Católico adora imagens?
Um assunto que vez por outra vem à baila é o de que “católico é
adorador de imagem”, é sabido que o tema em questão é fruto de
pessoas que desconhecem a doutrina católica, ou o que é pior, conhecendo buscam
uma maneira de confundir o fiel que não tem uma fé enraizada na Palavra.
Fiel católico não adora, mas sim venera, aqueles que com a
vida souberam adorar ao único Deus verdadeiro. Eis o ensinamento de alguns
deles.
S. Gregório de Nissa (394): “O desenho mudo
sabe falar sobre as paredes das igrejas e ajuda grandemente.” (Panegírico de S. Teodoro, PG 46, 737d).
Santo Agostinho (430):
“É evidente que o milagre não é produzido materialmente pelas relíquias,
mas pela vontade de Deus sobre elas. Não há, pois, superstição alguma nas
peregrinações do povo cristãos a certos lugares em que Deus obra milagres pelas
relíquias ou imagens dos santos”.
S. Gregório Magno (604): a Sereno, bispo de
Marselha: “Tu não devias quebrar o que foi colocado nas igrejas não para ser
adorado, mas simplesmente para ser venerado. Uma coisa é adorar uma imagem,
outra coisa é aprender, mediante essa imagem, a quem se dirigem as tuas preces.
O que a Escritura é para aqueles que sabem ler, a imagem o é para os
ignorantes; mediante essas imagens aprendem o caminho a seguir. A imagem é o
livro daqueles que não sabem ler.” (Epístola XI
13 PL 77,1128c)
S. João Damasceno (749): “O que a Bíblia é para os que sabem ler, a imagem
o é para os iletrados”.(De imaginibus I 17 PG
94, 1248 c) “Antigamente Deus, que não tem corpo nem face, não poderia
ser absolutamente representado através duma imagem. Mas agora que Ele se fez
ver na carne e que Ele viveu com os homens, eu posso fazer uma imagem do que vi
de Deus.” “A beleza e a cor das imagens estimula minha oração. É uma festa para
os meus olhos, tanto quanto o espetáculo dos campos estimula o meu coração para
dar glória a Deus”. (CIC-1162)
Os santos concílios
reafirmam o pensamento dos grandes que experienciaram a Deus.
II Concílio de Nicéia (787): “Nós definimos com todo o rigor e cuidado que, à
semelhança da representação da cruz preciosa e vivificante, assim as venerandas
e sagradas imagens pintadas quer em mosaico, quer em qualquer outro material
adaptado, devem ser expostas nas santas igrejas de Deus, nas alfaias sagradas,
nos paramentos sagrados, nas paredes e nas mesas, nas casas e ruas; sejam elas
a imagem do Senhor Deus e Salvador Jesus Cristo, a da imaculada Senhora nossa,
a santa Mãe de Deus, dos santos anjos, de todos os santos justos”. (DS, 600-601)
Concílio de Trento (1545-1563): “As imagens de
Cristo e da Virgem Maria, Mãe de Deus, e dos Santos, devem ser guardadas nas
Igrejas, onde se lhes devem prestar a devida honra e veneração; não por crer
que haja nelas “Divindades” ou “virtude alguma”, a quem queremos adorar ou
pedir favores imitando os antigos gentios, que punham toda a sua confiança em
seus ídolos; mas porque as honras que lhes prestamos as referimos aos
protótipos que elas representam, de sorte que, quando beijamos uma imagem, ou
nos descobrimos ou prostramo-nos diante dela, adoramos Jesus Cristo e veneramos
os santos por elas representadas”.
E para não dar margem a
especulações de que só testemunhamos da nossa fé, leiamos o que pensa o pai do
protestantismo:
Martinho Lutero: “Penso
que no que diz respeito às imagens, símbolos e vestes litúrgicas e coisas
semelhantes, deixe-se à livre escolha. Quem não quiser essas coisas deixe-as de
lado. Se bem que as histórias inspiradas na Bíblia ou em histórias edificantes,
parecem-me serem muito úteis.” (Carta, 1528).
Quando eu escuto falar de Cristo, uma imagem de um homem pendurado numa cruz
toma meu coração, assim como o reflexo de meu rosto aparece naturalmente na
água quando eu olho nela. Se não é pecado, mas sim bom em ter uma imagem de Cristo
em meu coração, porque deveria ser um pecado de tê-lo em meus olhos? (Contra os Profetas Celestiais, 1525; LW, Vol. 40,99-100)
Porém, imagens para memoriais e testemunho, como crucifixos e imagens de
santos, são para ser tolerados… E não são apenas para ser tolerados, mas por
causa do memorial e testemunho eles são louváveis e honrados… (Ibid.,91)
Ser um bom cristão é “viver a nossa fé respeitando a dos outros”,
fazer proselitismo nunca foi o argumento de Jesus. Jo 14,27 “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha
paz”. Vivamos todos como irmãos
que somos a paz dada por Jesus.
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