Semana
Santa tempo de graça e vida nova.
A
Igreja inicia, no próximo domingo, a Semana Santa, a mais importante do ano,
quando celebra de maneira especial os mistérios da morte e ressurreição de
Jesus.
É
um tempo privilegiado de graça que Deus nos concede, convidando-nos a refletir
sobre a vida e a missão de Jesus, sobre seu sacrifício redentor, a fim de que
realizemos uma verdadeira conversão, confrontando nossa vida com os
ensinamentos do Divino Mestre.
A
Semana Santa se inicia com o Domingo de Ramos, quando recordamos a entrada
triunfal de Jesus em Jerusalém. O povo simples recebe Jesus com entusiasmo,
agitando ramos, aclamando-o como "bendito aquele que vem em nome do
Senhor". (Mc 11,9) Apesar de tanta festa, o Salvador está chegando a
Jerusalém para morrer na cruz, completar sua missão. E muitos que, nesse dia,
saudavam festivos a Jesus, dias depois irão pedir sua condenação. É o contraste
que marca nossa condição humana.
No
domingo também agitaremos ramos de palmeira, aclamaremos o Messias, não só
recordando o acontecimento passado, mas professando nossa fé no Divino
Redentor.
Depois,
de segunda a quarta-feira, a Liturgia nos oferece para meditação textos
bíblicos que ressaltam a missão redentora de Jesus. Nas nossas comunidades
paroquiais muitas celebrações acontecem, ajudando-nos a viver melhor esses
dias. Participe ativamente nesta semana rezando mais.
O
ponto alto da Semana Santa é o Tríduo Pascal
(ou Tríduo Sacro) que se inicia com a missa vespertina da Quinta-feira Santa e
se conclui com a Vigília Pascal, no Sábado Santo. Os três dias formam como que
uma só celebração, que resume toda a vida e missão de Jesus Cristo. Por isso,
nas celebrações da quinta-feira à noite e da sexta-feira não se dá a bênção
final; ela só será dada solenemente no final da Vigília Pascal.
Na
Quinta-feira Santa, recordamos a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio
ministerial. Na celebração da Ceia do Senhor, o
gesto do lava-pés nos convida à humildade e ao serviço e nos lembra o
mandamento novo que Cristo nos deixou. Depois de lavar os pés de seus
apóstolos, Ele proclama: "Eu vos dou um novo mandamento, que vos ameis uns
aos outros assim como Eu vos amei." (Jo 13,34)
A
Sexta-feira Santa é o momento mais marcante da semana,
que nos faz refletir sobre o grande amor de Jesus para com a humanidade,
entregando sua vida para nos salvar. Por isso Ele pôde afirmar: "Ninguém
tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos." (Jo 15,12)
Celebramos esse dia com a proclamação da Palavra de Deus e a adoração da cruz,
"da qual pendeu a salvação do mundo". Tudo se cala diante do
grandioso mistério de um Deus que se imola pela salvação de todos nós
pecadores.
Mas
a Semana Santa não termina na sexta-feira e sim no dia seguinte quando a Igreja
celebra festiva e solenemente a Vigília Pascal, revivendo a vitória de Jesus
que, vencendo a morte e o pecado, ressuscita glorioso. É uma celebração muito
bonita e rica de simbolismos, como o fogo, a luz e a água, que lembram a vida
nova que brota do Ressuscitado.
Vivamos
intensamente esses dias. E além da riqueza das celebrações, vamos como diz
Santa Teresa de Jesus: “Ponde os olhos no Crucificado e tudo o mais
se torna insignificante!”
A
Semana Santa é um tempo de profunda graça quando você coloca o seu coração nas
mãos de Deus, se entrega a Jesus, neste momento é o fim da vida velha e o
começo da vida nova, e de deixar passar o que já passou. Celebramos
a Páscoa, a vitória da vida sobre a morte, a ressurreição.
O
segredo para nos desfazermos de uma vida velha, desvalorizada, entristecida,
marcada por mágoas, ressentimentos e impulsos de vingança, que traz o peso dos
erros e pecados do passado, carregada de culpa pelas más escolhas que fizemos,
é dada pela Palavra de Deus, que, como um Pai misericordioso, nos coloca no
colo e nos indica o caminho: “Se alguém está em Cristo, é criatura nova. O que
era antigo passou, agora tudo é novo” (II Cor 5,17).
A
graça de Deus acontece quando encontra um coração disposto a colaborar com Ele.
Nós precisamos trabalhar juntos com o Espírito Santo para que a graça não nos
escape e dê frutos.
Pe
Emílio Carlos Mancini.
Diocese
de São Carlos.
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