17º Domingo do Tempo
Comum - Ano C
Recebestes o espírito
de adoção filial; nele clamamos: «Abba, ó Pai».
O tema fundamental que a liturgia nos convida a refletir, neste domingo, é o tema da oração.
Ao colocar diante dos nossos
olhos os exemplos de Abraão e de Jesus, a Palavra de Deus mostra-nos a
importância da oração e ensina-nos a atitude que os crentes devem assumir no
seu diálogo com Deus.
A primeira leitura sugere que a verdadeira oração é um diálogo
“face a face”, no qual o homem – com humildade, reverência, respeito, mas
também com ousadia e confiança – apresentam a Deus as suas inquietações, as
suas dúvidas, os seus anseios e tenta perceber os projetos de Deus para o mundo
e para os homens.
O Evangelho senta-nos no banco da “escola de oração” de Jesus.
Ensina que a oração do crente deve ser um diálogo confiante de uma criança com
o seu “papá”. Com Jesus, o crente é convidado a descobrir em Deus “o Pai” e a
dialogar frequentemente com Ele acerca desse mundo novo que o Pai/Deus quer
oferecer aos homens.
A segunda leitura, sem aludir diretamente ao tema da oração,
convida a fazer de Cristo a referência fundamental (neste contexto de reflexão
sobre a oração, podemos dizer que Cristo tem de ser a referência e o modelo do
crente que reza: quer na frequência com que se dirige ao Pai, quer na forma
como dialoga com o Pai).
LEITURA I – Gen
18,20-32
Este texto do Livro do Gênesis
vem na sequência da primeira leitura do passado domingo. Depois de terem
deixado a tenda de Abraão, os três personagens dirigiram-se para a cidade de
Sodoma, a fim de constatar “in loco” o pecado dos habitantes da cidade. Abraão
acompanhou os seus visitantes divinos durante algum tempo. O autor jahwista
situa num lugar alto, a Este de Hebron – de onde se avista Sodoma (cf. Gn
19,27) – esse diálogo entre Abraão e Deus que o texto nos apresenta.
Sodoma era uma cidade antiga, que
se supõe ter existido nas margens do Mar Morto, ao sul da península de
El-Lisan. De acordo com as lendas, foi uma das cidades destruídas (as outras
teriam sido Gomorra, Adama, Seboim e Segor) por um cataclismo que ficou na
memória do povo bíblico. Alguns estudiosos modernos têm procurado uma
explicação para a lenda na geologia da área: a região fica situada na falha do
vale do Jordão, numa zona sujeita a terremotos e a atividades vulcânicas.
Depósitos de betume e de petróleo têm sido descobertos nesta região; e alguns
escritores antigos atestam a presença de gases que, uma vez inflamados,
poderiam causar uma terrível destruição, do tipo relatado em Gn 19. Terá sido
isso que aconteceu nessa zona?
É, provavelmente, essa recordação
de um antigo cataclismo que, em tempos imemoriais, destruiu a área, que
originou a reflexão que esta leitura nos apresenta. Poder-se-ia pensar que um
acontecimento pré-histórico muito remoto, cujos traços enigmáticos eram ainda
visíveis no tempo de Abraão (como o são ainda hoje), tenha excitado a fantasia
religiosa, no sentido de procurar as causas de uma tão terrível catástrofe.
O diálogo que a primeira leitura
de hoje nos propõe é um texto de transição que serve para ligar a lenda de
Mambré com as lendas que relatam a destruição de Sodoma e das cidades vizinhas.
Os autores jahwistas aproveitaram o ensejo para propor uma catequese sobre o
peso que o justo e o pecador têm diante de Deus.
Deus prepara-se para iniciar a “investigação”,
a fim de constatar da culpabilidade ou da não culpabilidade de Sodoma. É
precisamente aí que o autor jahwista resolve inserir essa pergunta fundamental
que o inquieta: que acontecerá se essa “investigação” revelar a existência na
cidade de um pequeno grupo de justos? Deus vai castigar toda a comunidade? Será
que um punhado de justos vale tanto que, por amor deles, Deus esteja disposto a
perdoar o castigo a uma multidão de culpados?
