A Eucaristia, Sacramento do mundo renovado
S. Mateus 15,29-37.
Naquele
tempo, Jesus foi para junto do mar da Galileia. Subiu ao monte e sentou-se.
Vieram ter com Ele numerosas multidões, transportando coxos, cegos,
aleijados, mudos e muitos outros, que lançavam a seus pés. Ele curou-os, de modo que as multidões ficaram maravilhadas ao ver os mudos a falar, os
aleijados escorreitos, os coxos a andar e os cegos com vista. E davam glória
ao Deus de Israel.
Jesus, chamando os discípulos, disse-lhes: «Tenho
compaixão desta gente, porque há já três dias que está comigo e não tem que
comer. Não quero despedi-los em jejum, pois receio que desfaleçam pelo
caminho.»
Os discípulos disseram-lhe: «Onde iremos buscar, num deserto,
pães suficientes para saciar tão grande multidão?»
Jesus perguntou-lhes:
«Quantos pães tendes?» Responderam: «Sete, e alguns peixinhos.»
Ordenou
à multidão que se sentasse.
Tomou os sete pães e os peixes, deu graças,
partiu-os e dava-os aos discípulos, e estes, à multidão.
Todos comeram e
ficaram sacia-dos; e, com os bocados que sobejaram, encheram sete cestos.
Comentário :
A Eucaristia, Sacramento do mundo renovado
Queridos amigos [...], temos de redescobrir a alegria do domingo cristão.
Temos de redescobrir com orgulho o privilégio de poder participar na
Eucaristia, que é o sacramento do mundo renovado. A ressurreição de Cristo
aconteceu no primeiro dia da semana, que nas Escrituras é o dia da criação do
mundo. Precisamente por isto o domingo era considerado pela comunidade cristã
dos primeiros tempos como o dia em que teve início o novo mundo, aquele no
qual, com a vitória de Cristo sobre a morte, começou a nova criação.
Recolhendo-se em volta da mesa eucarística, a comunidade ia-se modelando como
novo povo de Deus.
Santo Inácio de Antioquia qualificava os cristãos como «aqueles que alcançaram
a nova esperança», e apresentava-os como pessoas «que vivem segundo o domingo
(iuxta dominicam viventes)». Nesta perspectiva o Bispo antioqueno perguntava:
«Como poderemos viver sem Aquele pelo qual também os profetas esperaram?»
(Epist. ad Magnesios, 9, 1-2) «Como poderemos viver sem Ele?» Sentimos
ressoar nestas palavras de Santo Inácio a afirmação dos mártires de Abitene:
«Não podemos viver sem o domingo (Sine dominico non possumus)». Precisamente
disto brota a nossa oração: que também os cristãos de hoje reencontrem a
consciência da importância decisiva da celebração dominical e saibam tirar da
participação na Eucaristia o estímulo necessário para um novo compromisso no
anúncio ao mundo de Cristo, «nossa paz» (Ef 2, 14). Amém!
Homilia de 29/5/2005, na conclusão do Congresso Eucarístico Italiano (©
copyright L. E. V., rev.)
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