As aparências enganam...
“Porém o Senhor disse a Samuel:
O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o
coração.’” 1Samuel 16,7
Cuidado ao avaliar alguém pela aparência!
Não raro, ao olharmos para uma pessoa “radiografamos mentalmente” seu
perfil.
Acreditamos que alguém bem vestido e mostrando um bom visual deva ser
alguém abastado, sábio, importante. Damos-lhe uma atenção maior e o valorizamos
em detrimento àquele com vestuário simples e aparência humilde.
Agindo assim, quantas vezes erramos!
A qualidade e o valor de alguém não está no que ele mostra ser, mas,
sim, no que está oculto dentro de si.
Por isso, jamais devemos prejulgar o valor de alguém baseado nas
vestes, beleza, estatura, cor...posição social ...
Devemos, como exemplo, lembrar-nos quando Deus deu preferência à
oferta de Abel e não a de Caim.
Ele o fez não por aquilo que viu nas oferendas, mas pelo que viu no
coração de ambos. E viu no coração de Abel amor e alegria por estar ofertando o
fruto do seu trabalho.
Da mesma forma, não meça o valor de uma pessoa pelo seu exterior, e,
sim, pelo que os seus olhos veem ao “olhá-lo por dentro”. O que ele tem
guardado lá dentro - amor, respeito, bondade, justiça -, é o que o faz uma
pessoa especial! “O olhar humano vê aquilo que o outro faz; o olhar misericordioso
vê aquilo que o outro é.”
Seja uma pessoa que valoriza a essência, não a aparência, cultive os
valores mais profundos e não caia na tentação de se tornar um super -sumo em um
mundo de estrelas sem brilho próprio. Porque o importante neste mundo não é
brilhar mas cumprir a missão que Deus nos concedeu.
Muitas vezes as coisas não são observadas pelo que são, mas pelo que
parecem. São raros os que olham por dentro e muitos os que se contentam com as
aparências.
O Senhor nos conhece e “sabe tudo de nós, quando nos sentamos ou nos
levantamos. De longe penetra nossos pensamentos”(Sl 138,2). Das pessoas nós
podemos até nos esconder, mas de Deus não.
Como nos comportar diante do Senhor, que conhece o nosso coração?
Quando estivermos sozinhos ou com alguém sejamos sinceros. Às vezes, nos
comportamos de acordo com o público do momento, assumindo outras
personalidades; talvez para não desagradarmos ninguém e sermos bem aceitos
agimos assim.
No entanto, o que agrada ao Senhor verdadeiramente é quando somos nós
mesmos, porque, conhecendo-nos profundamente, derramou todo o Sangue na cruz
para nos salvar. Deus não se deixa impressionar pela imponência.
Minha avó dizia: Por fora bela viola, por dentro pão burulento.
Até
quando as pessoas se importarão mais com a aparência do que com a essência? Até
quando o ter vai ser mais importante que o ser? Até quando a aparência vai
valer mais que a sinceridade guardada no coração?
Santa Teresinha do Menino Jesus diz: “Eu sou aquilo que Deus pensa de
mim”. Refletindo sobre essa frase, vi que isso é uma grande verdade. Realmente
aquilo que sou não é nem mesmo o que vejo, quando olho no espelho, e muito
menos aquilo que as pessoas dizem de mim. Imagine a confusão em nossa vida se
fôssemos somente aquilo que as pessoas dizem de nós: um dia a pessoa diz que eu
sou lindo, no outro dia que sou feio, um dia que sou legal, virtuoso,
disponível, caridoso; no outro dia basta uma palavra ou discussão que sou tudo
ao contrário e o pior: até eu mesmo acho isso, cada dia acho uma coisa diferente.
Mas voltando para a frase da nossa jovem santa, pensemos na Eleição de
Deus por nós. Como poderia Deus nos escolher para si, se não nos conhecesse
como realmente somos, ou sem saber o que foi que Ele realmente criou? Deus olha
para nós como obra prima da sua criação, vê nossos defeitos e qualidades, mas
com seu olhar misericordioso conhece nossa mais profunda verdade e o desejo, lá
no fundo, de sermos bons… Bendito seja que:
O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê
o coração.’”
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