Acredito ainda em nossos dias, muitos
pensem que os santos foram pessoas que já nasceram santas, ou que
tiveram uma predileção por parte de Deus. Não!
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Os santos foram pessoas que em sua
condição pecadora e de fragilidade, viram na Graça de Deus, na bondade e
até mesmo na sua paciência, o trampolim para a verdadeira liberdade e
sentido de vida. Deus não escolhe os especiais, mas mediante a resposta e
a abertura de coração destes homens e mulheres, torna-os capazes de
brilhar na sociedade pelo seu testemunho e coragem, que com grande amor e
vitalidade, abraçam a sua cruz unindo-a com a de Cristo. Os santos são
aqueles que resplandecem a santidade de Deus, pois só Ele é santo.
A Igreja nos ensina, por meio da Sagrada
Escritura e pela tradição recebida dos apóstolos, que cada um de nós
somos chamados a santidade. Não é um simples chamado em que dizemos que
vamos pensar em uma resposta, mas é um chamado que provoca toda a nossa
existência, um convite que vai ao âmago de nosso ser, que arranca-nos de
nosso estado de torpor, preguiça e superficialidade, lançando-nos a
profundidade desse amor.
É por meio do batismo que somos
incorporados a Cristo, Santo dos santos, e Nele a nossa humanidade
caduca e frágil, é divinizada e elevada a um grande grau de dignidade, a
condição de filiação divina, ou seja, tornamo-nos filhos de Deus,
herdeiros de sua Graça, mas também comprometidos em sermos assim como o
Pai-Deus: Santo!
É belo vermos o ritual da missa da
Vigília da Páscoa, mãe de todas as vigílias, quando o sacerdote mergulha
na pia batismal o círio pascal, mostrando, que Cristo, luz do mundo,
fecunda a sua Igreja, ao qual nascerão todos os filhos de Deus, que
repletos do Espírito Santo, e guiados por esta mãe e mestra, a Igreja,
estarão prontos para incendiar de amor e generosidade este mundo.
Grandes santos de nossa história, foram
marcados por bravuras e ações extraordinárias, como São Paulo, São
Francisco, Santa Terezinha do Menino Jesus, e muitos outros. Mas no
ordinário da vida,alguns nos precederam, sobretudo santos jovens, alguns
que nunca estarão em nossos altares, mas pelo seu testemunho e amor a
Deus, hoje estão diante deste mesmo Deus intercedendo por cada um de
nós.
Alguns jovens, souberam amar a Deus com
todas as suas forças, consagrando-se de forma simples e cotidiana, mas
com grande intensidade. Alguns nomes, para nós brasileiros, são muito
poucos conhecidos, como Santa Rosa de Viterbo, que morreu em 1253 com 18
anos incompletos. Esse fato aproxima muito o trabalho de Rosa com a
juventude cristã-católica. À medida em que crescia, aumentavam também
suas orações. Muitas vezes passava longas horas da noite em
contemplação, em estado de ligação constante com Deus.
São Domingo Sávio, Filho de pessoas
simples – um ferreiro e uma costureira. Desde pequeno foi dotado “de uma
índole doce e de um coração formado para a piedade” e aprendeu com
facilidade as orações da manhã e da noite, ao passo que já rezava quando
tinha apenas quatro anos.
Santa Inês de Praga, uma linda jovem
nascida em Praga, na República Tcheca. Era filha do Rei da Bohemia
(atual República Checa) e foi criada e educada pelas freiras
Cistercienses. Mesmo quando ainda muito jovem, demonstrava um enorme
desejo de se consagrar a Deus e viver intensamente a fé cristã. Por
isso, recusou por diversas vezes propostas de rapazes que desejavam
casar-se com ela, e estes não eram poucos, pois era uma jovem de
destacável beleza. Porém, Inês sempre recusava os pedidos dizendo que o
único compromisso que queria ter era com Jesus;
Santa Geanna Beretta Molla, adolescente
tornou-se membro da Sociedade São Vicente de Paulo onde, voluntariamente
trabalhava com os pobres e os idosos. Gianna via a medicina como um
meio de servir a Deus e por isso escolheu essa profissão. Durante o
período em que frequentou a universidade, dedicou-se aos seus deveres
acadêmicos, mas não deixou de viver a sua fé, bem como de assumir seus
deveres de cristã;
São Gabriel da Virgem Dolorosa, que
nasceu na Itália do Século XIX, viveu com o nome de Francisco e foi
muito parecido com o Francisco do Século XII. Aliás, foi em homenagem a
São Francisco de Assis que o pai – um rico advogado dos Estados Papais –
batizou seu filho: Francesco Possenti. Não apenas no nome, mas os
Franciscos assemelhavam-se em outros aspectos. Ambos “curtiam a dolce
vita”, ou seja, eram jovens galanteadores, sonhadores, elegantes,
festeiros e, após uma experiência com o Senhor, mudaram radicalmente sua
forma de “curtir a vida”.
Poderíamos relacionar muitos outros
santos jovens, que com coragem e auxílio do Espírito Santo, souberam
acolher o convite de Deus, e se assim podemos dizer, com muita ousadia.
Lembro-me das palavras do Beato João
Paulo II, um grande homem, que tinha uma opção especial pelos jovens,
pela vitalidade que podiam oferecer ao Senhor em seu dia a dia, e dizia:
“Precisamos de Santos de calças jeans e
tênis. Precisamos de Santos que vão ao cinema, ouvem música e passeiam
com os amigos. Precisamos de Santos que coloquem Deus em primeiro lugar,
mas que se "lascam" na faculdade. Precisamos de Santos que tenham tempo
todo dia para rezar e que saibam namorar na pureza e castidade, ou que
consagrem sua castidade. Precisamos de Santos modernos, santos do século
XXI, com uma espiritualidade inserida em nosso tempo. Precisamos de
Santos comprometidos com os pobres e as necessárias mudanças sociais.
Precisamos de Santos que vivam no mundo, se santifiquem no mundo, que
não tenham medo de viver no mundo.Precisamos de Santos que bebam
coca-cola e comam hot dog, que usem jeans, que sejam internautas, que
escutem disc man. Precisamos de Santos que amem apaixonadamente a
Eucaristia e que não tenham vergonha de tomar um refri ou comer uma
pizza no fim-de-semana com os amigos. Precisamos de Santos que gostem de
cinema, de teatro, de música, de dança, de esporte. Precisamos de
Santos sociáveis, abertos, normais, amigos, alegres, companheiros.
Precisamos de Santos que estejam no mundo; e saibam saborear as coisas
puras e boas do mundo, mas que não sejam mundanos".
As vésperas da Jornada mundial da
Juventude, que acontecerá em Madrid na Espanha, o encontro do Papa com
os jovens do mundo inteiro, rogamos ao Espírito Santo, para que renove
nos corações de nossos jovens o ardente desejo de ser discípulos e
missionários de Cristo, para que Nele tenham vida, e vida em abundância.
E que com este inflamado amor, seja sal e luz neste mundo, levando a
outros a esta mesma experiência com o Cristo ressuscitado. E sobre a
intercessão da Mãe de Deus, sintam-se acolhidos em suas necessidades e
anseios, encontrando sempre no coração da Igreja esta experiência
concreta do amor a Deus e ao próximo.
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