Ser pessoa significa ser uma interioridade espiritual única, original, irrepetível, livre, responsável, capaz de amar e que se realiza na comunhão com outras pessoas.
Na “primeira” Pessoa da Santíssima Trindade, o Amor Divino realiza-se como Dom total de si próprio, Graça eterna e perfeita. Por isso lhe chamamos “Pai”, para exprimir esta entrega amorosa de si próprio que gera o outro como Filho.
Na “segunda” Pessoa da Santíssima Trindade, o Amor Divino realiza-se com este jeito filial de acolhimento do Amor-Dom do Pai. O Amor Filial Divino tem rosto de Gratidão, como o Amor Paternal Divino tem rosto de Graça. Por isso, esta “segunda” Pessoa da Família Deus é chamada “Filho”. Jesus de Nazaré é a Revelação e Realização em densidade humana deste Amor Filial Divino, que nele se tornou humanodivino pelo mistério de comunhão animado pelo Espírito Santo. Por isso se chama o “Cristo”.
Esse é, de facto, o eterno jeito de ser e amar do Espírito Santo: inspirar e animar comunhão.
A Unidade Divina é a unidade de uma Comunhão perfeita. Unidade porque ausente de divisões!
Mas a grande revelaçao de Deus em Cristo é a novidade de conhecermos o seu Rosto Comunitário: o Filho revela o Pai e torna-se princípio de difusão do Espírito Santo para toda a Humanidade. Deus é Um na Unidade de uma Comunhão perfeita, não na unicidade de um sujeito. Deus não é uni-Pessoal, mas uni- Comunhão!
O Espírito Santo é nesta Comunhão que nós aprendemos a chamar “Deus” o ponto de encontro eterno entre o Pai e o Filho, o Amor Divino com jeito de abraço e inspiração de reciprocidade. É uma Pessoa Divina, como o Pai e o Filho, uma interioridade espiritual eterna e perfeita, única, original, irrepetível, livre, capaz de amar e que se realiza na comunhão com outras Pessoas. Não é uma “pombinha”, nem um vento, nem uma “coisa” sagrada que se tenha e se dê! A má compreensão dos símbolos bíblicos para dizer a ação do Espírito de Deus fez com que se “coisificasse” a Sua existência.
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