33ª Semana do Tempo Comum - Ano “B” Marcos
Memória: APRESENTAÇÃO DE NOSSA SENHORA
Prefácio de Nossa Senhora I ou II - Ofício da memória
Oração do Dia: Ao celebrarmos, ó Deus, a
gloriosa memória da santa virgem Maria, concedei-nos, por sua intercessão,
participar da plenitude da vossa graça. Por nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira
Leitura: Profecia de Zacarias 2,14-17
“Rejubila,
alegra-te, cidade de Sião, eis que venho para habitar no meio de ti, diz o
Senhor. Muitas nações se aproximarão do Senhor, naquele dia, e serão o seu
povo. Habitarei no meio de ti, e saberás que o Senhor dos exércitos me enviou a
ti. O Senhor entrará em posse de Judá, como sua porção na terra santa, e
escolherá de novo Jerusalém. Emudeça todo mortal diante do Senhor, ele acaba de
levantar-se de sua santa habitação”. -
Palavra do Senhor.
Comentário: O Senhor vem morar com a
comunidade do Templo. A permanência do Senhor é mencionada no versículo 15 com
proclamações inesperadas. "Numerosas nações se ligarão ao Senhor naquele
dia", referindo-se ao dia do Senhor. "Tornar-se-ão seu "próprio
povo". Não é mencionado como as nações se ligarão nem como Israel e as
nações se tornarão um "povo". O conceito do Senhor morando n meio das
nações e de Israel é notável, em especial quando comparado com o contemporâneo
de Zacarias, Ageu. Este último limitou a contribuição das nações a seus tesouros para o Templo. A
linguagem da aliança ("elegerá") é usada para mostrar o
relacionamento do Senhor com Judá e Jerusalém. A designação de Judá como
"Terra Santa" só aparece aqui. Tudo será santo, porque o Senhor mora
no meio do povo. (Missal Cotidiano)
Salmo:
Lc
1,46-47. 48-49. 50-51. 52-53. 54-55 (R.Cf.54b) O Senhor se lembrou de mostrar
sua bondade.
A minh’alma engrandece ao Senhor, e se
alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador,
pois ele viu a pequenez de sua serva,
desde agora as gerações hão de chamar-me de bendita. O Poderoso fez por mim
maravilhas e Santo é o seu nome.
Seu amor, de geração em geração, chega a
todos que o respeitam. Demonstrou o poder de seu braço, dispersou os
orgulhosos.
Derrubou os poderosos de seus tronos e
os humildes exaltou. De bens saciou os famintos e despediu, sem nada, os ricos.
Acolheu Israel, seu servidor, fiel ao
seu amor, como havia prometido aos nossos pais, em favor de Abraão e de seus
filhos, para sempre.
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 12,46-50
Naquele tempo, enquanto Jesus
estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora,
procurando falar com ele. Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos
estão aí fora, e querem falar contigo”. Jesus perguntou àquele que tinha
falado: “Quem é minha mãe, e
quem são meus irmãos?” E, estendendo a mão para os
discípulos, Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz
a vontade de meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha
mãe”. - Palavra da Salvação.
Comentários:
O
Reino de Deus, anunciado por Jesus, estabelece laços profundos entre aqueles
que assumem seu projeto de vida. Estes laços fazem dos discípulos do Reino uma
grande família, não unida pelos vínculos do sangue e, sim, pela submissão à
vontade de Deus. A identidade dessa família se configura por um idêntico modo
de proceder, fundado no amor e na prática da justiça. Por esse caminho, os discípulos
se reconhecem como irmãos e irmãs, unidos para além de qualquer divergência,
cultura ou raça. Essa fraternidade não é mera formalidade. Existe entre eles
uma efetiva comunhão de vida. Onde as relações interpessoais não chegam a se
expressar desta forma, é sinal de que aí o Reino ainda não aconteceu. Esta
dimensão do Reino foi expressa pelo próprio Jesus. Ele se recusou a privilegiar
os laços sanguíneos que o uniam à sua mãe e demais parentes. Esses laços pouco
contavam. Doravante, o parentesco com Jesus haveria de se concretizar no
cumprimento da vontade do Pai. Quem a cumpre, faz parte da família do Mestre.
Quem prefere pautar sua vida por outros parâmetros, não tem parte com ele. O
critério estabelecido por Jesus possibilita a todo discípulo do Reino, em
qualquer tempo e lugar, saber-se unido a ele como a um ser querido muito
próximo. Por conseguinte, é sempre possível estabelecer laços com ele pela via
da afetividade. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Jesus
Cristo veio ao nosso mundo e se encarnou para fazer a vontade do Pai. “Pai, tu
não quiseste oblações nem sacrifícios, mas me formaste um corpo. [...] Então eu
disse: ‘Eis-me aqui, ó Deus, para fazer a tua vontade!’” (Hb 10,5ss.) Assim, a
encarnação começa por um ato de obediência. Para que Jesus, Palavra do Pai,
assumisse a natureza humana, Deus quis precisar de uma Mulher, eleita desde a
eternidade para essa missão única e sublime. Quando a Virgem Maria adere ao
desígnio de Deus, ela “permite” que o Verbo-Palavra se humanize e venha acampar
no meio de nós. Desde então, Maria é para a Igreja o modelo perfeito e acabado
do fiel que acolhe a Palavra, a ponto de gerar essa mesma Palavra para o mundo,
tornando-a viva entre nós. Mais uma vez, a obediência atualiza a graça de Deus
na história dos homens. Hoje, quando a Liturgia celebra a memória da
Apresentação de Nossa Senhora no Templo de Jerusalém (aos 3 anos de idade,
segundo o Proto-Evangelho de Tomé, livro não-canônico), estamos diante de um
“sinal”: é como se aquela criança, movida pela Graça, já se dispusesse a
cooperar com Deus em seu plano de salvação. Deste modo, o que poderia ser
apenas uma “lenda piedosa” torna-se mensagem e indicação de um caminho para
todo cristão. Cada fiel, na medida de suas possibilidades, deve “apresentar-se”
a Deus, abandonando-se infantilmente em suas mãos, para o que der e vier... Em
um dia futuro, o Messias-Salvador entraria em um “templo” para se fazer carne
mortal. Essa “casa de ouro” (cf. Ladainha Lauretana: Domus Aurea) e primeiro
sacrário da história seria o ventre virginal de Maria de Nazaré. Na liturgia de
hoje, a mesma Maria, ainda criança, cruza o limiar do Templo do Senhor e se põe
à disposição do Altíssimo para cumprir sua missão. Se o Templo de Jerusalém era,
para Israel, o lugar onde o povo podia estar na presença de Deus, ali mesmo
Maria se põe na presença daquele que, graças à cooperação dela, estaria por 33
anos em nossa presença. Atravessar a soleira do Templo significa entrar no
espaço do “sagrado”. Também nós, divididos entre o profano e o sagrado, o
mercado e o sacrário, somos convidados por Deus a uma vida de consagração. Se
aceitamos o convite, obedecemos a Deus e nos tornamos seus sócios na obra de
salvação da humanidade. (Antônio Carlos Santini / Com. Católica Nova Aliança)
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