Pequeno resumo da Liturgia.
5º Domingo Tempo Comum C:
Deixaram
tudo e o seguiram .
A liturgia deste domingo leva-nos
a refletir sobre a nossa vocação: somos todos chamados por Deus e d’Ele
recebemos uma missão para o mundo.
Nesta catequese sobre a
experiência de vocação, encontramos vários passos.
Vamos resumi-los brevemente.
Em primeiro lugar (vers. 1-5), Isaías deixa claro que a sua vocação
é obra de Deus, o Deus majestoso e santo, infinitamente acima do mundo e
distante da realidade pecadora.
Em segundo lugar (vers. 6-7), temos a objeção e a purificação. A
objeção do profeta é um elemento típico dos relatos de vocação.
Em terceiro lugar, temos a aceitação da missão pelo profeta.
Convém, a propósito, notar o seguinte: Isaías oferece-se sem saber ainda qual a
missão que lhe vai ser confiada; manifesta, dessa forma, a sua disponibilidade
absoluta para o serviço de Deus.
Temos, aqui, descrito o caminho da verdadeira vocação.
Cada um de nós tem a sua história de vocação: de muitas formas Deus
entra na nossa vida, desafia-nos para a missão, pede uma resposta positiva à
sua proposta. Temos consciência de que Deus nos chama – às vezes de formas bem
banais? Estamos atentos aos sinais que Ele semeia na nossa vida e através dos
quais Ele nos diz, dia a dia, o que quer de nós?
• A missão que Deus propõe está,
frequentemente, associada a dificuldades, a sofrimentos, a conflitos, a
confrontos… Por isso, é um caminho de cruz que, às vezes, procuramos evitar.
Será que eu consigo vencer o comodismo e a preguiça que me impedem de
concretizar a missão?
• É preciso ter consciência,
também, que as minhas limitações e indignidades muito humanas não podem servir
de desculpa para realizar a missão que Deus quer confiar-me: se Ele me pede um
serviço, dar-me-á a força para superar os meus limites e para cumprir o que Ele
me pede.
O texto que nos é proposto como
Evangelho é uma catequese que procura apresentar as coordenadas fundamentais da
identidade cristã: o que é ser cristão? Como se segue Jesus? O que é que
implica seguir Jesus?
Ser cristão é, em primeiro lugar, estar com Jesus “no mesmo barco”
(vers. 3). É desse barco (a comunidade cristã), que a Palavra de Jesus se
dirige ao mundo, propondo a todos a libertação (“pôs-Se a ensinar, da barca, a
multidão”).
Ser cristão é, em segundo lugar, escutar a proposta de Jesus, fazer
o que Ele diz, cumprir as suas indicações, lançar as redes ao mar (vers. 4-5).
Às vezes, as propostas de Jesus podem parecer ilógicas, incoerentes, ridículas
(e quantas vezes o parecem, face aos esquemas e valores do mundo…); mas é
preciso confiar incondicionalmente, entregar-se nas mãos d’Ele e cumprir à
risca as suas indicações (“porque Tu o dizes, lançarei as redes” – vers. 5).
Ser cristão é, em terceiro lugar, reconhecer Jesus como “o Senhor”
(vers. 8): é o que faz Pedro, ao perceber como a proposta de Jesus gera vida e
fecundidade para todos. Ser cristão é, em quarto lugar, aceitar a missão que
Jesus propõe: ser pescador de homens (vers. 10).
Chamados a ser “pescadores de homens”, temos por missão combater o mal,
a injustiça, o egoísmo, a miséria, tudo o que impede os homens nossos irmãos de
viver com dignidade e de ser felizes. É essa a nossa luta? Sentimos que
continuamos, dessa forma, o projeto libertador de Jesus?
• A nossa entrega é total, ou
parcial e calculada? Deixamos tudo na praia para seguir Jesus, porque o seu
projeto se tornou a prioridade da nossa vida?
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