Retiro Pessoal Mensal
Dezembro/ 2013
Nossa hora é sempre “hora
de Deus”.
“Ser
cristão não significa fazer coisas, mas deixar-se renovar pelo Espírito Santo
ou para usar as palavras de Jesus, tornar-se vinho novo. Esta renovação é o
Espírito quem nos faz”. ( Papa Francisco)
O
cristão a tempo parcial, não funciona! É preciso ser cristão na totalidade, a
tempo integral.
Estamos
em um tempo propicio para rever nossa vida, Advento, somos convidados a
olharmos mais profundamente para dentro de nós, para nossas atitudes e caminhos
e voltarmos ao Senhor. É o
tempo de nos aprofundarmos mais e mais na correção de nossas vidas, é o tempo
reservado e preparado para nos humilharmos diante de Deus e nos arrependermos
de nossos maus caminhos, como pessoas, e como Igreja.
Não
é a homens que devemos nos render, ou nos humilhar, mas ao próprio Deus, que
deseja nos amar, nos perdoar, nos colocar em Seus caminhos. Vamos viver este
tempo mais interiormente, vamos realmente entrar em nosso íntimo com o Senhor e
permitir que Ele nos mostre onde erramos, onde o abandonamos e onde devemos
voltar. Este é o tempo favorável (II Cor, 6, 2 – “No momento favorável, eu te
ouvi e, no dia da salvação, eu te socorri”. É agora o momento favorável, é
agora o dia da salvação.), não fujamos dele.
É
tempo do advento, de espera, de renovação do coração e de preparação para
receber a vida divina que o nascimento de Cristo traz consigo para todos nós.
Este
é o momento favorável. Deus está no nosso agora, no nosso cotidiano, no nosso
minuto. Nossa hora é sempre “hora de Deus”.
O
Santo Padre Papa Francisco nos chama atenção para ter presente em nossa vida o
momento e o tempo diante de nossos olhos.
O
homem pode acreditar ser soberano do momento, mas somente Cristo é o senhor do
tempo.
Ele
nós diz: “o momento é do homem, o tempo é de Deus.”
“E
o cristão é um homem ou uma mulher que sabe como viver no momento e que sabe
viver no tempo. O momento é o que temos em mãos agora: mas este não é o tempo,
esse passa! Talvez possamos nos sentir senhores do momento, mas o engano é
acreditar ser senhores do tempo: o tempo não é nosso, o tempo é de Deus! O
momento está nas nossas mãos e também na nossa liberdade de como vivê-lo. E
mais ainda: podemos nos tornar os soberanos do momento, mas do tempo há um só
soberano, um só Senhor, Jesus Cristo”.
O
advento de Deus acontece em nossas circunstâncias, em nossa história, nossa
existência. Senhor, em Vós respiramos e por Vós suspiramos. Tu conheces nossos
pensamentos, sentimentos e as batidas dos nossos corações.. Todo dia é dia de
Deus. Ele está em nós e no meio de nós. Deus faz o nosso caminho.
Celebrar,
porém, o tempo do Advento é reviver a história da encarnação de Jesus,
portanto, a plenitude dos tempos. É o tempo de preparar os caminhos, tempo de
dar tempo para Deus e para os irmãos. Nestes tempos de consumismo, os esposos
não tem tempo pra si e pais não encontram tempo para seus filhos. A grande
maioria das pessoas não tem tempo para Deus.
Tempo
é questão de preferência. Muitos preferem dar tempo para o shopping, para time
de futebol, para a correria estressante da vida.
O
tempo do Advento é tempo da realização das promessas de Deus sobre a vinda do
Messias. Quanto tempo Deus dedica a nós e como temos pouco tempo para as coisas
de Deus. Sofremos fadiga, esgotamento, cansaço, stress, vazio, frustração por
não respeitar o tempo do silêncio, do lazer, da oração, nem o tempo para
diálogo, a visita, a amizade.
O
Advento é tempo para a gente parar, meditar, silenciar. Assim poderemos
recuperar a saúde, a paz, a alegria, a bússola da verdade.
Ainda
nos disse o Papa: “E para conhecer os verdadeiros sinais, para conhecer o
caminho que devo tomar neste momento é necessário o dom do discernimento e a
oração para fazê-lo bem. Ao invés, para olhar o tempo, do qual só o Senhor Jesus
Cristo é o mestre, nós não podemos ter qualquer virtude humana. A virtude para
olhar o tempo deve ser dada, doada pelo Senhor: é a esperança! Oração e
discernimento para o momento; esperança para o tempo”.
Advento
é hora de reencontro e reencantamento.
Do
grau da fé depende o tipo de cristianismo que vivemos. Da intensidade ou da
superficialidade da fé, depende a vivencia do tempo do Advento e do Natal. A fé
é o impulso que rompe com nossa rotina e mesmice que são entraves e amarras à dedicação do nosso tempo para a evangelização. A fé é couraça e escudo
que nos defende do mal, e nos ajuda a viver de modo adequado o tempo que nos é
dado, inclusive a não perder tempo à toa.
