Diz o Concílio Vaticano II: «Pela regeneração e pela unção do
Espírito Santo, os batizados são consagrados para serem uma morada
espiritual».
O Espírito Santo «unge» o batizado, imprime-lhe a Sua
marca indelével (cf
2Cor 1,21-22)
e faz dele templo espiritual, isto é, enche-o com a santa presença de
Deus, graças à união e à conformação com Jesus Cristo. Com esta «unção»
espiritual, o cristão pode, por sua vez, repetir as palavras de Jesus:
«O Espírito do Senhor está sobre Mim: por isso, Me ungiu». […]
«A missão de Cristo — Sacerdote, Profeta-Mestre, Rei — continua na
Igreja. Todo o Povo de Deus participa nesta tríplice missão.» […] Os
fiéis leigos participam no múnus sacerdotal pelo qual Jesus Se ofereceu a
Si mesmo sobre a Cruz e continuamente Se oferece na celebração da
Eucaristia. […] «Todos os seus trabalhos, orações e empreendimentos
apostólicos, a vida conjugal e familiar, o trabalho de cada dia, o
descanso do espírito e do corpo, se forem feitos no Espírito, e as
próprias incomodidades da vida, […] se tornam em outros tantos
sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por Jesus Cristo (cf 1Ped
2,5); sacrifícios estes que são piedosamente oferecidos ao Pai,
juntamente com a oblação do corpo do Senhor, na celebração da
Eucaristia» (LG, 34). […]
A participação no múnus profético de Cristo […] habilita e empenha os
fiéis leigos a aceitar, na fé, o evangelho e a anunciá-lo com a palavra
e com as obras. […] Vivem a realeza cristã, sobretudo no combate
espiritual para vencerem dentro de si o reino do pecado (cf
Rom 6,12)
e depois, mediante o dom de si, para servirem […] o próprio Jesus
presente em todos os seus irmãos, sobretudo nos mais pequeninos (cf
Mt 25,40).
Mas os fiéis leigos são chamados de forma particular a restituir à
criação todo o seu valor originário.
Ao ordenar as coisas criadas para o
verdadeiro bem do homem, com uma ação animada pela vida da graça, os
fiéis leigos participam no exercício do poder com que Jesus Ressuscitado
atrai a Si todas as coisas e as submete, com Ele mesmo, ao Pai, de
forma que Deus seja tudo em todos (cf
1Cor 15,28;
Jo 12,32).
Comentário de São João Paulo II
São João Paulo II (1920-2005), papa
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