Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha.
Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes.
Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor!
══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════
Ani Ledodi Vedodi Li
†
Pe.Emílio Carlos†
Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”
Para você entrar em nossos artigos click nas imagens nas laterais e encontrarás os lincks dos artigos postados.
Deus o Abençõe !
E que possas crescer com nossas postagens.
É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!
A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.
Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.
E eu sei quanto resisto a escolher-te.
"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"
Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !
Pe.Emílio Carlos†
Quem sou eu
domingo, 31 de março de 2013
“Ressuscitemos para a
Vida Nova”
Somos testemunhas
Na celebração da Vigília Pascal
recebemos um profundo ensinamento das leituras da Palavra de Deus que
proclamaram a presença do Ressuscitado e nos deram o sentido de sua
Ressurreição. Diversos foram os símbolos
usados como o fogo, a luz, a água, o canto e a comunidade, para nos introduzir
neste mistério.
Fomos
envolvidos pela renovação das promessas do Batismo e pela celebração da
Eucaristia. Neste Domingo de Páscoa podemos cantar o “Aleluia”, pois o Pai
ressuscitou Seu Filho e a nós que cremos Nele. Cristo, morrendo, destruiu a
morte, ressurgindo deu-nos a vida (prefácio). Nós somos testemunhas do
acontecimento da Ressurreição porque acolhemos o testemunho dos Apóstolos como
Pedro afirma na casa de Cornélio: “E nós somos testemunhas de tudo o que Jesus
fez na terra dos judeus e em Jerusalém. Eles O mataram, pregando-O numa cruz.
Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia, concedendo-lhe manifestar-se às testemunhas
que Deus havia escolhido: a nós que comemos e bebemos com Jesus, depois que
ressuscitou dos mortos” (At 10,40-41). São testemunhas de um Vivo.
O contato com
Jesus vivo, depois de ter passado pela morte e ressuscitado, deu aos apóstolos
e aos discípulos força de anúncio e libertação de todos os males, como o fora o
próprio Jesus que “ungido pelo Espírito e com poder, andou por toda parte
fazendo o bem e curando a todos que estavam dominados pelo demônio”. Assim
Pedro reconhece a presença do Espírito na casa de Cornélio, centurião romano.
Ali mesmo reconheceu que a boa notícia é para todos. O Espírito é dado também
aos pagãos. Por isso podem também receber o batismo. A Ressurreição é obra de
Deus.
Não basta ver,
é preciso crer.
Os discípulos
Pedro e João, ao anúncio de Madalena, correm ao túmulo. Pedro entrou no túmulo
e viu. João viu e creu. É a fé na Ressurreição que garante o testemunho. É o
Espírito que vai abrir a mente para que entendam. Ele está vivo.
A mulher é a
primeira testemunha, como a Igreja é a primeira a testemunhar que Cristo está
vivo e a garantia de sua presença no meio de nós. O Espírito ensina que a fé na
Ressurreição é garantia de vida eterna. Morrendo destruiu a morte, ressurgindo
deu-nos a vida (prefácio). A nós também cabe não somente saber, mas crer, isto
é, transformar a vida a partir dos frutos da Ressurreição que é a Vida Nova.
Paulo insiste: “Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as
coisas do alto;Aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres” (Cl
3,1-2). Crer significa um novo modo de viver. Não há fé só intelectual, mas
gera o modo de vida. Ela conduz também ao anúncio da certeza da Ressurreição.
Vida escondida
em Cristo
Fazemos parte da História da
Salvação. A Ressurreição nos une a Cristo, como disse Paulo: “Vós morrestes e a
vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus” (Cl 3,3). Estar com a vida em
Deus é o novo nascimento. A fé nos gera para Deus. Celebrando os mistérios
pascais, chegamos à luz da Ressurreição. E a Igreja se renova e renasce
(Oferendas).
A mudança de
conduta acontece quando nos abrimos à caridade. Tiramos as pedras da porta
do sepulcro de nosso coração e
manifestamos o Resuscitado. A Páscoa não é um acontecimento passado. Acontece
em cada ato de amor. A festa da Páscoa acenda sempre em nós o desejo do Céu.
Não desanimar quando tudo parece perdido. Ninguém está perdido. A todos, em
Cristo foram escancaradas as portas do Céu. Cada Eucaristia torna presente a
Ressurreição. Por isso dizemos: fazendo memória da Ressurreição.