A
fé nos livra das preocupações que nos enganam, estressam e deprimem tomando o maior
tempo da nossa vida. A fé destrói nossos apegos que são a raiz de todo
sofrimento emocional e psíquico. A fé nos impele a sair do comodismo e da
omissão que atrofiam a missão, fracassam a Igreja e deixam espaços para os
ídolos. A fé é a vitória sobre nossa mediocridade tão nociva, porque prejudica
a credibilidade do evangelho. Não
podemos ter uma fé morna.
Eis
o tempo favorável do Advento que nos conduz ao deserto para reavivarmos a força
da fé. Eis o tempo para retornar ao poço, à fonte, a exemplo da samaritana, que
abandonou a vida errada e tornou-se anunciadora da fé.
Há
um tempo para tudo (cf Ecl 3,1-8). Sim, há tempo para perder a fé e tempo para
reencontrá-la. Tempo para tudo abandonar e tempo para voltar. Tempo para a
incredulidade e tempo para a conversão. Tempo para naufragar na fé e tempo para
recuperar o tesouro perdido.
O
Advento é um tempo que nos interpela á decisão, opção, resolução para nossa
conversão. Não podemos subsistir sem a necessária conversão. Jesus veio, vem e
virá. Os que o recebem se tornam filhos de Deus. Entremos neste Advento pela
porta da fé, prossigamos no caminho de Jesus até chegarmos à porta do céu, do
fim que não terá fim, da luz sem ocaso, onde seremos coroados pelo bem que
realizamos no tempo de nossa existência.
No
tempo preparamos a Eternidade. Sempre digo que “tudo neste tempo tem peso para
o tempo que não tem tempo: a Eternidade!”
“No
entardecer de nossa vida seremos julgados pelo amor” (S. João da Cruz). Sejamos
gratos ao Criador que na sua sabedoria nos chamou viver nestes tempos da
história da humanidade.
A
experiência nos faz perceber que tudo passa, que o crepúsculo da vida vem. O
momento, esse passa! O Tempo jamais... O
valor das coisas não está no momento que elas duram, mas na intensidade com que
acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e
pessoas incomparáveis.
Este
é o tempo da graça para nós. Tempo em que Jesus nos convida a vigilância, a esperança e
principalmente à fé. Tempo em que devo romper as cadeias e barreiras que nos
impedem de ir até Cristo, de esperá-lo, de encontrá-lo, de deixá-lo nascer no
nosso coração.
As
condições para celebrarmos o Advento podemos dizer que seja única: vigiar em
oração e perseverar na caridade.
O
despertar de um novo dia deve nos remeter sempre a uma nova decisão: sermos
melhores e agirmos de maneira diferente. Hoje, o mar não é mais o mesmo de
ontem, nem as árvores ou as pessoas, nem nós também. Entre uma noite e uma
manhã há profundas mudanças. É interessante observarmos que, quando acordamos
pela manhã, nossos sentimentos e pensamentos não são os mesmos da noite
anterior.
Mesmo
havendo mudanças, um coração não se torna aberto de um dia para o outro! Mas,
se você deseja ter um coração assim, disponha-se para um exercício interior
composto de uma única ação poderosíssima: Comece a dizer “sim” àquilo que você
costumeiramente diria “não”.
No
Advento tomamos consciência de que devemos nos dispor para deixar que o Senhor
nasça em nossos corações.
PERGUNTAS
PARA REZAR
Como você está se preparando para o Natal?
Como você procura viver o momento presente
com o seu olhar no tempo?
O que você pode fazer para estar mais
próximo de Deus?
O que você pode fazer para que outros
estejam mais próximos de Deus?
PASSAGENS
PARA A ORAÇÃO
É
preciso estar preparados: Mc13,37; Mt 24,42-44; Lc 12,39-40.
Leia
e medite Mt 1,18-25 e Lc 2, 1-20.
Escreva
quatro meios concretos que o ajudem a se preparar para celebrar o nascimento do
Senhor Jesus.
Escreva
uma breve oração ao Menino Jesus em ação de graças pelo dom da Encarnação.
Leia
com atenção:
“Por
Maria no vem o Salvador, ela é a Mãe que O deu à luz, ela é a Mãe que O
apresenta aos pastores de Israel e aos sábios da gentilidade. Sua função
maternal madura se estende. Maria da Apresentação segue atuante, ativa, hoje
como sempre, apresentando o Senhor Jesus às pessoas e aos povos. Ela é a Mãe
que carrega o Reconciliador; Ela O apresenta a todos os corações que se abrem
em reverente acolhida” (Luis Fernando Figari, Em Companhia de Maria
Santo
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