Fil 3,12-16
Diante de todo e qualquer fracasso só existe uma saída: recomeçar. Recomeçar sempre, reerguer-se e seguir em frente.
No ciclo de vida da cigarra, ela passa um ano embaixo da terra, depois desperta e canta sob o sol até o momento de sua morte.
Este é um símbolo usado em uma canção de Violeta Parra, para significar o recomeço.
Ela diz ainda: "Muitas vezes te mataram, muitas ressuscitarás.... e na hora do naufrágio, alguém te resgatará, para ir cantando."
Sem falar nas palavras de Jesus ao filho da viúva, que já estava morto: "Eu te ordeno: Levanta-te."
Esta é a ordem que Ele nos dá diante de cada dificuldade, fracasso, dor ou angústia.
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo, renovar as esperanças na vida, é acreditar em você de novo...
Ter a certeza de que vamos alcançar nossas metas íntimas é tão importante quanto alcançá-las.
A reforma íntima, assim como qualquer projeto na vida, exige otimismo e fé para alcançar seus objetivos. Só será concretizada através de uma relação de confiança conosco mesmo.
Valorizemos aquilo que gostaríamos de ser, contudo, valorizemos também o que já conseguimos deixar de ser, aquilo que não nos convinha. Valorizemos a luz que há em nós; é com ela que resgataremos a condição de criaturas em comunhão com as Sábias Leis do Pai.
Costuma-se observar na atualidade uma “neurotização” da proposta de renovação interior. Muita impaciência e severidade têm acompanhado esse desafio, levando ao perfeccionismo por falta de entendimento do que seja realmente a reforma íntima. Quando digo a mim mesmo: “não posso mais falhar” será mais difícil o domínio interior. Precisamos aprender a ser “gente”, a ser humano, a exercer o autoperdão, a admitir falhas, ciente de que podemos recomeçar sempre e sempre, quantas vezes forem necessárias, sem que isso signifique, necessariamente, hipocrisia, fraqueza ou conivência com o mal. O objetivo é sermos melhor e não “os melhores”…
Essa “neurotização da virtude” gera um sistema de vida cheio de hábitos e condutas radicais e superficiais que são fronteiriços com o fanatismo; isso nos desaproxima ainda mais da autêntica mudança e nos faz preocupar mais com o que não devemos fazer, esquecendo de investir esforços e descobrir os caminhos para aquilo que devíamos estar fazendo, aquilo que queremos alcançar e ser.
Por isso a memorização e valorização das pequenas vitórias de cada dia haverão de nos trazer incentivo.
Não devemos fazer de nossos erros a nossa queda.
Recomeço sempre.
“Quando realmente amamos, aceitamos e aprovamos a nós mesmos exatamente como somos tudo na vida funciona“,
Em uma guerra perde-se muitas batalhas, como é natural ocorrer. O que não se pode é desistir de vencê-la; esquivemos, portanto, da vaidade de querer vencer todas as batalhas e assumamos a posição íntima do bom combatente, aquele que sabe respeitar seus limites e jamais desistir de lutar.
Vitória sobre si, esse é o nosso bom combate, conforme destaca o inolvidável Apóstolo de Tarso.
Nunca esqueça que mais importante que a severidade da disciplina com nossas imperfeições é a alegria que devemos cultivar com nossos pequenos triunfos e nossas tenras qualidades. Alegria é fonte de motivação e bem-estar para todos os dias.
Nos momentos de decepção contigo busque o trabalho, a oração e prossiga confiante na tua luta pessoal, acreditando nas tuas pequenas vitórias. Logo mais perceberás, espontaneamente, o valor que elas possuem para tua felicidade e o quanto significam para os que te rodeiam.
“Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível.” (São Francisco de Assis)
É sempre tão difícil começar, mas depois que a gente começa as coisas já reparou como elas engrenam??
São Francisco também diz: “Irmãos comecemos, pois até agora nada fizemos! Começar sempre! Desistir jamais ”.
Pe. Emílio Carlos Mancini+
grãozinho de areia
A†Ω
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