A ideia de que um punhado de
“justos” possa salvar a cidade pecadora é, em pleno séc. X a.C. (a época do
jahwista), uma ideia revolucionária. Para a mentalidade religiosa dos
israelitas desta altura, todos os membros de uma comunidade (família, cidade,
nação) eram solidários no bem e no mal; se alguém falhasse, o castigo devia,
invariavelmente, derramar-se sobre o grupo. No entanto, os catequistas
jahwistas atrevem-se a sugerir que talvez a “justiça” de uns tantos seja, para
Deus, mais importante do que o pecado da maioria. Apesar de tudo, ainda estamos
longe da perspectiva da retribuição e da responsabilidade individuais: essas
ideias só serão consagradas pela catequese de Israel a partir do séc. VI a.C.
(época do exílio na Babilônia).
O problema que Abraão procura
resolver é, portanto, se aos olhos de Deus um grupo de “justos” tem tal peso
que, por amor deles, Deus esteja disposto a suspender o castigo que pesa sobre
toda a coletividade. Os números sucessivamente avançados por Abraão (em forma
descendente, de 50 até 10) fazem parte do folclore do “regateio” oriental; mas
servem, também, para pôr em relevo a misericórdia e a “justiça de Deus”: a
descida até aos dez “justos” e as sucessivas manifestações da vontade de Deus
em suspender o castigo mostram que, n’Ele, a misericórdia é maior do que
vontade de castigar, que a vontade de salvar é infinitamente maior do que a
vontade de perder.
Definida a questão fundamental
que o jahwista quer abordar, detenhamo-nos agora um pouco na forma como se
desenrola a “conversa” entre Abraão e Deus. É um diálogo “face a face” no qual
Abraão se apresenta com humildade, com respeito, pois sente-se “pó e cinza”
diante da onipotência de Deus. No entanto, à medida que o diálogo avança e que
Abraão se confronta com a benevolência de Deus, vai surgindo a confiança.
Abraão chega a ser importuno na sua insistência e ousado no seu regateio.
Recordando a Deus os seus compromissos, ele aparece como o “intercessor”, que
consegue da misericórdia de Deus que um número insignificante de justos tenha
mais peso do que um número muito elevado de culpados.
É possível dialogar com Deus desta
forma familiar, confiante, insistente, ousada? Certamente, pois o Deus de
Abraão é esse Deus que veio ao encontro do homem, que entrou na sua tenda, que
Se sentou à sua mesa, que estabeleceu com ele comunhão, que realizou os sonhos
desse homem que O acolheu, que aceitou partilhar com Ele os seus projetos. Um
Deus que Se revela dessa forma é um Deus com quem o homem pode dialogar, com
amor e sem temor.
ATUALIZAÇÃO
Considerar, para a reflexão, os
seguintes dados:
¨ O diálogo entre Abraão e Deus a
propósito de Sodoma confirma esse Deus da comunhão, que vem ao encontro do
homem, que entra na sua casa, que Se senta à mesa com ele, que escuta os seus
anseios e que lhes dá resposta; e mostra, além disso, um Deus cheio de bondade
e de misericórdia, cuja vontade de salvar é infinitamente maior do que a
vontade de condenar. É esse Deus “próximo”, cheio de amor, que quer vir ao
nosso encontro e partilhar a nossa vida que temos de encontrar: só será
possível rezar, se antes tivermos descoberto este “rosto” de Deus.
¨ A “oração” de Abraão é paradigmática da
“oração” do crente: é um diálogo com Deus – um diálogo humilde, reverente,
respeitoso, mas também cheio de confiança, de ousadia e de esperança. Não é uma
repetição de palavras ocas, gravadas e repetidas por um gravador ou um
papagaio, mas um diálogo espontâneo e sincero, no qual o crente se expõe e
coloca diante de Deus tudo aquilo que lhe enche o coração. A minha oração é
este diálogo espontâneo, vivo, confiante com Deus, ou é uma repetição fastidiosa
de fórmulas feitas, mastigadas à pressa e sem significado?
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 137 (138)
Refrão: Quando Vos invoco, sempre me atendeis, Senhor.
De todo o coração, Senhor, eu Vos dou graças,
porque ouvistes as palavras da minha boca.
Na presença dos Anjos hei-de cantar-Vos
e adorar-Vos, voltando para o vosso templo santo.
