SEI QUE O QUE ESCREVO É LONGO MAS PEÇO SUA REFLEXÃO;
Você é um construtor de muros ou pontes?
O que é mais fácil de construir? Ponte ou muro?
Que me perdoem os engenheiros, pois é um leigo em engenharia que
escreve, mas para nós neste contexto, o mais importante é o sentido
figurado a que esta expressão nos remete, desta forma, o muro é uma
construção muito mais fácil, definido o local e o material, é só começar
a subir! É fácil, é rápido…
É difícil ser comunhão fazer pontes... é mais fácil a divisão os muros e os abismos!
Assim é em nossa vida, em nossas relações, quando algo não vai bem e
não estamos dispostos, interessados em nos esforçar, abdicar, amar
incondicionalmente, “construímos um muro”, pode ser alto ou baixo,
construção lenta ou rápida, porém, uma vez erguido é muito difícil
derrubá-lo. Em nossa história já vimos muros serem construídos, muros
serem derrubados.
Quando pensamos na possibilidade remota de que a
humanidade está evoluindo, que um dia as pessoas aceitarão a opção do
outro, sem ter que rebatê-la, vem alguém e fala novamente em construção
de muro! Que decepção, que retrocesso!
Como é difícil querer crescer sabem porque?
Crescer dói...
Às vezes penso que é menos penoso continuar sendo o que sempre fomos.
Para que arriscar? Para que sair do porto seguro e singrar por rios
perigosos e traiçoeiros, que não conhecemos bem? Para que sair do
aconchego dos pensamentos que trazem sossego à alma, e aventurar-se por
abismos e montes escarpados? O senso comum diz que viver na planície é
mais seguro que escalar as altas montanhas.
Há cristãos que
gostam de viver nas planícies - as montanhas lhes dão vertigens. Há
cristãos que se recusam a sair da segurança encontrada nos limites do
terreno em que ele mantém controle, e sair fora dessa área demarcada na
alma é inimaginável para ele. É o medo de "perder" a identidade, é o
medo do novo, o medo do não conhecido.
Crescer é "abandonar"
posições confortáveis, é deixar o que é seguro, é começar a subir em
direção ao ar rarefeito dos altos montes. Crescer é recusar a permanecer
no conquistado, é romper com o passado, uma ruptura que vai levar a uma
descontinuidade da rota até então vivida.
Crescer dói porque
nos leva a dar um passo quando queríamos ficar parados. Os fariseus
foram incapazes de entender o que Jesus dizia e fazia porque se reusaram
a dar o segundo passado, a andar a segunda milha...
Todos os
seres vivos, animais e vegetais e até mesmo os minerais têm em si o
potencial de crescimento. Uma semente de laranja carrega em si a
potencialidade de um pé frondoso carregado de frutos. Um pires com água e
sal deixado por alguns dias começa a produzir pequenos cristais de
sódio. Todas as plantas crescem em direção ao sol.
Creio que o
cristão traz em si a capacidade de crescimento que o Espírito nos dá. Se
não temos crescido devemos olhar o que tem impedido esse processo.
Muito provavelmente desenvolvemos "apegos" à nossa forma de ser. Eles
funcionam como laços que nos impedem de dizer adeus à nossa infância,
aos nossos quereres, às manhas e manias, à forma fixa de pensar. Não
raro vemos adultos carregando sombras não resolvidas do passado que
assombram o presente, vemos homens e mulheres incapazes de um
relacionamento saudável por conta de resquícios infantis, que tinham
sentido lá atrás, mas agora só trazem complicações.
Paulo diz que
ele plantou, Apolo regou, mas Deus é quem dá o crescimento. Todo pai
quer ver seu filho crescendo. É o processo natural. Mas quando vemos,
nas regiões subnutridas de nosso país, pessoas que não crescem devido ao
nanismo - doença que causa um baixo desenvolvimento corporal - logo,
ficamos imaginando que pode estar havendo no meio cristão e católico e
em nossas comunidades um "nanismo espiritual", provocado por uma
alimentação inadequada ou por um desejo próprio, mas oculto da
consciência, de permanecer "ad eternum" no mesmo estágio.
Todos
os autores bíblicos exaltaram a profundidade do conhecimento e das
maravilhas de Deus. É quase uma afronta, diante do Rei, ficar na
superfície, viver de modo fútil, brigar por bobagens, contentar-se com a
mediocridade, buscar repetir experiências que, no passado, tiveram seu
significado, mas hoje não tem mais.....
Obsessão pelo passado, ou
tentar encontrar, no presente, imagens de um passado que já se foi
podem indicar um estratagema mental para não olhar para frente, e com
isso não ter a responsabilidade de crescer.
"Anões espirituais"
recusam-se a quebrar paradigmas, a ir além do que foi dado. Não há
coragem para invocar a Deus e pedir-lhe para revelar-nos coisas novas e
ocultas que não sabemos (Jr 33.3).
Crescer dói, mas sem crescer não há como alcançar a estatura que Deus deseja para nós.
Por isso já a ponte, exige estudo, dedicação, planejamento,
meticulosidade. Esforço… O que dizer desta palavra… Parece que hoje as
pessoas querem receber os louros da vitória sem o devido esforço, e
quando tem que se esforçar “construindo uma ponte”, não tem capacidade
para isso, e estão muito longe de enxergar e admitir sua própria
condição.
Quem não “constrói ponte”, frequentemente coloca a
culpa no outro e nunca assume a sua parte da história, aquilo que
podemos fazer, façamos a nossa parte.
Mostrar ao outro que vale a pena, nos unirmos, sermos irmãos.
Admiro os “construtores de pontes”. Reparem nas famílias, geralmente
tem sempre um integrante que faz questão de unir as pessoas, está sempre
cheio de planos e sua presença é definitivamente alegria contagiante!
Por outro lado, “o construtor de muros” pode estar falando: lá vem ele
de novo, querer juntar todo mundo, cansei, sempre a mesma coisa!
Há quem “construa pontes” na sociedade, na comunidade , na família,
engenharia muito mais difícil e complexa, é difícil em nossa própria
família, que dirá com estranhos?
É necessário interesse genuíno pelo próximo, em melhorar o mundo e a nós mesmos, plantar uma semente de amor e paz.
Com seu amor, com sua família, com seus amigos, colegas, lembre-se,
policie-se para sempre “construir pontes” diariamente, quando um pequeno
muro começar a se erguer, ainda tímido, derrube-o, vai ser fácil, e
então trabalhe arduamente na sua ponte e lembre-se que a ação do próximo
será o reflexo da sua ação.
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