Parábola do Pai das
Misericórdias.
Jesus com a Parábolas das misericórdias centra a nossa reflexão na lógica do amor de Deus.
Sugere que Deus ama
o homem, infinita e incondicionalmente; e que nem o pecado nos afasta desse
amor…
Apresenta-nos a atitude misericordiosa de Jahwéh face à
infidelidade do Povo.
Deus que ama todos os homens e que, de forma
especial, Se preocupa com os pecadores, com os excluídos, com os
marginalizados. A parábola do “filho pródigo”, em especial, apresenta Deus como
um pai que espera ansiosamente o regresso do filho rebelde, que o abraça quando
o avista, que o faz reentrar em sua casa e que faz uma grande festa para
celebrar o reencontro.
A
parábola do filho perdido, traz a figura do cordeiro que é morto. Faz isso de
modo sugestivo, referindo-se ao ‘cordeiro gordo’. Não é qualquer cordeiro que é
imolado para a festa, mas é “O” novilho gordo. No vers. 23 lemos: Tragam o
novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma festa e alegrar-nos. E depois, no
vers. 30, o filho mais velho diz: Mas quando volta para casa esse teu filho ,
que esbanjou os teus bens com as prostitutas, matas o novilho gordo para ele!
Não é um
sacrifício qualquer, ou de qualquer cordeiro, é “O” Cordeiro, que foi guardado
para ocasião especial. Tanto que o filho mais velho o cobiça. Ele esperava que
aquele novilho fosse um presente do Pai para ele. Pois bem, este texto contém
um símbolo da morte de Jesus.
Vers. 22
Mas o pai disse aos seus servos: Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele.
Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés.
Lemos
aqui uma forma clara de entender que o pai sabia o que ocorria no coração do
filho. Ele responde as 3 perguntas do filho. 1) Pequei contra céu e contra ti (vs.21);
2) não sou digno de ser chamado filho; 3) não posso ser tratado como filho, mas
como um de seus empregados.
E o pai
respondeu simbolicamente, nas 3 expressões, o pai concede perdão, restaura a
filiação e renova a vocação.
- As roupas novas: passado esquecido, tirar as
roupas sujas que demonstram a vida que você levou. Qual é a melhor roupa
senão a do Pai? Por isso que nós, os perdoados, estamos vestidos de Deus.
No
apocalipse lemos que a multidão ao redor do trono, estava com vestes brancas,
lavadas no sangue do cordeiro. Essa roupa do céu é roupa do pai, lavada no
sangue do Cordeiro, que foi morto.
O
apóstolo Paulo quando fez referência ao velho e ao novo homem, disse para que
nos despíssemos do velho homem, são roupas novas que Deus nos dá.
- Quando ele fala de calçados novos, é porque somente os filhos
andavam calçados. Os escravos andavam descalços. Quando o filho diz: Não
sou digno de ser chamado Teu filho. Simbolicamente o pai responde que ele
vai ser chamado de filho, porque vai vestir a sandália. E na casa do Pai,
será tratado assim. O Pai devolve-lhe a sandália, e o status de filho. Ele
responde com símbolo colocando em seus pés sandálias.
- O pai lhe dá um anel, a resposta à colocação. Não
sou digno de viver couro um de seus empregados.
Você
imagina que não será tratado ou terá os direitos e deveres dos escravos. Os
escravos viviam sem direitos e privilégios, mas contavam com a bondade de seus
donos.
O anel é a restituição de
filiação. Renovação da vocação. E a resposta ao filho dizendo: Em casa você não
obedece, você manda e manda comigo.
Se você
ler o livro de Gênesis, quando Faraó dá a autoridade a José, ele tira do dedo o
anel e coloca o anel em José. O anel era usado como selo e marca da autoridade.
Cartas lacradas, pergaminhos lacrados, levavam a marca do anel. Na cera
derretida, se pegava a imagem do anel e lacravam-se os documentos. E o pai, dá
o anel, e onde ele colocasse o brasão da família, seria como se o pai tivesse
autorizado
O pai
concede perdão, restitui a filiação, renova a vocação. Não me lembro do seu
pecado, e jamais jogarei em seu rosto o seu pecado. Aqui você comanda comigo,
te coloquei vestes novas, sandálias e meu anel.
Este
sangue do Cordeiro, que tem a autoridade para nossa vocação, alguns cristãos
estão andando com sandálias, mas esquecem o anel. Outros andam com o anel, mas
deixam as vestes sujas.
