A Visitação
O sacerdote Zacarias De Hebron, pai de João, era uma espécie de Pope (sacerdote de rito ortodoxo) ou, como um de nossos curas, pois, aos sacerdotes daquele tempo era permitido se casarem.
E, sem dúvida, havia, igualmente, um jardinzinho atrás do presbitério, repleto daquelas flores de odores fortes, especialmente em dias caniculares.
Foi para lá que Maria, "abiens in montana", se dirigiu, para visitar sua prima, Isabel.
A prima a olha e exclama: "Ah!" Ela diz, apenas: "Ah!" e baixa a cabeça, pois compreendeu tudo, naquele momento. Seu seio estremeceu, profundamente, e, juntando suas mãos humildes, de pobre mulher, murmurou, baixinho: "Unde hoc mihi?"
Parece-me também lá estar, a tudo observar.
Vejo os ângulos de seus pobres lábios, a tremer, e as lágrimas que surgem, de repente.
Lágrimas profundas de pessoas cuja juventude se foi, de um coração enfraquecido, a desfalecer e o esgar da face, quando choramos ou como sorrimos.
A mulher chora, mas, brilha em seus olhos uma alegria incomensurável.
A mãe de São João Batista admira a Mãe do meu Deus!
Ó bem-aventurada Isabel, que viste Maria no primeiro Stabat, a Sabedoria eterna de Deus a recitar o Magnificat!
Ah! Possamos, assim como tu, naquela noite, no pequeno jardim judaico, refazer, como todos os fiéis católicos, esta caminhada, passo a passo, e quando tivermos aberto inteiramente, o nosso coração pleno de culpas, e tivermos dito tudo, possamos sentir em nossas mãos trêmulas, os dedos de nossa Mãe, Maria!
"Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, Bendita sois vós, entre todas as mulheres."
Paul Claudel (1868-1955)
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