Em todo tempo de nossas
vidas estamos preocupados com o que pensam e falam de nós.
Ficamos as vezes tão
magoados porque sabemos que alguém próximo de nós teve um juízo temerário sobre
nós, falou as nossas costas contra nós e nos sentimos decepcionados.
Primeiro decepcionados
com quem?
Com a pessoa que assim
agiu contra nós?
A verdade não, ficamos decepcionados
conosco mesmo, pois na verdade colocávamos uma expectativa muito maior nestas
pessoas, queremos que elas sejam tão perfeitas que não poderiam vacilar
conosco.
Se você é como muitos
cristãos, você deseja viver uma vida que agrada a Deus. Só que ao mesmo tempo,
sejamos honestos, você fica cansado de tentar viver a vida cristã. É que, às
vezes, a pressão parece ser grande demais, não parece?
Quando eu era ainda tão
pobre no conhecimento das realidades cristãs da doutrina e do viver em
seguimento comprometido com Jesus e seu Evangelho, o pecado nunca representou
um problema para mim. Eu particularmente não tinha consciência do pecado. Na
verdade, eu nem sentia culpa. Mas quando me tornei cristão... uau! Descobri que
havia coisas que eu estava fazendo que Deus não queria na minha vida. Também
aprendi sobre a necessidade de amar os outros, de ler a Bíblia, de orar, de
testemunhar, de discipular e de ser missionário do Reino, etc, foi por volta de
1980 quando fiz minha primeira experiência de oração e recebi a graça da efusão
do Espírito Santo . E muitas vezes pensei: “Era muito mais fácil ser ignorante
na fé”.
Mas agora que eu conhecia a Deus, sentia um tremendo senso de
responsabilidade de agradá-lo com a minha vida. Eu lia a Bíblia, encontrava um
mandamento, e parecia que versículo após versículo eu era capaz de dizer com
toda honestidade: “É, boa ideia. Preciso por isso em prática mais vezes”.
Felizmente Deus me
ensinou algo nas Escrituras que me libertaram de vez dessa mentalidade de
tentar ser altamente responsável, de estabelecer propósitos, para que eu
pudesse enxergar Deus de novo e ter prazer no meu relacionamento com ele não
por mera obrigação mas por um profundo sentir com Cristo tento sua mentalidade
e seus sentimentos.
Há um princípio importantíssimo
nas Escrituras que encontramos em Romanos, Gálatas, Efésios, 1 e 2 Coríntios —
na verdade, em todo o texto bíblico: Deus não exige de você perfeição. Deus não
espera que você se prove capaz. Deus nunca pensou que você pudesse viver a vida
cristã, e nem tinha a expectativa de que você realmente conseguisse cumprir
seus santos requisitos. Se ele achasse que você conseguiria, ele não teria
vindo ao mundo para morrer por você. Mas ele veio.
Jesus disse às multidões:
“Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês (Mateus 5,48)”.
É então verdade que as leis de Deus, seus mandamentos, exigem perfeição.
E se o
parâmetro para sermos aceitos por Deus fosse o modo como vivemos de acordo com
seus mandamentos, teríamos de ser perfeitos. Não é de admirar que Jesus tenha
vindo nos salvar da condenação pelos nossos pecados.
Deus tem consciência do
abismo entre sua perfeição e nossa impiedade. Mesmo sendo cristãos, há uma
tensão constante dentro de nós para que tentemos estreitar esse abismo, para
que assim nos sintamos mais confortáveis, mais perto de Deus. Algumas pessoas
tentarão estreitar esse abismo procurando baixar os padrões de Deus: “Deus não
está realmente dizendo...” Outras tentarão estreitar esse abismo buscando
melhorar seu desempenho: “Vou me esforçar mais...”
O que Deus diz sobre esse
abismo? Ele existe e sempre existirá. Mas você que colocou sua fé em Jesus, que
o recebeu em sua vida, que foi perdoado, declarado justo, que é precioso aos
seus olhos e que se entregou aos seus cuidados — você é completamente dele. E
ele o ama incondicionalmente, apesar desse abismo.
“Tendo sido, pois,
justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, por
meio de quem obtivemos acesso pela fé a esta graça na qual agora estamos firmes.”
(Romanos 5,1,21)
No entanto, provavelmente
chegará um momento em sua vida em que você terá certeza de que Deus agora quer
algo em troca.
O objetivo deste artigo é
evitar que você caia na armadilha de sentir que é sua responsabilidade agora satisfazer
as expectativas de Deus, assim como satisfazer as expectativas dos outros.
As Escrituras alertam contra isso, pois essa
atitude roubará de você a alegria de conhecer a Cristo.
Vamos então olhar com
seriedade para o que Deus diz a respeito do nosso relacionamento com ele.
Observemos as normas básicas, ou seja, o que ele diz sobre o nosso
relacionarmos com ele.
O mais importante é
procurar saber o que Deus espera de mim muito mais do que os outros acham de
mim.
( Continua na próxima postagem. )
Pe
Emílio Carlos Mancini
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