Torna-se evidente que aqueles que cuidam das ovelhas de Cristo com a intenção de fazer delas ovelhas suas mais do que de Cristo, têm por elas um afeto maior do que o que experimentam por Cristo.
O que os move é o desejo de glória, de poder e de proveito, e não o amoroso desejo de obedecer, de socorrer e de agradar a Deus. Esta palavra três vezes repetida por Cristo condena aqueles que fazem gemer o apóstolo Paulo quando os vê procurar mais os seus interesses que os de Jesus Cristo (Fil 2,21).
Com efeito, que significam estas palavras: «Amas-Me? Apascenta as minhas ovelhas»?
É como se Ele dissesse: Se Me amas, não cuides de ti mesmo, mas das minhas ovelhas; não as olhes como tuas, mas como minhas; nelas procura a minha glória e não a tua, o meu poder e não o teu, os meus interesses e não os teus. […]
Não nos preocupemos, pois, conosco mesmos; amemos o Senhor e, cuidando das suas ovelhas, procuremos o interesse do Senhor sem nos inquietarmos com o nosso.
Santo Agostinho
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