O tempo é breve e Cumpriu-se
o tempo e está próximo o reino de Deus-
São palavras chaves
da liturgia deste 3º Domingo do Tempo comum -B.
Na
expressão “cumpriu-se o tempo”, o tempo é breve - a palavra grega utilizada por
e que traduzimos por “tempo” (“kairós”) refere-se a um tempo bem distinto do
tempo material (“chronos”), que é o tempo medido pelos relógios.
Poderia
traduzir-se como “de acordo com o projeto de salvação que Deus tem para o
mundo, chegou a altura determinada por Deus para o cumprimento das suas
promessas.
Que
“tempo” é esse que “se aproximou” dos homens e que está para começar? É o
“tempo” do “Reino de Deus”. Na verdade,
o cristão deve viver com a consciência de que “o tempo é breve”.
Ele
sabe que a sua vida não encontra sentido pleno e absoluto nesta terra e que a
sua passagem por este mundo é uma peregrinação ao encontro dessa vida
verdadeira e definitiva que só se encontra na comunhão plena com Deus.
Certa
é a hora que todos vamos partir incerto o dia, mas devemos estar sempre
preparados ...por isso hoje Nínive é a nossa vida que deve passar por
conversão- metanoia- transformação.
Tudo
aquilo que deixa um espaço maior para essa adesão a Cristo e ao seu caminho,
deve ser valorizado e potenciado. É aí que deve ser colocada a nossa aposta.
Precisamos
então de aprender que “para tudo há um momento, e que há um tempo para cada
coisa, que se deseja debaixo do céu” (Ecl.3,1)! Esta aprendizagem exige dar
tempo ao tempo, com duas atitudes concretas e decisivas, a pensar: a
primeira é a de não ficarmos obcecados pela onipotência. Temos de ter a
coragem de perceber e aceitar os nossos limites... a segunda atitude é a de saber
priorizar no dia-a-dia, o supérfluo do necessário
e primordial - dando o primeiro tempo ao que é mais importante, e menos tempo
ao que é secundário, concentrando melhor a nossa entrega, e deixando, para
Deus, «a melhor parte» do nosso tempo!
E
assim ganharemos tempo para redescobrir aquelas alegrias simples, que só a
lentidão e o silêncio nos permitem viver.
Portanto
é hora de - “Converter-se” que significa transformar a mentalidade e os
comportamentos, assumir uma nova atitude de vida a cada momento, reformular os
valores que orientam a nossa própria vida. É reequacionar a vida, de modo a que
Deus passe a estar no centro da existência do homem e ocupe sempre o primeiro
lugar.
É hora de “Acreditar”
que não é apenas aceitar um conjunto de verdades intelectuais; mas é,
sobretudo, aderir à pessoa de Jesus, escutar a sua proposta, acolhê-la no
coração, fazer dela o guia da própria vida.
“Acreditar” é escutar essa “Boa Notícia” de salvação e de libertação
(“evangelho”) que Jesus propõe e fazer dela o centro à volta do qual se
constrói toda a existência.
Assim também
no evangelho - A apresentação feita por Marcos do chamamento dos primeiros
discípulos não parece ser uma descrição fotográfica de acontecimentos
concretos, mas antes a definição de um modelo de toda a vocação cristã que
Marcos sugere: Esse chamamento exige uma
resposta imediata, total e incondicional, que deve levar a subalternizar tudo o
resto para seguir Jesus e para integrar a comunidade do Reino (Pedro,
André, Tiago e João não exigem garantias, não pedem tempo para pensar, para
medir os prós e os contras, para pôr em ordem os negócios, para se despedir do
pai ou dos amigos, mas limitam-se a “deixar tudo” e a seguir Jesus).
A
liturgia deste domingo apresenta, portanto, o convite que Jesus faz a todos os
homens no sentido de integrarem a comunidade do Reino; e apresenta também um
modelo para a forma como os chamados devem escutar e acolher esse chamamento.
Você permite
que Deus mude sua mente, ou nada muda.
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