Lágrimas, dor e compunção na reabertura da Gruta de Lourdes
Lágrimas, emoção, dor, compunção marcavam os rostos dos peregrinos
que se apinhavam ordeiramente nas defesas montadas pelo serviço de ordem
do santuário de Lourdes.
Ali aguardavam pacientemente o momento em que poderiam se aproximar
de novo até a abençoada Gruta onde Nossa Senhora apareceu a Santa
Bernardette.
O fato é que o entusiasmo e o esforço de bombeiros, técnicos,
voluntários, responsáveis a vários níveis permitiu que a Gruta fosse
reaberta aos fiéis antes do dia anunciado.
A violência da enchente que submergiu a Gruta sob 1,5 metros de água
suja, entulho, galhos e lixo era bem a figura da enchente de pecados,
ofensas e blasfêmias que o mundo despeja – por vezes, oh dor! até por
parte de maus eclesiásticos – sobre Nossa Senhora e a Igreja Católica.
Entretanto, Nossa Senhora ficou ali protegendo sua Gruta.
Assim que as águas desceram, viu-se que nada de irreparável acontecera.
Era preciso, isso sim, um trabalho exigente, metódico e intenso para limpar e repor tudo em seu lugar.
Vários puseram mãos à obra com admirável empenho. Bem mais rápido do anunciado tudo estava pronto para a reabertura.
Peregrinos de países remotos como Filipinas ou Argentina – queremos
achar que do Brasil também – ou de países próximos como Itália e França
ingressaram na área da Gruta com grande ordem e respeito na hora que a
entrada foi autorizada.
Eles haviam sido precedidos pelo bispo de Lourdes, D. Nicolas
Brouwet, que sozinho estava ajoelhado rezando mas não ousando entrar na
Gruta.
Espontaneamente, os fiéis fizeram o mesmo, cientes do significado transcendente do momento.
Depois, pouco a pouco, foram ingressando na Gruta e repetindo como se
nada tivesse acontecido os gestos de piedade, as orações e os pedidos
que Nossa Senhora acolhia maternalmente como sempre.
Que o acontecimento sirva de lição para nós.
Que nos comunique a certeza
de que quaisquer sejam as aparências de catástrofe natural ou moral,
individual ou social, do mundo inteiro ou da Igreja, Nossa Senhora
vencerá.
Que no momento de darmos o melhor de nós para contribuir à
restauração da boa ordem social ou religiosa, nós nos apressemos para
trabalhar pela restauração do reinado de Nossa Senhora nas almas, na
sociedade e no mundo.
E que não hora de voltar a pisar o solo bendito de seu santuário,
ingressemos com o coração contrito e humilhado pelas nossas faltas, mas
cheio de confiança no perdão e na misericórdia levado continuamente a
extremos milagrosos por Nossa Senhora de Lourdes.
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