Silêncio interior.
Infelizmente ainda não alcançamos o grau necessário
de silêncio interior. Estamos por demais agitados, cheios de tantas atividades
e preocupações que não nos deixam parar e silenciar
interiormente. A agitação frenética frequente
não nos permite silenciar para refletir em profundidade a vida e as coisas da
vida. Tornamo-nos, por isso, superficiais até nas ações ordinárias. As coisas
do mundo nos distraem de tal forma que acabamos por não nos escutarmos a nós
mesmos. Isso é grave.
Quem não se
escuta, não escuta. Não escutamos as outras pessoas e, muito menos a Deus, que
fala no silêncio. Aliás, é no silêncio interior que nos encontramos com o
Senhor de forma singular. Como é importante aprender a apropriar-se do
silêncio. Tenho dito que o silêncio é o cinzel com o qual Deus se serve para
burilar nossa alma.
Trata-se de um grande testemunho de intimidade com o Pai e, ao mesmo
tempo um grande convite para que deixemos de lado as tantas preocupações da
vida, que não nos levam a lugar algum, e nos coloquemos mais confiantemente nos
braços de Deus, através do silencio e da oração. Os grandes místicos e ascetas
encontravam o alimento para o crescimento na santidade, exatamente na
fecundidade do silencio e na oração.
Quanto mais podiam, retiravam-se das
coisas ordinárias do dia-a-dia, para viver na intimidade com o Senhor da vida.
Viviam tão enamorados de Deus que não mais conseguiam viver sem estes momentos
íntimos com Ele. Retiravam-se para os campos, para as montanhas, para as
praias, para os desertos, etc. O silêncio e as orações restauravam.
Para nós hoje não deveria ser diferente. No silêncio Deus se revela a
nós. Jamais escutaremos Deus no barulho e na agitação. Deus nos fala no
silêncio e nos escuta no silêncio. Como nos ensinava Madre Teresa de Calcutá,
“temos que aprender a silenciar os olhos, os ouvidos, a boca, o espírito e o
coração”.
A oração e o silêncio nos
agigantam em Deus.
Como vimos no final do Evangelho Marcos 6, 53-56 : A multidão toda procurava tocar em
Jesus, porque uma força saía dele, e curava a todos. O silêncio restaurador e a
oração/comunhão recarregam de tal forma nossas baterias interiores que acabamos
por ficar inteiramente energizados e iluminados pela graça santificante.
Moisés, por exemplo, desceu do monte com o rosto de tal forma iluminado que não
podiam sequer vê-lo. Não é exagero afirmar que a intimidade com Deus, nos torna
incandescentes.
E, iluminados, poderemos
decidir melhor as coisas e resolver com mais serenidade nossos problemas e
angústias. Com a luz do Espírito que brilha em nós, não cairemos no vazio de
decisões equivocadas. Só no silêncio interior é que entenderemos em
profundidade para qual missão Deus nos chama, como chamou os Apóstolos.
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