Hei-de louvar o vosso nome pela vossa bondade e fidelidade,
porque exaltastes acima de tudo o vosso nome e a vossa
promessa.
Quando Vos invoquei, me respondestes, aumentastes a
fortaleza da minha alma.
O Senhor é excelso e olha para o humilde,
ao soberbo conhece-o de longe.
No meio da tribulação Vós me conservais a vida,
Vós me ajudais contra os meus inimigos.
A vossa mão direita me salvará,
o Senhor completará o que em meu auxílio começou.
Senhor, a vossa bondade é eterna,
não abandoneis a obra das vossas mãos.
LEITURA II – Col
2,12-14
Pela terceira semana consecutiva,
temos como segunda leitura um trecho dessa Carta aos Colossenses em que Paulo defende a
absoluta suficiência de Cristo para a salvação do homem.
O texto que hoje nos é proposto
integra uma perícope em que
Paulo polemiza contra os “falsos doutores” que confundiam os
cristãos de Colossos com exigências acerca de anjos, de ritos e de práticas
ascéticas (cf. Col 2,4-3,4). Depois de exortar os Colossenses à firmeza na fé
frente aos erros dos “falsos doutores” (cf. Col 2,4-8), Paulo afirma que Cristo
basta, pois é n’Ele que reside a plenitude da divindade; Ele é a cabeça de todo
o principado e potestade e foi Ele que nos redimiu com a sua morte (cf. Col
2,9-15).
A questão fundamental é, neste texto breve, a
afirmação da supremacia de Cristo e da sua suficiência na salvação do crente.
Pelo Batismo, o crente aderiu a Cristo e identificou-se com Cristo; a vida de
Cristo passou a circular nele: por isso, o crente – revivificado por Cristo –
morreu para o pecado e nasceu para a vida nova do Homem Novo. Em Cristo
encontramos, portanto, a vida em plenitude, sem que seja necessário recorrer a
mais nada (poderes angélicos, ritos, práticas) para ter acesso à salvação.
Para representar, de forma mais
explícita, o que significa este “morrer” e “ressuscitar”, Paulo refere-se a um
“documento de dívida” que a morte de Cristo teria “anulado”. Este “documento”
em que se reconhece a nossa dívida para com Deus pode designar aqui, quer a Lei
de Moisés (com as suas leis, exigências, prescrições, impossíveis de cumprir na
totalidade e constituindo, portanto, um documento de acusação contra as falhas
dos homens), quer o “registro” onde, de acordo com as tradições judaicas da
época, Deus inscreve as contas da humanidade (cf. Sal 139,16). De uma forma ou
de outra, não interessa acentuar demasiado esta imagem do “documento de
dívida”: ela é, apenas, uma linguagem, utilizada para significar que Cristo
anulou os nossos débitos (no sentido em que o nosso egoísmo e o nosso pecado
morreram, no instante em que
Ele nos libertou); e, através de Cristo, começou para nós uma
vida nova, liberta de tudo o que nos oprime, nos escraviza, nos rouba a
felicidade, nos impede o acesso à vida plena.
ATUALIZAÇÃO
Para a reflexão e atualização da
Palavra, considerar os seguintes elementos:
¨ Mais uma vez, a Palavra de Deus afirma a
absoluta centralidade de Cristo na nossa experiência cristã. É por Ele – e
apenas por Ele – que o nosso pecado e o nosso egoísmo são saneados e que temos
acesso à salvação – quer dizer, à vida nova do Homem Novo. É nisto que reside o
fundamental da nossa fé e é à volta de Cristo (da sua vida feita doação,
entrega, amor até à morte) que se deve centralizar a nossa existência de
cristãos. Ao denunciar a atitude dos Colossenses (mais preocupados com os
poderes dos anjos e com certas práticas e ritos do que com Cristo), Paulo
adverte-nos para não nos deixarmos afastar do essencial por aspectos
secundários. O critério fundamental, no que diz respeito à vivência da nossa
fé, deve ser este: tudo o que contribui para nos levar até Cristo é bom; tudo o
que nos distrai de Cristo é dispensável.
