A
tigela de madeira
Um senhor de idade foi morar com seu filho, a nora e o netinho de
doze anos de idade.
As mãos do velho eram trêmulas, sua visão embaçada e seus
passos vacilantes.
A família comia reunida à mesa. Mas, as mãos trêmulas e a
visão falha do avô o atrapalhavam na hora de comer.
Ervilhas rolavam de sua
colher e caíam no chão. Quando pegava o copo, leite era derramado na toalha da
mesa. O filho e a nora irritaram-se com a bagunça. "Precisamos tomar uma
providência com respeito ao papai", disse o filho. "Já tivemos
suficiente leite derramado, barulho de gente comendo com a boca aberta e comida
pelo chão." Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da
cozinha.
Ali, o avô comia sozinho enquanto o restante da família fazia as
refeições à mesa, com satisfação.
Desde que o velho quebrara um ou dois pratos,
sua comida agora era servida numa tigela de madeira.
Quando a família olhava
para o avô sentado ali sozinho, às vezes ele tinha lágrimas em seus olhos.
Mesmo assim, as únicas palavras que lhe diziam eram admoestações ásperas quando
ele deixava um talher ou comida cair ao chão.
O menino de 12 anos de idade
assistia a tudo em
silêncio. Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu que o
filho estava no chão, manuseando pedaços de madeira. Ele perguntou
delicadamente à criança: "O que você está fazendo?"
O menino respondeu docemente: "Oh, estou fazendo uma tigela
para você e mamãe comerem, quando eu crescer".
O garoto de doze anos de
idade sorriu e voltou ao trabalho.
Aquelas palavras tiveram um impacto tão
grande nos pais que eles ficaram mudos.
Então lágrimas começaram a escorrer de
seus olhos. Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam o que precisava
ser feito.
Naquela noite o pai tomou o avô pelas mãos e gentilmente conduziu-o
à mesa da família.
Dali para frente e até o final de seus dias ele comeu todas
as refeições com a família.
E por alguma razão, o marido e a esposa não se
importavam mais quando um garfo caía, leite era derramado ou a toalha da mesa
sujava.
De uma forma positiva, aprendi que não importa o que aconteça, ou
quão ruim pareça o dia de hoje, a vida continua, e amanhã será melhor.
Aprendi que se pode conhecer bem uma pessoa, pela forma como ela
lida com três coisas:
-um dia chuvoso,
-uma bagagem perdida
e os fios das luzes
de uma árvore de natal que se embaraçaram.
Aprendi que, não importa o tipo de relacionamento que tenha com
seus pais, você sentirá falta deles quando partirem.
Aprendi que "saber ganhar" a vida não é a mesma coisa
que "saber viver".
Aprendi que a vida às vezes nos dá uma segunda chance.
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