A vida cristã é o equilíbrio
perfeito entre vestes, sandálias e anel. Alguns querem a sandália, mas não querem o anel.
Por exemplo, o filho mais velho que está na casa do pai, mas andando descalço.
Tem os
que trocam de roupa e andam distante, como o filho mais novo.
A vida cristã é a nossa
capacidade de andar com a sandália, com o anel. A ausência das sandálias usurpa
usar o anel. Anel sem sandálias é anel usurpado. Só os filhos podem usar o
anel. Quando você tem que usar o anel você usufrui tudo como filho. Sem o anel
deixa de desfrutar do que o pai é, e se recusa a crescer. Registre-se que
nesta parábola, o filho mais novo é o emancipado, e o filho mais velho fica em
casa. Talvez haja uma inversão, o mais novo que deveria ficar sob a tutela do
pai, ele saiu de casa e abandonou o pai. O mais velho, é uma criançona. Reclama
do que não ganhou do pai.
O pai tem
que chamar a sua atenção para que ele cresça, para que ele se alegre, que
oferte perdão. Ele tem o anel e não usa. Que confusão que estes dois meninos
fazem?
E não é
diferente em nossa comunidade. Carregamos culpas desnecessárias. Como se o
pecado viesse sempre a nossa memória.
Nossa virtude como filho de Deus
não está na impecabilidade ou maturidade ou perseverança, ou força de vontade,
mas, está apenas e tão somente na graça de Deus. Nossas roupas estão limpas,
não porque nos esforçamos, mas porque Deus tem graça.
Se eu
posso hoje calçar sandálias de filho de Deus é porque Deus perdoou o meu
pecado, o Senhor lançou meus pecados nas profundezas e ninguém pode lançar
acusação contra mim, porque eu sou filho de Deus.
Isso quer dizer que Deus não se
ilude a meu respeito. Ele sabe que o que trago comigo, são trapos imundos. Com
sua bondade, Ele resolveu me vestir com sua melhor roupa. Qualquer um que se
aproximar deste pai para dizer o que faz nas terras distantes, o pai dirá que
pelas roupas que esta pessoa usa, o pai já sabe tudo, e que escolheu vestí-lo
novamente, decidiu perdoá-lo, amá-lo. Nele não há virtude, a virtude é do Pai.
Ele o veste de Deus. Deus me vestiu de Deus.
Em
Zacarias 3:3, lemos que o Sumo Sacerdote Josué, estava com Satanás para
acusá-lo. E o anjo disse que Josué parecia um Tição. Josué estava com roupas
impuras, e o anjo do Senhor o exortou. Parece que todos nós somos sumo
sacerdote “Josués”, comparecemos diante de Deus com vestes e trapos imundos, mas
Ele nos reveste com suas vestes e nos dá autoridade para governar, Ele coloca
sandálias e anel em nós.
Não são
poucos os cristãos, filhos de Deus, que vivem como se uma das peças lhe
faltasse. Alguns ainda carregam culpa, alguns ainda se sentem escravos, alguns
guardam memórias do tempo que viveu em terras distantes, não desfrutam da
festa.
O
Cordeiro é morto, mas os que estão em volta do Cordeiro, não estão de luto,
estão em festa. Assim é todo aquele que é lavado no sangue do Cordeiro: livres
de toda culpa, livre de todo passado, pelo perdão que recebeu, pelas vestes
limpas pelas quais foram presenteadas pelo pai.
Os que têm no dedo um anel,
partilham da missão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. É ungido pelo
Espírito Santo na autoridade do Filho, e servem para a glória do Pai.
Não
estamos de luto. Principalmente, porque esta parábola não é um mito, que nos
traz novos símbolos para nossa psique adoecida.
É
história real, o Cordeiro estava morto mas eis que vive pelos séculos dos
séculos. Por isso, seu sangue nos purifica, seu status de filho é compartilhado
por todos nós. Ele hoje é o primogênito dentre muitos irmãos.
No seu
NOME há autoridade e poder, toda autoridade foi dada nos céus e na terra. E
isso Ele nos deu para que saiamos e ensinemos, batizando em nome do Pai, do
Filho e do Espírito Santo.
Vivam sem
culpa, vivam servindo no poder do Espírito Santo na autoridade do filho, para a
glória do Pai. Foi na morte de Jesus que recebemos o perdão, as vestes limpas e
o anel. E hoje celebramos porque Ele ressurgiu e vive para todo sempre.
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