18ª Semana do Tempo Comum - 2ª Semana do Saltério
Festa: TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR
Marcos 9,2-10
Naquele tempo,
Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e os levou sozinhos a um lugar à
parte, sobre uma alta montanha. E transfigurou-se diante deles. Suas
roupas ficaram brilhantes e tão brancas como nenhuma lavadeira sobre a
terra poderia alvejar.
Apareceram-lhe
Elias e Moisés, e estavam conversando com Jesus. Então Pedro tomou a
palavra e disse a Jesus: “Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três
tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Pedro não
sabia o que dizer, pois estavam todos com muito medo. Então desceu uma
nuvem e os encobriu com sua sombra. E da nuvem saiu uma voz: “Este é o
meu Filho amado. Escutai o que ele diz!” E, de repente, olhando em
volta, não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus com eles.
Ao descerem da
montanha, Jesus ordenou que não contassem a ninguém o que tinham visto,
até que o Filho do Homem tivesse ressuscitado dos mortos. Eles
observaram esta ordem, mas comentavam entre si, o que queria dizer
“ressuscitar dos mortos”.
A
transfiguração de Jesus, no topo de um monte, prefigura a Ressurreição.
Os discípulos escolhidos têm a possibilidade de contemplá-lo na
condição de Ressuscitado. Todos os elementos da cena apontam para isto.
As vestes resplandecentes, absolutamente brancas, lembram o mundo
divino, ao qual Jesus pertence, e evocam alegria e vitória.
A presença
de Elias e Moisés indica ser Jesus o enviado definitivo do Pai, e
também, o esperado na consumação dos tempos. A reação de Pedro é
característica de quem faz uma experiência do sobrenatural: querer
perpetuar um momento privilegiado de contato com a divindade.
A
intervenção do Pai, cuja voz faz-se ouvir do meio de uma nuvem, não dá
margem para dúvidas. Efetivamente, os discípulos têm diante de si um ser
celestial, Filho amado de Deus, a quem devem dar toda atenção.
Exatamente, como poderão constatar após a Ressurreição. Por conseguinte,
o Jesus, que caminhará para a cruz, não será vítima de uma fatalidade
histórica, nem um fracassado que não conseguiu impor o seu projeto.
A
transfiguração revela sua identidade de Filho amado do Pai, ao qual é
absolutamente fiel. A ressurreição deixará patente esse amor.
Após a
morte ignominiosa de Jesus, na cruz, o Pai exaltará o Filho,
ressuscitando-o para a gloriosa imortalidade. Aí a transfiguração não
terá fim. E Jesus será glorioso para sempre!
Novamente
Jesus toma consigo um pequeno grupo (Pedro, Tiago e João) que como
sempre são as testemunhas oculares de toda a história, a eles é
apresentado um prelúdio de sua ressurreição gloriosa. Observe
atentamente toda a simbologia descrita por Marcos. O cenário da
Transfiguração não é um monte qualquer, mas uma “alta montanha”. O termo
com certeza faz alusão ao que disse o profeta Isaías 2,2-3a “No fim dos
tempos acontecerá que o monte da casa do Senhor estará colocado à
frente das montanhas, e dominará as colinas. Para aí acorrerão todas as
gentes, e os povos virão em multidão: Vinde, dirão eles, subamos à
montanha do Senhor...”. “Suas vestes tornaram-se resplandecentes” (v.3).
Para os judeus era um sinal da glória celeste, ele é verdadeiramente o
Messias. “Apareceram-lhes Elias e Moisés” (v.4).
Elias representava os
profetas e Moises a Lei, estando eles juntos a Jesus caracterizava que
tudo estava sob o seu julgo. “Mestre, é bom para nós estarmos aqui”
(v.5). Pedro diante do jubilo por vislumbrar um momento ímpar, deseja
perpetuá-lo, ainda com a visão deturpada acredita que será ali o momento
da instalação gloriosa do Reino, não sabia ele que esse momento seria
eternizado, mas só a partir da Ascensão do Senhor. A cena descrita no
v.7 está intimamente ligada ao Batismo de Jesus. E finalizando, temos a
observação de só revelar o que viram após a ressurreição, e o motivo é
obvio, não adiantaria em nada relatar agora já que ninguém iria
entender. Vejamos, os próprios discípulos que a tudo presenciaram não
conseguiram assimilar; “ressurgir dentre os mortos!”.
Os judeus
acreditavam na ressurreição, mas daí a aceitar que o Deus Redentor
deveria também passar pela morte, ai já era pedir demais. Jesus
anunciava uma ressurreição para já, enquanto que todos a aguardavam só
no final dos tempos.
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