“Neste mês de Maria,
Tão lindo mês de flores,
Queremos de Maria
Celebrar os louvores”
Assim cantavam as crianças, na sua pureza quase angelical, nas noites frias de maio, coroando a imagem da Virgem Maria, como a coroou seu Filho no Céu, na festa da Assunção.
Os tempos e os costumes mudaram e, com eles, também nós. Já não ouvimos ressoar aquela melodia, aquelas vozes e a coreografia que lembravam a corte celeste com seus anjos louvando e reverenciando a Mãe de Deus.
Passamos por um “desenvolvimento” científico e tecnológico em decorrência do qual as pessoas ficaram praticamente incapazes de acompanhar e, sobretudo, de analisar, contemplar e elevar as suas mentes ao desejo dos bens celestes.
A filosofia e a teologia se confundem no julgamento do que surge e que penetra profundamente em nossas vidas. Inquietos, questionadores e independentes buscamos, neste desenvolver natural da nossa condição humana, embora cheia de acidentes, encontrar satisfazer os desejos de felicidade.
Ora, a verdadeira e autêntica felicidade terrena só é possível ser alcançada se procurarmos, em primeiro lugar, que se realize já aqui na terra o Reino de Deus. Aí tudo o mais nos será dado, por acréscimo. E isto nos virá pelas mãos de Maria Santíssima, como é certo que, no mistério da redenção, quando o Pai Celeste quis dela o assentimento, o “sim”, pelo qual se tornou Co-Redentora –“Eis a serva do Senhor. Faça-se em mim a tua vontade”, antecipando, em segundos, no tempo, o Filho de Deus que ao entrar no mundo disse: “eis que venho, ó Deus, para fazer a tua vontade.”
Em toda a história da Igreja, Nossa Senhora se faz presente. Presença delicada, discreta, como
nas Bodas de Caná – “Meu Filho, eles não têm vinho” – como no segredo da encarnação do Verbo, como junto à cruz…
Na Grécia, como em Roma, quando a Igreja, saída das perseguições pagãs, teve de enfrentar novo perigo – o das heresias na formulação da fé –, no Concílio de Éfeso, São Cirilo de Alexandria, depois da definição dogmática, pôde saudá-la e invocar: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós!”
Nas ruas de Roma, invadida pelos bárbaros, nas esquinas, onde ainda se podem ver as imagens de Nossa Senhora, o povo a invocava como a ”Salvação do Povo Romano”, rezando como ainda o fazemos: “Sob vossa proteção nos refugiamos, Santa Mãe de Deus, não desprezeis nossas súplicas em nossa necessidades, mas livrai-nos de todos os perigos, o Virgem gloriosa e bendita.”
Na Idade Média, as catedrais góticas atestam a devoção à Santíssima Virgem e a gratidão do povo, nas calamidades daquele tempo. São Domingos de Gusmão empunhava o rosário contra a heresia dos albigenses; São Simão Stoc colocava o escapulário do Carmo, presente de Nossa Senhora para aqueles que recorrem à sua proteção, inclusive para passarem do purgatório para o céu.
Nos dias de hoje, em Lourdes e em Fátima, Nossa Senhora nos lembra que devemos voltar a uma vida santa, para evitar um grande castigo e aguardar o seu advento glorioso.
Um verdadeiro devoto de Maria Santíssima não se perde, ensinam São Bernardo de Claraval e Santo Afonso, e nos orientam para, em todas os momentos, de alegria e de angústia, de dificuldade e de incerteza, olharmos a Estrela, clamar por Maria – Respice Stellam. Voca Mariam. Ela está diante de seu Filho a interceder por nós, para que sejamos dignos de herdar as suas promessas, de vermos a Deus face a face, na eternidade.
(Baseado em www.catequisar.com.br)
inserido por padre Emílio Carlos+
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