Sim, renunciemos este homem que escraviza nosso espírito. É necessário
crucifica-lo, como disse o apóstolo Paulo: “Sabendo isto, que o nosso velho
homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para
que não sirvamos mais ao pecado; antes subjugo o meu corpo e o reduzo a
servidão, para que pregando aos outros eu mesmo não venha de alguma maneira
ficar reprovado” (Romanos 6,6).
E em relação ao próximo é renunciar nossa vontade em favor de outrem;
é suportar com paciência aqueles que se fazem nossos inimigos; é sacrificar
nossa razão e o nosso direito pela razão e pelo direito do próximo; é orar em
favor daqueles que nos perseguem; é humilhar-se diante daquele que se exalta.
Mas como isso é difícil Senhor!
Não é a função que ocupamos que nos faz maduros, pois como lideres
cristãos precisamos aprender a renunciar. Enquanto não aprendemos a renúncia,
sofremos; a pessoa que não renuncia seu EGO vive magoada, cheia de
ressentimentos, ódio, melindres, etc. Isso mata uma pessoa, a destrói porque seu EGO sempre está ferido.
Precisa chegar onde Paulo chegou: “Já estou crucificado com Cristo; logo já não
sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na
carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por
mim.” (Gálatas 2,19b e 20).
O QUE SIGNIFICA A RENÚNCIA DA PRÓPRIA VIDA- Se a renúncia do EU
refere-se às coisas do coração, de dentro. A renúncia da vida refere-se às
coisas externas que envolvem a vida.
“Aquele que quiser salvar sua vida, perdê-la-á, mas aquele que
renunciar sua vida por amor a mim e do evangelho, acha-la-á”.
Se desejamos agradar a Deus precisamos renunciar a vida mundana,
precisamos renunciar certas companhias, precisamos renunciar certos ambientes,
certos programas, etc.
A maturidade é alcançada com a renúncia de tudo que nos atrapalha, e
que se constitui pecado aos olhos de Deus.
Aqui está um grande problema, pois a renuncia está saindo do conceito
de muitas Igrejas, está se tornando uma palavra fora de moda. Mas não podemos
esquecer que é um ensino de Jesus, escrito nos evangelhos. Muitas Igrejas não
estão preocupadas com a qualidade de seus membros; mas precisamos trabalhar com
todas as pessoas, ensinando também a necessidade de renúncia da própria vida.
Quando não há renuncia, o enfraquecimento da Igreja é uma consequência certa.
Nossa maturidade está ligada à capacidade que temos de renúncia.
Muitos querem ser cristãos, seguir Jesus desde que não lhe sejam proibidos seus
pecados favoritos. Esta é a razão porque o evangelho tem perdido tanto sua
força, e, é rejeitado por muitos.
Uma Igreja comprometida com o mundo não tem aquele calor espiritual
que precisa ter; não se preocupa com os perdidos como deveria; não há aquele
amor fraterno entre os irmãos. Quando não temos capacidade de renuncia,
pensamos só em nós mesmos, em satisfazer nosso desejo. Paulo nos exorta:
“renunciando a impiedade, vivamos neste século presente, justa, sóbria e
piamente.” Precisamos viver diferentes do mundo ímpio!
Cristo espera que nos apresentemos pacientes, cuidadosos, para que o
mundo não tenha motivo de se escandalizar.
Renuncia é o reconhecimento da superioridade da vontade de Deus. “Nem
todo o que me diz Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus; mas aquele que faz
a vontade de meu Pai que está no céu.” (Mateus 7,21).
Muitos, embora conheçam a salvação, relutam em transferir à Deus o
total controle de suas vidas. Enquanto não aprendemos a renunciar, também não
podemos experimentar o que é viver realmente a vida cristã.
Mas lembremo-nos que
nossa maturidade espiritual é desejo de Deus.
Mas a maturidade espiritual de
uma pessoa depende da capacidade que ela tem de renúncia, do seu Ego e da sua
vida.
Só assim chegaremos à maturidade espiritual, tão esperada pelo Senhor.
Padre Emílio Carlos Mancini+
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