Estar ressuscitado é buscar as coisas
celestes. Não tira a gente do mundo,
mas tira o mundo de dentro da gente. É dar sentido divino ao que vivemos na
natureza que Deus nos deu.
Como Pedro e
João, corremos ao túmulo para crer que Ele vive. É dia de alegria total, pois
nosso Redentor redimiu a todos e nos abriu as portas do Paraíso. Com a Páscoa
recebemos as maiores riquezas. Por que perder toda esta riqueza por tão poucas
coisas?
PROCLAMAMOS A VOSSA RESSURREIÇÃO!
O “mistério da fé, para a salvação do mundo”, não se fica, nem se fixa, no anúncio da paixão e morte do Salvador.
A inteira Páscoa de Cristo culmina na Sua ressurreição! Por isso, escutávamos, com grande espanto e enorme alegria, a mensagem que nos chegava do alto: «Não está aqui. Ressuscitou» (Lc 24,6).
O “mistério da fé, para a salvação do mundo”, não se fica, nem se fixa, no anúncio da paixão e morte do Salvador.
A inteira Páscoa de Cristo culmina na Sua ressurreição! Por isso, escutávamos, com grande espanto e enorme alegria, a mensagem que nos chegava do alto: «Não está aqui. Ressuscitou» (Lc 24,6).
A ressurreição de Jesus, é, de fato, um acontecimento, tão real e tão
histórico, como o da Sua paixão e morte na cruz. Mas, enquanto obra
suprema do amor de Deus (cf. CIC, nn. 648-650), o ato, em si mesmo, da
ressurreição de Jesus, não tem testemunhas oculares, que o descrevam;
ainda menos, a sua essência mais íntima, que é a passagem a uma outra
vida, poderia ser captada, pelos nossos sentidos (cf. CIC 647)! Por isso
justamente cantávamos, diante da luz nova do círio pascal: «Oh noite
bendita, única a ter conhecimento do tempo e da hora em que Cristo
ressuscitou do sepulcro».
A ressurreição de Jesus acontece na história, não passa à história, mas ultrapassa a própria história da nossa humanidade.
A ressurreição de Jesus acontece na história, não passa à história, mas ultrapassa a própria história da nossa humanidade.
De resto, a ressurreição é uma surpresa completa, para a fé dos judeus,
para a esperança das mulheres e dos discípulos, que nem queriam crer,
nem podiam ainda entender. E, neste sentido, também a ressurreição,
constitui um mistério, um acontecimento que os transcende a todos, uma
realidade que supera todas as suas expectativas (cf. CIC, nn. 639-647), e
que só o olhar da fé, iluminado pela Palavra das Escrituras, poderá
alcançar! Por isso se diz, que o discípulo amado, “viu e acreditou” (Jo
20,8)!
O sepulcro vazio é apenas um sinal aberto, para a fé. Da
experiência, real e histórica do encontro divinal, com o Cristo
Ressuscitado, é que brotarão depois todos os testemunhos da Sua
ressurreição.
Devemos ainda aqui esclarecer o que, já devia ser
claro: não se trata, para Jesus, de voltar à vida de antigamente (cf.
CIC, n. 646), ou de ser reanimado, ao terceiro dia. Não. A fé dos
apóstolos proclama a todos, pela boca de Pedro: “Deus ressuscitou-O ao
terceiro dia e permitiu manifestar-se a algumas testemunhas” (At.10,40).
O Ressuscitado é o mesmo Cristo vivo, que passou fazendo o bem! Ele é o
mesmo Crucificado, suspenso no madeiro, mas agora vive, e vive para
sempre, numa plenitude e numa condição de vida, que não mais conhece a
morte!
Neste dia da Ressurreição do Senhor, estamos a professar, a
celebrar e a viver o mistério central da nossa fé cristã, a tal ponto
que São Paulo avisara os coríntios: “Se Cristo não ressuscitou é vã a
vossa fé.(…) Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, como primícia dos
que morreram” (cf. I Cor.15,16-21). Por outras palavras, a ressurreição
de Jesus inaugura uma nova vida, para nós. Ela não é um acontecimento
isolado e do passado, que diga só respeito a um certo Jesus de Nazaré;
trata-se, de uma mutação decisiva, de uma transformação inteira, dentro
da nossa própria humanidade, que nos atinge e alcança a todos, que nos
leva e eleva da morte, para a vida inteira e verdadeira. A ressurreição
de Jesus é, por isso mesmo, o «princípio e fonte da nossa ressurreição
futura» (CIC, n. 655).
