Retira-se sozinho a rezar.
Logo em seguida, Jesus mandou que os
discípulos entrassem no barco e fossem na frente para Betsaida, na outra
margem, enquanto ele mesmo despediria a multidão. Depois de os despedir, subiu
a montanha para orar. (Marcos 6, 45-52)
Contemplamos hoje neste evangelho como Jesus, depois de se despedir dos Apóstolos e
das pessoas, retira-se sozinho a rezar.
Toda sua
vida é um dialogo constante com o Pai e, não obstante, vai-se à montanha a
rezar. E nós? Como rezamos? Frequentemente levamos um ritmo de vida atarefado,
que termina sendo um obstáculo para o cultivo da vida espiritual e não damo-nos
conta que é tão necessário “alimentar” a alma quanto alimentar o corpo.
O
problema é que, com muita frequencia, Deus ocupa um lugar pouco relevante em
nossa ordem de prioridades.
Nessa circunstância é muito difícil rezar de
verdade. Não podemos dizer que se tenha um espírito de oração quando somente
imploramos ajuda nos momentos difíceis.
Achar
tempo e espaço para a oração pede um requisito prévio: o desejo de encontro com
Deus com a consciência clara de que nada nem ninguém o pode substituir. Se não
há sede de comunicação com Deus, facilmente transformaremos a oração num
monólogo, porque a utilizamos para tentar solucionar os problemas que nos incomodam.
Também é fácil que, nos momentos de oração, nos distraiamos porque nosso
coração e nossa mente estão invadidos constantemente por pensamentos e
sentimentos de todo tipo. A oração não é charlatanice, senão um simples e
sublime encontro com o Amor; é relação com Deus: comunicação silenciosa do “Eu
necessitado” com o “Você rico e transcendente”. O prazer da oração é se saber
criatura amada diante do Criador.
Oração e
vida cristã vão unidas, são inseparáveis. Nesse sentido, Orígenes diz que «reza
sem parar aquele que une a oração às obras e as obras à oração. Somente assim
podemos considerar realizável o princípio de rezar sem parar». Sim, é
necessário rezar sem parar porque as obras que realizamos são fruto da
contemplação e, feitas para sua glória. Devemos agir sempre desde o diálogo
contínuo que Jesus oferece-nos, no sossego do espírito. A partir dessa certa
passividade contemplativa veremos que a oração é o respirar do amor. Se não
respiramos morremos, se não rezamos expiramos espiritualmente.
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