«Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz».
São João 14,27-31a.
A oração pela paz não é um elemento que «vem depois» do empenho pela
paz.
Pelo contrário, está no âmago do esforço para a edificação de uma
paz na ordem, na justiça e na liberdade. Orar pela paz significa abrir o
coração humano à irrupção da força renovadora de Deus. Com a força
vivificadora da sua graça, Ele pode criar oportunidades para a paz mesmo
onde pareça que existam somente obstáculos e retraimento […].
Rezar
pela paz significa rezar pela justiça […]. Não há paz sem justiça, não
há justiça sem perdão: eis o que quero anunciar nesta mensagem a crentes
e não crentes, aos homens e mulheres de boa vontade, que têm a peito o
bem da família humana e o seu futuro.
Não há paz sem justiça, não há
justiça sem perdão: é o que quero lembrar aos que detêm a sorte das
comunidades humanas, para que nas suas graves e difíceis decisões se
deixem sempre guiar pela luz do verdadeiro bem do homem, na perspectiva
do bem comum.
Não há paz sem justiça, não há justiça sem perdão: não me
cansarei de repetir esta advertência a todos os que, por uma razão ou
por outra, cultivam dentro de si ódio, desejo de vingança, propósitos de
destruição. […]
Suba mais intensa no coração de todo o crente a prece
por cada uma das vítimas do terrorismo, pelas suas famílias atingidas
tragicamente, e por todos os povos que o terrorismo e a guerra continuam
a ferir e a transtornar.
Nem sejam excluídos do raio de luz da nossa
oração aqueles que ofendem gravemente Deus e o homem através destes
atos desumanos: seja-lhes concedido entrar em si próprios e tomar
consciência do mal que fazem, para abandonarem os seus propósitos de
violência e procurarem o perdão.
Possa a família humana, nestes tempos
tormentosos, encontrar a paz verdadeira e duradoura, aquela paz que só
pode nascer do encontro da justiça com a misericórdia!
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