O
salmo 125 tem como tema principal a restauração do ser humano.
Os
dois primeiros versículos trazem a seguinte mensagem: “Quando o SENHOR
restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha. Então, a nossa boca se
encheu de riso, e a nossa língua, de júbilo; então, entre as nações se dizia:
Grandes coisas o SENHOR tem feito por eles”.
A
palavra restauração, no referido salmo, tem como sentido reconstituir a força,
o vigor, a energia, ou seja, revigorar.
Deus
tem poder para nos restaurar. O profeta Isaías afirmou que o Senhor dá vigor ao
cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor (Is 40,29).
Nós
não conseguimos recuperar o tempo, mas podemos viver uma nova vida com o tempo
que nos resta, revigorados pelo Senhor.
Podemos
ser restaurados quando permitimos que Deus aja na nossa vida. Revigorados,
passamos a ter propósitos, a confiar no Senhor. Deus tem planos maravilhosos
para cada cristão.
Nós
carregamos uma série de marcas e mágoas, provenientes de influências ruins e de
palavras negativas que nos foram dirigidas, que podem se tornar um martírio nas
nossas vidas. Deus quer mudar essa situação, quer que vivamos uma nova vida em
Jesus Cristo.
Deus
deseja restaurar a comunhão com o nosso próximo e com o próprio Senhor, como
também, a nossa fé e esperança. Assim, teremos prazer em servi-lo.
A
restauração tem como consequência a alegria de viver, conforme o próprio
salmista afirmou: “Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de
júbilo”.
O
revigoramento do Senhor, também, pode influenciar as pessoas que vivem ao nosso
redor, pois vão reconhecer as grandes coisas que o Senhor tem feito por nós.
Assim
necessitamos corações unidos pelo sopro divino, há um tempo em que é preciso
abandonar as roupas usadas, que já tem a forma de nosso corpo, e esquecer os
nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da
travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de
nós mesmos.
O
Espírito Santo é sopro, hálito, vento que gera vida, que move, impulsiona e
sopra onde quer. De onde vem e para onde vai não é fácil dizer. No entanto,
está presente, se faz sentir, age.
Sopra,
despoja, subverte, separa, varre, empurra, levanta, expande, toca de leve.
Aparecem e permanecem os sinais da sua passagem.
É
um vento leve, refrescante, novo, penetrante, inovador, cambiante; um sopro
sutil, interior, profundo; um sopro que não pode ser detido, sufocado. Ao mesmo
tempo é um vento impetuoso, desafiador e perigoso, pois pode conduzir a
direções inimagináveis. Envolve, mas não invade. Interroga, mas não condena.
Arrasta, mas não constrange.
Oferece,
mas não impõe. Presente, vital, essencial, livre, libertador. Pode ser acolhido
e tudo torna-se novo. Por isso, quem se deixa mover por Ele sente sua força e
reconhece sua ação. E, sem perder o chão da realidade e da história, aspira por
algo mais alto, mais profundo, mais bonito e transcendente.
Pe.
Emílio Carlos Mancini
Diocese
de São Carlos.
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