A busca humana
“Buscai as coisas do alto” ( Col 3,1 )
O homem de tempos em tempo sente em si a necessidade de ir buscar algo.
O mesmo sentimento que moveu nações e a história da humanidade permanece ainda em nossos dias a mover os corações humanos ainda com mais ímpetos, pois outrora o homem se rendia a voz materna da Igreja, diante de assuntos religiosos, científicos, humanos e matemáticos.
A força da busca se torna necessidade não de entender as coisas ao nosso a redor, como também se torna aos poucos a necessidade de sobrevivência e em conseqüência faz com que o senso crítico do homem moderno seja mais e mais apurado e cheio de desconfiança, entretanto os instrumentos para tal trabalho não pode e não deve ser outro a não serem as faculdades existentes no interior humano que se dá concretamente em duas perguntas uma sendo positiva e outra negativa, são elas: a primeira “Como” isso possibilita entendermos por mais complexo que seja aquilo que refletimos, visto que não nos fecha a uma ou a outra condição, mas as muitas possibilidades que possa vir ser preponderante ao chegar a um fim lógico ou metafísico. A segunda resposta de outra maneira é “Por que”, tal pergunta não nos coloca diante da força racional existente no interior humano, tornando-se assim uma barreira para aquilo que poderia vir a ser em nós ou em outrem, tornar-se causa de negativa, pois em si já é uma condição de má vontade possibilitando o desgosto por aquilo que refletirmos ou realizamos.
Assim o homem torna-se como que uma “moeda” contendo em si um valor humano e físico, a “cara” e a “coroa” e um único metal subdivido em três aspectos, corpo, alma e espírito, dimensão que faz a existência, a que faz a racionalização e a que transcendem em si mesmo e fora de si. Os valores espirituais, remetem o homem a busca de um mundo melhor nas pequenas coisas, as do dia-a-dia de sua vida, como no ver e viver as práticas mais simples como: “Sentir a brisa a suavizar em seu rosto, a água em satisfazer sua sede ou até mesmo no sentir o cheiro das coisas boas ou até mesmo ruins”.
Porém, os valores físicos colocam o mesmo homem em busca daquilo que lhe venha possibilitar o agora e o já de sua vida tendo como referência a sua realização pessoal nas coisas mais passageiras como: “Fartar-se de comida, ter tudo aquilo que seja para a sua própria satisfação...” tendo assim as necessidades do corpo satisfeita deixando a alma como que sem valor. A luta humana em nossos dias é quere fazer do que temporário eterno e o que eterno temporário.
A força que brota do homem e o faz buscar não pode ser outra a não ser buscar as coisas eternas, para qual somos todos predestinados é como que o “coração humano almeja retornar a sua origem”, pois esta querendo ou não é eterna é transcendente e não futurista...
Portanto, o homem de hoje é frustrado, pois busca em si mesmo aquilo que não está em si. A fonte originária da busca humana é a sua realização, mas acontece a partir de uma regra fundamental para nós cristãos que foge do “Como ou do Por que”, mas a conclusão de tais implicâncias deve se dar no “Para que”. Diante dos mais obscuros planos de Deus para sua vida o homem de todos os tempos, ontem ou hoje não só possibilita ao ser, mas deve ser o “Para que”, visto que isso implica ao homem tanto físico como espiritual uma característica intimamente forjada pela vida de busca, ou seja, a “Caridade”, pois essa virtude o torna capaz e sensível de não só buscar, mas achar e não só deter-se somente nisso, mas realizar concretamente aquilo que lhe implica a caridade, o amor. Assim a busca humana nunca será satisfeita se não usarmos a palavrinha “Para que”, pois esta implica em buscar e, sobretudo, achar a partir da caridade, do amor.
Jean Franco de Toledo
Filosofo.
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