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Preparai o caminho do Senhor
Segunda semana do Advento :
Marcos apresenta o “princípio do evangelho de Jesus Cristo” – o alegre anúncio do Filho de Deus que assumiu a condição humana. A palavra “princípio” vai além do sentido cronológico. Indica nova origem, novo tempo inaugurado por Jesus. Ele vem para dar início a nova criação. João Batista é o mensageiro que vem preparar-lhe o caminho.
De acordo com a tradição judaica, o Messias seria precedido por Elias (cf. Ml 3,23). Marcos respeita essa tradição, apresentando João Batista como o novo Elias. Sua missão é comprovada por meio da citação de dois textos da Primeira Aliança (Ml 3,1 e Is 40,3). Sua mensagem é ousada; ele fala no mesmo espírito de Elias. É verdadeiramente um profeta. E até “mais do que um profeta”, como dirá Jesus (Lc 7,26). Sua pregação no deserto corresponde ao anúncio de um tempo de graça e libertação. O deserto, na história de Israel, constituiu lugar teológico da manifestação de Deus tanto no primeiro como no segundo êxodos (cf. comentário da I leitura); constituiu caminho pedagógico de conversão do povo ao projeto de Deus. Também agora, com João Batista, o “deserto” é o espaço/tempo de arrependimento e de conversão. A intervenção salvadora de Deus vai se dar por meio do seu Filho, Jesus Cristo.
O batismo de João indica o início de novo movimento que será levado à plenitude por Jesus. Enquanto João batiza com água, Jesus batizará com o Espírito Santo. O batismo de João está associado à confissão e ao perdão dos pecados. A imersão na água constituía rito purificatório com consequente transformação do coração, conforme se percebe nas palavras do profeta Ezequiel: “Borrifarei água sobre vós e ficareis puros; sim, purificar-vos-ei de todas as vossas imundícies e de todos os vossos ídolos imundos. Dar-vos-ei coração novo, porei no vosso íntimo espírito novo, tirarei do vosso peito o coração de pedra e vos darei coração de carne” (Ez 36,25-26).
João Batista deve ter causado profunda impressão aos olhos dos que o conheceram. Vários se fizeram seus discípulos. Chegou a ser considerado o Messias esperado. O texto de Marcos corrige essa concepção. O Messias é Jesus. Seu batismo é com o Espírito Santo, isto é, sua prática é produzida de acordo com a dinâmica eficaz do Espírito Santo. Ele vem combater todas as forças demoníacas. Diante dele, João Batista apresenta-se como um servo indigno de desatar-lhe as correias das sandálias. Jesus é “mais forte”. Percebe-se aqui o eco das palavras de Isaías (9,5): “Um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, ele recebeu o poder sobre seus ombros, e lhe foi dado este nome: Conselheiro-maravilhoso, Deus-forte, Pai-para-sempre, Príncipe-da-paz”.
A atitude de humildade e de serviço de João Batista diante de Jesus torna-se modelo e caminho para todos os que desejam celebrar o Natal de uma maneira coerente com a fé cristã. O convite que nos é lançado é de mudança de vida. “Dobrar-se” perante Jesus é não desperdiçar a graça da salvação que entra definitivamente na história humana.
A†Ω
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