O Espírito Santo.
SEGUNDA-FEIRA DA 6ª SEMANA DA PÁSCOA
Evangelho (Jn 15,26—16,4): «Quando, porém, vier o Defensor que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, ele dará testemunho de mim. E vós, também, dareis testemunho, porque estais comigo desde o começo. Eu vos disse estas coisas para que vossa fé não fique abalada. Sereis expulsos das sinagogas, e virá a hora em que todo aquele que vos matar, julgará estar prestando culto a Deus. Agirão assim por não terem conhecido nem ao Pai, nem a mim. Eu vos falei assim, para que vos recordeis do que eu disse, quando chegar a hora. Eu não vos disse isso desde o começo, porque eu estava convosco».
«Quando,, vier o Defensor, o Espírito da Verdade, ele dará testemunho de mim»
Hoje, o Evangelho é quase tão atual como nos anos finais do evangelista São João. Ser cristão então não estava na moda (mais bem era bastante perigoso), como também não o está agora. Se alguém quiser ser bem considerado pela nossa sociedade, melhor que não seja cristão —porque em muitas coisas— tal como os primeiros cristãos judeus, «Sereis expulsos das sinagogas» (Jo 16,2).
Sabemos que ser cristão é viver na contracorrente: o tem sido sempre. Inclusive em épocas onde “todo mundo” era cristão: os que queriam sê-lo de verdade não eram demasiado bem vistos por alguns. O cristão é, se vive segundo Jesus Cristo, um testemunho do que Cristo tinha previsto para todos os homens; é uma testemunha de que é possível imitar Jesus Cristo e viver com toda dignidade como homem. Isso não gostará a muitos, como Jesus mesmo não gostou a muitos e foi levado à morte. Os motivos da rejeição serão variados, mas devemos ter presente que em ocasiões o nosso testemunho será tomado como uma acusação.
Não se pode dizer que São João, pelos seus escritos, fosse pessimista: nos faz uma descrição vitoriosa da Igreja e do triunfo de Cristo. Também não se pode dizer que Ele não tivesse tido que sofrer as mesmas coisas que descreve. Não esconde a realidade das coisas nem a substância da vida cristã: a luta.
Uma luta que é para todos, porque não temos que vencer com as nossas forças. O Espírito Santo luta com nós. É Ele quem nos dá as forças. É Ele, o Protetor, quem nos libera dos perigos. Com Ele ao lado nada temos que temer.
João confiou plenamente em Jesus, lhe fez a entrega de sua vida. Assim não lhe custou depois confiar em Aquele que foi enviado por Ele: O Espírito Santo.
Comentário: Rev. D. Jordi POU i Sabater (Sant Jordi Desvalls, Girona, Espanha)
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