¨ É necessário ter consciência de que o
Batismo, identificando-nos com Jesus, constitui um ponto de partida para uma
vida vivida ao jeito de Jesus, na doação, no serviço, na entrega da vida por
amor. É este “caminho” que temos vindo a percorrer? A minha vida caminha,
decisivamente, em direção ao Homem Novo, ou mantém-me fossilizado no homem
velho do egoísmo, do orgulho e do pecado?
ALELUIA – Rom 8,15bc
Aleluia. Aleluia.
Recebestes o espírito de adoção filial;
nele clamamos: «Abba, ó Pai».
EVANGELHO – Lc 11,1-13
Continuamos, ainda, nesse
“caminho de Jerusalém” – quer dizer, a percorrer esse caminho espiritual que
prepara os discípulos para se assumirem, plenamente, como testemunhas do Reino.
A catequese que, neste contexto, Jesus apresenta aos discípulos é, hoje, sobre
a forma de dialogar com Deus.
Lucas é o evangelista da oração
de Jesus. Ele refere a oração de Jesus no Batismo (cf. Lc 3,21), antes da
eleição dos Doze (cf. Lc 6,12), antes do primeiro anúncio da paixão (cf. Lc
9,18), no contexto da transfiguração (cf. Lc 9,28-29), após o regresso dos
discípulos da missão (cf. Lc 10,21), na última ceia (cf. Lc 22,32), no
Getsemani (cf. Lc 22,40-46), na cruz (cf. Lc 23,34.46). Em geral, a oração é o
espaço de encontro de Jesus com o Pai, o momento do discernimento do projeto do
Pai.
O texto que hoje nos é proposto
apresenta-nos Jesus a orar ao Pai e a ensinar aos discípulos como orar ao Pai.
Não se trata tanto de ensinar uma fórmula fixa, que os discípulos devem repetir
de memória, mas mais de propor um “modelo”. De resto, o “Pai nosso” conservado
por Lucas é um tanto diferente do “Pai nosso” conservado por Mateus (cf. Mt
6,9-13) – o que pode explicar-se por tradições litúrgicas distintas. A versão
de Mateus condiz com um meio judeo-cristão, enquanto que a de Lucas – mais
breve e com menos embelezamentos litúrgicos – está mais próxima (provavelmente)
da oração original. Nenhuma destas versões pretende, na realidade, reproduzir
literalmente as palavras de Jesus, mas mostrar às comunidades cristãs qual a
atitude que se deve assumir no diálogo com Deus.
Como é que os discípulos devem, então, rezar?
Lucas refere-se a dois aspectos que devem ser considerados no diálogo com Deus.
O primeiro diz respeito à “forma”: deve ser um diálogo de um filho com o Pai; o
segundo diz respeito ao “assunto”: o diálogo incidirá na realização do plano do
Pai, no advento do mundo novo.
Tratar Deus como “Pai” não é
novidade nenhuma. No Antigo Testamento, Deus é “como um pai” que manifesta amor
e solicitude pelo seu Povo (cf. Os 11,1-9). No entanto, na boca de Jesus, a
palavra “Pai” referida a Deus não é usada em sentido simbólico, mas em sentido
real: para Jesus, Deus não é “como um pai”, mas é “o Pai”.
A própria linguagem com que Jesus
Se dirige a Deus mostra isto: a expressão “Pai” usada por Jesus traduz o original
aramaico “abba” (cf. Mc 14,36), tomada da maneira comum e familiar como as
crianças chamavam o seu “papá”. Ao referir-se a Deus desta forma, Jesus
manifesta a intimidade, o amor, a comunhão de vida, que o ligam a Deus.
No entanto, o aspecto mais surpreendente
reside no fato de Jesus ter aconselhado os seus discípulos a tratarem a Deus da
mesma forma, admitindo-os à comunhão que existe entre Ele e Deus. Porque é que
os discípulos podem chamar “Pai” a Deus? Porque, ao identificarem-se com Jesus
e ao acolherem as propostas de Jesus, eles estabelecem uma relação íntima com
Deus (a mesma relação de comunhão, de intimidade, de familiaridade que unem
Jesus e o Pai). Tornam-se, portanto, “filhos de Deus”.