Crer que Jesus «ressuscitou ao terceiro dia»
significa reconhecer que o mal e a morte, o ódio e o pecado, a desgraça e
a injustiça, não têm a última palavra, pois o amor de Deus é mais forte
do que a própria morte! Na Páscoa de Cristo tem apenas início aquela
vida, para a qual o ser humano foi criado por Deus, e, com ela
inaugura-se a regeneração da humanidade inteira.
Até lá, até à nossa
ressurreição futura, até que Cristo venha, a nossa vida está em boas
mãos, está “escondida, com Cristo, em Deus” (Col.3,1-4). Até lá, até que
Ele venha, e se manifeste nEle a nossa vida, em toda a sua glória,
celebremos, com beleza e alegria, o mistério da fé, em cada Eucaristia,
anunciando a sua morte e proclamando a Sua Ressurreição!
terça-feira, 26 de março de 2013
A Vocação é o chamamento de Deus
que tem como finalidade a realização plena da pessoa humana.É um gesto gracioso de Deus que visa a plena humanização do Homem.
que tem como finalidade a realização plena da pessoa humana.É um gesto gracioso de Deus que visa a plena humanização do Homem.
É dom, é graça, é eleição cuidadosa, visando a construção do Reino de Deus.É um chamamento para fazer algo, para cumprir uma missão.
Toda pessoa é vocacionada, é eleita por Deus.É uma iniciativa gratuita, proposta que parte de Deus.Impulso interior de cada pessoa
que conscientemente responde ao plano de amor de Deus.
Toda pessoa é vocacionada, é eleita por Deus.É uma iniciativa gratuita, proposta que parte de Deus.Impulso interior de cada pessoa
que conscientemente responde ao plano de amor de Deus.
Pérola do Dia:
Vocação sentido da vida
Na
vida é importante, para não dizer decisivo, que cada um saiba
discernir a sua própria vocação ou chamamento, para dar assim uma
orientação definida à própria existência.
O
discernimento, contudo, não se improvisa. Fazem falta algumas
condições prévias, indispensáveis, se se quer realmente chegar a
conhecer o que Deus quer de cada um.
Pegando numa ideia fundamental da Bíblia, é central a ideia de CHAMAMENTO
para descrever a pessoa humana na sua relação com Deus. Os patriarcas,
os profetas, os apóstolos iniciaram a sua missão respondendo a um
chamamento de Deus. Muitas vezes trata-se de um acontecimento cheio de
temor, pelas implicações que tem, porque eles estão conscientes da sua
fragilidade; por isso, estão receosos antes de aceitar. Jeremias diz
que é demasiado jovem e inexperiente (Jer. 1,6); Isaías que é um homem
de lábios impuros (Is. 6, 5); Pedro que é um pecador (Lc. 5,8). Eles
sabem, no entanto, que foram escolhidos e chamados por Deus e estão
conscientes que a Sua ajuda e a Sua graça é suficiente para eles.
A palavra vocação expressa
muitas vezes a missão à qual alguém é chamado por Deus, mas o seu
significado vai mais além do que alguém é chamado a fazer: antes da missão, exprime o que a pessoa é chamada a ser.
No fundo, a vocação define a pessoa enquanto tal, assim como Deus quer
que seja. Por exemplo, no caso de Jeremias, Isaías e Pedro, o
chamamento não foi somente um colocar-se ao serviço de Deus, mas para
entrar no seu amor.
Na
verdade, uma vocação não é um simples convite para abraçar um estado
de vida, mas o próprio sentido da vida, que não teria nenhum
significado fora de Deus, cujo amor para conosco é sempre vivo.
Como posso responder ao Amor de Deus?
Mistério Pascal | ||||
“ Somos os traidores de hoje ”
– João 13,21-33.36-38 –
Mesmo sabendo que iria ser traído por Judas e que Pedro o negaria,
Jesus prosseguia na sua missão e não desanimava diante da perspectiva
de que seria abandonado pelos Seus servos. Afinal, fora para aquele
momento que Ele viera ao mundo e Nele o Pai seria glorificado.
