32ª Semana do Tempo Comum - Ano “B” Marcos
São Lucas 17,20-25
Naquele tempo, os fariseus perguntaram a Jesus sobre o momento em que chegaria o Reino de Deus. Jesus respondeu: “O Reino de Deus não vem ostensivamente. Nem se poderá dizer: ‘Está aqui’ ou ‘Está ali’, porque o Reino de Deus está entre vós”.
E Jesus disse aos discípulos: “Dias virão em que desejareis ver um só dia do Filho do Homem e não podereis ver. As
pessoas vos dirão: ‘Ele está ali’ ou ‘Ele está aqui’. Não deveis ir,
nem correr atrás. Pois, como o relâmpago brilha de um lado até o outro
do céu, assim também será o Filho do Homem, no seu dia. Antes, porém, ele deverá sofrer muito e ser rejeitado por esta geração”. - Palavra da Salvação.
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O
Evangelho de hoje nos mostra que precisamos reconhecer a presença do
Reino de Deus no meio dos homens para que possamos reconhecer a presença
de Jesus em nosso meio. E vamos encontrar Jesus presente no meio de nós
nos que sofrem, que são rejeitados, que são excluídos da sociedade. A
sociedade não quer viver os valores do Reino de Deus e vive do egoísmo,
do acúmulo de bens, da busca desenfreada de poder e de prazer, da
escravidão dos vícios, etc. Os membros dessa sociedade vivem uma fé
superficial, materialista, mesquinha e descompromissada, que faz com que
queiram ver Jesus, mas não possam vê-lo, pois não o reconhecem nos
pobres e necessitados.
No
tempo de Jesus, eram fortes as expectativas do fim do mundo e da
manifestação de Deus na história humana.
A dominação estrangeira já se
tornara insuportável. A falta de liberdade, certas atitudes abusivas das
autoridades romanas, e o cansaço pela espera do fim geravam uma febre
escatológica. Acabava-se por ver o Messias, em toda parte. Certos
grupos, de caráter apocalíptico, iam além. Chegavam a estabelecer
calendários, calcular datas, determinar sinais indicativos da consumação
dos tempos.
É possível que suas descrições aterradoras de guerras, fome
e pestes acabassem por gerar um clima de terror no coração das pessoas.
Os fariseus, por sua vez, pregavam o caminho da estrita observância da
Lei e a penitência como a forma de melhor preparar-se para a chegada do
Messias. Os essênios segregaram-se no deserto, às margens do Mar Morto,
formando uma comunidade continuamente voltada para as purificações
rituais, à espera do Messias vindouro. Jesus procurou libertar os
discípulos deste escatologismo inútil.
Em primeiro lugar, porque o Reino
de Deus já estava presente na história humana, na ação do Filho de
Deus. Em tudo quanto fazia ou pregava, era o próprio Deus interpelando a
humanidade. Em segundo lugar, porque, por ocasião da segunda vinda do
Messias, todos haveriam de dar-se conta de sua chegada.
Por conseguinte,
qualquer preocupação a este respeito seria desnecessária.
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