Meditar é abrir a Alma para Deus
Como se faz a meditação:
Coloco-me diante de Nosso Senhor que me ensina uma verdade ou uma
virtude. Estimulo em mim a sede de harmonizar a minha alma com esse ideal.
Lastimo tudo quanto, em mim, lhe for contrário. Decido combater os obstáculos,
persuadido de que nada conseguirei sozinho e que tudo poderei obter pela
oração.
No momento da meditação:
Esforço-me por trazer ao espírito uma cena muito expressiva, que
substitua as minhas preocupações e distrações. Cena capaz de me empolgar e de
me colocar na presença de Deus, que no seu amor infinito, quer ser o meu
interlocutor. Imediatamente depois, impõe-se um ato de adoração profunda.
Humilho-me, profundamente, diante de Deus, faço um ato sincero de contrição, e
uma oração humilde e confiante para que Deus abençoe esta meditação.
A meditação é o braseiro que revigora a guarda do
coração:
Mediante a fidelidade a esta meditação, todos os exercícios de piedade
serão vivificados. A alma irá, aos poucos, adquirindo a vigilância e o espírito
de oração, isto é, o hábito de recorrer, continuamente, a Deus.
Meditação
é a ascensão do espírito até Deus:
“Subir deste modo como é um ato da razão não especulativa,
mas prática supõe atos da vontade.” - São Tomás
Verdadeiro trabalho:
A oração mental é um verdadeiro trabalho, sobretudo para os
principiantes. Trabalho, para se afastar, um instante, das criaturas e
elevar-se até Deus. Trabalho, para ficar, durante meia hora, fixo em Deus, e
adquirir novo impulso para o bem. Trabalho penoso que é coroado, em pouco
tempo, pela maior consolação deste mundo: a paz, na amizade e união com Jesus.
“A oração é apenas um trato de amizade,
em que a alma fala intimamente com aquele que a ama” - Santa Teresa.
Trato cordial:
Deus convida-nos, com amor, para este trato, mas também nos dá forças
para fazermos a meditação. Convida-nos a escutar a sua palavra – para usar a
feliz expressão de Bossuet – a linguagem da fé, da esperança e da caridade.
Trato simples:
Falarei a Deus, tal como sou, isto é, como tíbio (morno), como pecador,
ou como fervoroso. Com a ingenuidade e franqueza de uma criança, revelarei a
Deus o verdadeiro estado da minha alma.
Trato prático:
O ferreiro põe o ferro ao fogo, não para torná-lo brilhante, mas para o
moldar. Assim, também, a meditação ilumina a inteligência e aquece o coração,
para tornar a alma flexível, tirar as faltas, ou a forma, do velho homem, e
dar-lhe as virtudes e a forma de Jesus Cristo. Por conseguinte, a meditação
eleva a alma até à santidade de Jesus, para que Ele a afeiçoe, à sua imagem.
“Vós, Senhor Jesus, Vós mesmo, com a vossa mão dulcíssima,
misericordiosíssima, mas também fortíssima,
formareis e amassareis o meu coração” – Santo Agostinho.
A meditação gerará uma união íntima com Ele, mesmo durante as ocupações
mais absorventes. Vivendo a alma assim unida a Nosso Senhor pela guarda do
coração, atrairá a si os dons do Espírito Santo e as virtudes infusas, e poderá
ser chamada por Deus a um grau mais elevado de oração.
Jean-Baptiste Chautard sobre a importância da meditação para o enriquecimento de nossa vida
interior.
Dom
Jean-Baptiste Chautard (1858-1935) foi durante muitos anos Abade de Sept-Fons,
um mosteiro de Cister, na França. Ele é mais conhecido por seus escritos sobre
o apostolado, cuja fecundidade, depende de profunda vida interior do apóstolo.
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