A glória
de Deus manifestar-se-ia a partir do sofrimento do Seu Filho. Jesus,
então, tentava antecipar para os Seus discípulos o mistério que logo
mais iria ser desvendado. No entanto, eles não entendiam os seus sinais e
tiravam conclusões precipitadas sobre muitos aspectos e também sobre
quem iria trai-Lo, somente pelas aparências. Refletindo com este quadro e
fazendo uma analogia com a nossa vida pessoal, nós observamos que
dentro do contexto das ações humanas sempre há alguém que tem a função
de trair e, de negar, por isso, precisamos estar atentos (as), mesmo
quando estamos servindo a Deus, para que a nossa fraqueza não nos
imponha o papel de traidores (as).
Todos nós temos dificuldades de
entender os sinais de Deus e, por isso mesmo, muitas vezes, nós olhamos
mais para as “evidências” e julgamos os outros, sem nos aperceber de que
também somos capazes de trair a Deus.
Nunca nos consideramos
responsáveis pelas coisas que não dão certo, contudo, o Senhor que
conhece os nossos corações, sabe, de antemão, quando havemos de trai-lo e
de nega-lo, mas, também, tem conhecimento de quanto nós podemos
glorifica-Lo quando cumprimos com a nossa missão.
Há momentos em que
agimos como Pedro, em outros somos como Judas. Peçamos ao Senhor a
graça para que, pelo nosso testemunho, sejamos como João, o discípulo
amado, que se recostava no peito de Jesus e a quem o Mestre
confidenciava os Seus segredos a fim de que não estejamos entre os
infiéis.
- – Você sabia que trai a Deus quando não está vivendo segundo a Sua vontade?
- - Você sabe que negar a Deus é não dar testemunho dos dons e das graças de Deus na sua vida?
- – Você acha que o Senhor conhece o seu coração?
Não se cansar de amar
Também Jesus os fez, mostrando-se tão próximo de nós, tão humano!
Na Semana Santa duas coisas me impressionaram: o medo de Jesus -
“começou a sentir medo” - e o Seu pedido ao Pai de ser liberado do
enorme peso que estava caindo sobre Ele.
Quantas vezes também nós “temos medo”... por mil razões. Que as nossas gotas de medo afundem no Seu grande medo!
E quantas vezes temos vontade de fazer a Deus certos pedidos, que depois,
justamente enquanto os formulamos, lhes damos uma nova explicação, aderindo
assim a uma Sua vontade eventualmente diferente.
Talvez esses pedidos não sejam inúteis... talvez tenham um "porquê".
Quantas vezes também nós “temos medo”... por mil razões. Que as nossas gotas de medo afundem no Seu grande medo!
E quantas vezes temos vontade de fazer a Deus certos pedidos, que depois,
justamente enquanto os formulamos, lhes damos uma nova explicação, aderindo
assim a uma Sua vontade eventualmente diferente.
Talvez esses pedidos não sejam inúteis... talvez tenham um "porquê".
segunda-feira, 25 de março de 2013
Em comunhão com
Deus
Na oração podemos estar mais unidos a Deus em intima comunhão quando
a alma reconhece sua pequenez e seu “nada”. Assim absorto em Deus na santa
contemplação o Amante divino o atrai a Si e o diviniza com seu beijo
santificador levando-a a santa união.
Assim nossa única riqueza é esvaziar-nos cada vez mais de nós mesmos
para que possamos nos abrir à eternidade da intimidade amorosa, que nos torne,
mais sensíveis e solidários a seus apelos de sua vontade sapientíssima e sua
união mística tornando-nos almas esposas do divino Esposo e isto se dá pelo seu
Espírito que nos adorna com seus carismas e bens. Assim unidos nesta união
mística com o Sumo–Bem recebemos todos os bens e realiza em nossas almas
grandes coisas, misteriosas, pois no seu aniquilamento Deus a preenche com seu
Divino Amor e presença. Ele que não tem amor, mas é o próprio amor.
Então escutemos a voz do místico: “Mesmo que realizes muitas coisas,
não progredirás na perfeição, se não aprenderes a negar a tua vontade e a
sujeitar-te, deixando a preocupação de ti próprio e das tuas coisas”.
(São João da Cruz)
Com minha benção
Pe. Emílio
Carlos+
Pérola do Dia
Serenidade Sempre
Todo homem sábio é sereno.
A serenidade é conquista que se consegue a esforço pessoal e passo a passo.
