S. Lucas 1,26-38.
«Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de
Deus e a põem em prática» (Lc 8,21)
Deus quer servir-Se de instrumentos para fazer as suas obras. […] Deus, que
nos deu uma vontade livre, quer que O sirvamos livremente como instrumentos,
ajustando a nossa vontade à sua, do mesmo modo que sua Santíssima Mãe,
quando diz: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a sua
palavra.»
A expressão «faça-se em mim» deve ressoar constantemente nos
nossos lábios, pois entre a vontade da Imaculada e a nossa deve existir uma
harmonia completa. Então que devemos fazer? Deixemo-nos conduzir por Maria e
nada teremos a temer.
(São Maximiliano Kolbe (1894-1941), franciscano, mártir
-Conferência de 13/06/1933 )
Maria
recebe do anjo a noticia de que seria a mãe do Messias. Como poderia
acontecer isso se ela não conhece homem? Fazendo uma relação com o
Evangelho de ontem, percebemos que mulheres estéreis geraram filhos por
obra divina, e filhos que atuaram decisivamente na história da salvação.
Maria não podia ter filhos, mas isso era fruto de sua vontade, de sua
consagração virginal. E nesta "esterilidade", Deus age. E sem a atuação
de um homem, mas do próprio Espírito Santo, Maria gera no seu ventre
virginal aquele que é o Senhor da história e que vai mudar radicalmente a
vida das pessoas.
A
Igreja, refletindo sobre a mãe de Jesus, foi entendendo, pouco a pouco,
toda a verdade desta figura singular. Neste processo, a Igreja chegou a
professar que o pecado original, tendo marcado para sempre a história
da humanidade, mas não lançou raízes no ser de Maria. Vivendo num mundo
de egoísmo, ela não foi contaminada pelo pecado. Esta graça e
privilégio, conferidos por Deus à mãe do Salvador, aconteceram por causa
de Jesus Cristo. Deus preparou para receber seu Filho, que seria imune
da culpa original, um ventre não corrompido pelo pecado. Maria, de certo
modo, experimentou, por antecipação, o fruto da ação de seu filho
Jesus, que viria ao mundo para salvar a humanidade do pecado. A mãe foi a
primeira a tirar partido da missão do Filho.
A santidade do Filho Jesus
santificou todo o ser da mãe Maria, desde que fora concebida. A
proclamação do anjo "Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo"
fundamenta a total santidade de Maria. Sendo cheia de graça, nela não
podia haver espaço para o pecado e para a infidelidade a Deus. E sua
existência, desde o início, só podia ser total comunhão com Deus. Por
outro lado, toda a vida de Maria foi marcada pela pessoa de Jesus, a
quem estaria ligada desde o momento do anúncio da encarnação. A
concepção imaculada é, pois, mais uma maravilha da graça de Deus na vida
de Maria.
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