênticos, mas, sim, que pratiquem os seus dons
individuais – incluindo os dons ainda não descobertos – para o bem-estar do
conjunto.
- Viver esta realidade não é, em geral, possível num contexto que não
o de uma comunidade pertencente a uma igreja local. Para mim, onde se encontra
esta comunidade, onde poderá estar?
- Que dons possuo que posso oferecer a Cristo enquanto parte do seu
corpo, da sua Igreja?
- Que dons encontro nos outros membros da Igreja? O que fazer para os
enaltecer e beneficiar deles?
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