Sentir-se “filho” desse Deus que
é “Pai” significa outra coisa: implica reconhecer a fraternidade que nos liga a
uma imensa família de irmãos. Dizer a Deus “Pai” implica sair do individualismo
que aliena, superar as divisões e destruir as barreiras que impedem de amar e
de ser solidários com os irmãos, filhos do mesmo “Pai”.
Desta forma, Cristo convida os
discípulos a assumirem, na sua relação e no seu diálogo com Deus, a mesma
atitude de Jesus: a atitude de uma criança que, com simplicidade, se entrega
confiadamente nas mãos do pai, acolhe naturalmente a sua ternura e o seu amor e
aceita a proposta de intimidade e de comunhão que essa relação pai/filho
implica; convida, também, os discípulos a assumirem-se como irmãos e a formarem
uma verdadeira família, unida à volta do amor e do cuidado do “Pai”.
Definida a “atitude”, falta
definir o “assunto” ou o “tema” da oração. Na perspectiva de Jesus, o diálogo
do crente com Deus deve, sobretudo, abordar o tema do advento do Reino, do
nascimento desse mundo novo que Deus nos quer oferecer. A referência à
“santificação do nome” expressa o desejo de que Deus se manifeste como salvador
aos olhos de todos os povos e o reconhecimento por parte dos homens, da justiça
e da bondade do projeto de Deus para o mundo; a referência à “vinda do Reino”
expressa o desejo de que esse mundo novo que Jesus veio propor se torne uma
realidade definitivamente presente na vida dos homens; a referência ao “pão de
cada dia” expressa o desejo de que Deus não cesse de nos alimentar com a sua
vida (na forma do pão material e na forma do pão espiritual); a referência ao
“perdão dos pecados” pede que a misericórdia de Deus não cesse de derramar-se
sobre as nossas infidelidades e que, a partir de nós, ela atinja também os
outros irmãos que falharam; a referência à “tentação” pede que Deus não nos deixe
seduzir pelo apelo das felicidades ilusórias, mas que nos ajude a caminhar ao
encontro da felicidade duradoura, da vida plena…
Duas parábolas finais completam o
quadro. O acento da primeira (vers. 5-8) não deve ser posto tanto na
insistência do “amigo importuno”, mas mais na ação do amigo que satisfaz o
pedido; o que Jesus pretende dizer é: se os homens são capazes de escutar o
apelo de um amigo importuno, ainda mais Deus atenderá gratuitamente aqueles que
se Lhe dirigem. A segunda parábola (vers. 9-13) convida à confiança em Deus:
Ele conhece-nos bem e sabe do que necessitamos; em todas as circunstâncias Ele
derramará sobre nós o Espírito, que nos permitirá enfrentar todas as situações
da vida com a força de Deus.
ATUALIZAÇÃO
Considerar, na reflexão, os
seguintes desenvolvimentos:
¨ O Evangelho de Lucas sublinha o
espaço significativo que Jesus dava, na sua vida, ao diálogo com o Pai –
nomeadamente, antes de certos momentos determinantes, nos quais se tornava
particularmente importante o cumprimento do projeto do Pai. Na minha vida,
encontro espaço para esse diálogo com o Pai? Na oração, procuro “sentir o
pulso” de Deus a propósito dos acontecimentos com que me deparo, de forma a
conhecer o seu projeto para mim, para a Igreja e para o mundo?
¨ A forma como Jesus Se dirige a
Deus mostra a existência de uma relação de intimidade, de amor, de confiança,
de comunhão entre Ele e o Pai (de tal forma que Jesus chama a Deus “papá”); e
Ele convida os seus discípulos a assumirem uma atitude semelhante quando se
dirigem a Deus… É essa a atitude que eu assumo na minha relação com Deus? Ele é
o “papá” a quem amo, a quem confio, a quem recorro, com quem partilho a vida,
ou é o Deus distante, inacessível, indiferente?
¨ A minha oração é uma oração
egoísta, de “pedinchice” ou é, antes de mais, um encontro, um diálogo, no qual
me esforço para escutar Deus, por estar em comunhão com Ele, por perceber os
seus projectos e acolhê-los?
¨ A minha oração é uma
“negociata” entre dois parceiros comerciais (“dou-te isto, se me deres aquilo”)
ou é um encontro com um amigo de quem preciso, a quem amo e com quem partilho
as preocupações, os sonhos e as esperanças?
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