3ª Semana do Tempo Comum - 3ª Semana do Saltério
São Marcos 4,21-25
Naquele tempo, Jesus disse à
multidão: “Quem é que traz uma lâmpada para colocá-la debaixo de um caixote, ou
debaixo da cama? Ao contrário, não a põe num candeeiro? Assim, tudo o que está
em segredo deverá ser descoberto. Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça”.
Jesus dizia ainda: “Prestai atenção no que ouvis: com a mesma medida com que medirdes,
também vós sereis medidos; e vos será dado ainda mais. Ao que tem alguma coisa, será dado ainda mais; do
que não tem, será tirado até mesmo o que ele tem”. - Palavra da Salvação.
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A
nossa vida não pode ser como a dos fariseus, que aparentam ser uma coisa quando
na verdade são outra. Somos chamados a ser filhos da luz e a viver como filhos
da luz, testemunhando o amor e a presença de Deus para todas as pessoas. Os
nossos pecados se opõem a esse chamado, dificultando o nosso testemunho e
obscurecendo a presença de Deus. Mas Deus age com misericórdia para conosco, se
procuramos nos reconhecer pecadores e buscamos a nossa conversão juntamente com
a conversão dos nossos irmãos e irmãs. Mas se agimos como fariseus,
demonstrando uma santidade que não temos e condenando os pecados das outras
pessoas, Deus nos pagará com a mesma moeda.
A
vivência da palavra de Jesus exige ser testemunhada publicamente.
Ela é
comparável a uma lâmpada, colocada num lugar estratégico para que seus raios
atinjam todos os recantos do ambiente. Não tem sentido colocá-la num lugar onde
seu brilho se restrinja a um pequeno âmbito. Portanto, quem adere a Jesus e
deixa que sua palavra seja colocada em seu coração, se torna responsável por
fazer esta luz irradiar-se de maneira plena.
O discípulo deverá prestar contas
desta responsabilidade. Se a palavra foi acolhida com liberdade e alegria e não
como uma imposição, ele não tem mais o direito de tratá-la com desleixo e não
deixá-la produzir em si seus efeitos. E os frutos da palavra se farão visíveis
na vida do discípulos, pelo testemunho de sua ação.
O Senhor haverá de
recompensá-lo por isto. O discípulo que se descuida e tem uma existência pobre
em testemunho de fé haverá de ficar privado do pouquinho que produziu. Não por
causa da quantidade, mas sim da displicência em relação à da palavra do Senhor.
O que pensava ter, não lhe servirá para nada.
O saber-se luz colocada pelo
Senhor para iluminar o mundo não deveria ser motivo de orgulho mundano por
parte do discípulo. Antes, trata-se de uma tarefa difícil e exigente, na qual
se poderá até perder a própria vida. Ser luz é uma responsabilidade.
Marcos
apresenta Jesus como sendo a luz que veio para extinguir de uma vez por todas a
escuridão que escraviza, é preciso enxergar que Deus opera seus milagres na
humanidade através de nós, mas para que isso aconteça é necessário que sejamos
um com Jesus. “Se alguém tem ouvidos para ouvir, que ouça” (v.23) Parece sem
sentido, mas se formos analisar, tem muita gente fechando não só os ouvidos,
mas também os olhos para as revelações de Deus. O autor sagrado afirma que devemos
estar atentos aos sinais, para que possamos agir com os irmãos da mesma forma
que Jesus.
A “medida” e o “tirar o pouco que tem”, está relacionado ao fato de
muitas vezes procedermos igualzinho aos sacerdotes, impondo aos que nos rodeiam
severas penalidades, exigindo uma conduta que não seguimos, e nos distanciamos
da caridade e do amor fraterno.
Quando nos retiramos da presença de Deus,
automaticamente desligamos a luz que revela a intimidade do Criador,
consequentemente as graças decorrentes desta intimidade deixam de fluir em nós,
e com o passar do tempo o pouco que tínhamos desaparece. -
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