Testamento espiritual de Jesus
em forma de oração.
Terça feira 7ª. Semana da páscoa – Ano B
São João 17,1-11a
“Eu te rogo por eles. Não te rogo pelo mundo, mas por aqueles que me
deste, porque são teus. Tudo o que é meu é teu e tudo o que é teu é meu.
E eu sou glorificado neles. Já não estou no mundo, mas eles permanecem
no mundo, enquanto eu vou para junto de ti”.
Esta passagem do Evangelho é conhecida como oração sacerdotal e são
palavras que Jesus dirige ao Pai na hora de sua despedida e seu último
encontro com os discípulos. É como que um Testamento espiritual de Jesus
em forma de oração.
É o momento da glorificação que acontecerá através da paixão, morte e
ressurreição. Chegando ao final de sua missão, Jesus faz uma revisão
onde expressa o sentimento mais íntimo do seu coração e a descoberta
profunda de sua alma: a presença do Pai em sua vida.
Como cristãos imitadores de Cristo, devemos privilegiar todas as suas
atitudes pondo-as em prática em nossa vida. Entretanto, como o próprio
Jesus disse repetidas vezes que a fé é a nossa identidade cristã,
devemos privilegiar aquelas atitudes de Cristo nas quais Ele nos alertou
para a necessidade da fé. “Quem crer e for batizado será salvo. Quem
não crer será condenado”. Ele não disse quem não for batizado será
condenado, mas sim, quem não crer… Também disse: “Não tenhas medo.
Apenas acredite”. A fé é coisa imprescindível para a nossa salvação.
A nossa fé é como uma planta que precisa ser regada, alimentada. E os
alimentos da nossa fé, são: a palavra, a Eucaristia, caridade e muita
oração. Sem esses quatro alimentos nossa fé vai se esvaziando,
enfraquecendo até morrer.
O grande conforto e a maior esperança é que
Jesus disse nesta oração sacerdotal: Eles continuam no mundo, mas não
são do mundo. Somos cidadãos do céu e é para lá que todos iremos para
nele fazer nossa morada eterna.
São Cirilo de Alexandria bispo e doutor da Igreja no comentário sobre
o Evangelho de S. João, 4,2 nos ensina: “ Eu morro por todos, diz o
Senhor, para que todos tenham a vida por meu intermédio; Eu morro para
resgatar a carne de todos pela minha Carne. A morte morrerá na minha
morte e, juntamente comigo, ressuscitará a natureza humana do letargo em
que caíra. Com esse fim me tornei semelhante a vós, um homem autêntico
da descendência de Abraão, para ser em tudo semelhante aos meus irmãos
(cf Hb 2,17)”. Ora, o poder daquele que tinha o império da morte e, por
conseguinte, a mesma morte, nunca poderia ser aniquilada se Cristo não
se tivesse oferecido a si mesmo por nós: foi imolado um só em redenção
por todos.
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