Pequenos
desafios que são superados; irritação que se faz controlada; desajustes
emocionais corrigidos; vontade bem direcionada; ambição freada, são
experiências para a aquisição da serenidade.
Um Espírito sereno já se encontrou consigo próprio, sabendo o que, exatamente, deseja da vida.
A serenidade harmoniza, exteriorizando-se de forma agradável para os circunstantes.
Inspira confiança, acalma e propõe afeição.
O homem sereno já venceu grande parte da luta.
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A morte de Jesus
No nosso símbolo da fé, proclamamos que
Jesus “padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado”.
Estas afirmações possuem um denso conteúdo e nos auxiliam a compreender
o sentido de nossa redenção.
A entrega voluntária do Senhor na Cruz é ponto central do Evangelho pregado pela Igreja. “Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras” (ICor 15,3). Vejamos, agora, o que significa o mistério da sua morte.
A entrega voluntária do Senhor na Cruz é ponto central do Evangelho pregado pela Igreja. “Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras” (ICor 15,3). Vejamos, agora, o que significa o mistério da sua morte.
Ele morreu crucificado
Se observarmos os textos do Evangelho,
vamos perceber que a causa da condenação de Jesus foi a blasfêmia. Ele,
no entender do Sinédrio, dizia ser “Filho de Deus” (Mt 26,65; Mc 14,64;
Lc 22,71). Ora, a punição devida para um blasfemador era a morte (Lv
24,16; Mt 26,66). Além disto, as autoridades judaicas entregaram aos
romanos, como se ele fosse um líder contra as forças imperiais (Mc 15,1;
Lc 23,1-2.5). Desta forma, depois de inquirir o povo de Jerusalém sobre
a libertação de um prisioneiro (Mt 17,27; Mc 15,12), o governador
Pôncio Pilatos manda flagelar e crucificar Jesus por ter-se feito “rei
dos judeus” (Mt 27,26.37; Mc 15,15.26; 23,24), satisfazendo assim a
intenção do sumo sacerdote e dos demais anciãos do povo.
A entrega voluntária de Jesus À morte
Apesar das acusações e da condenação de
Jesus, sua morte não se deve a um conjunto de circunstâncias. Em todo o
tempo, o Novo Testamento nos afirma que Ele se entregou voluntariamente
na Cruz para redimir os pecados da humanidade (Jo 10, 17; Mt 20,28; 1Jo
4,10). O Messias era o Servo Sofredor que em sua morte redentora
revelava o amor divino. A consequência final e mais brutal na vida do
homem decaído era a morte. Jesus, fazendo-se homem, mesmo sem ter
cometido nenhuma transgressão, se entrega à morte para vencer o pecado e
suas consequências e participar, pela fé e pelos sacramentos, esta
vitória aos seus discípulos. Assim sendo, a causa mais profunda da morte
de Jesus não pode ser imputada aos homens que o condenaram à morte, mas
a toda humanidade pela experiência do pecado.
O único sacrifício de Cristo
A obra salvífica de Jesus se desenvolve
desde a encarnação até a ascensão, encontrando o seu ápice na sua morte e
ressurreição. A sua morte, ou a Páscoa da Cruz, possui dois sentidos
básicos: ela é o sacrifício pascal e o sacrifício da nova e eterna
aliança selado uma única vez. Pelo primeiro sentido, Jesus é sacerdote,
vítima e altar, pois, na Cruz, Ele oferece a si mesmo no templo do seu
corpo ao Pai (Hb 10,10.19-22). Esta entrega é o ato oposto ao de Adão e
Eva. Estes queriam ser autônomos diante de Deus, enquanto, Jesus, em sua
natureza humana, subordinou tudo à vontade divina.
O segundo sentido é o pacto de amizade
firmado pela entrega de Jesus. Deus, querendo selar uma aliança eterna e
definitiva com os homens, vem ao nosso encontro em Jesus, manifestando a
riqueza de seu amor, de sua misericórdia e de sua justiça (Mt 26,28; Jo
3,16). Apesar da transgressão do pecado, com o sacrifício de Jesus,
aparece a benevolência de Deus e a resposta fiel do homem. Doravante,
todos os homens vão ser chamados a entrarem na comunhão com o Pai,
através da entrega de Cristo na Cruz (Fl 3,10.18; Cl 3,3-4).
A Vitória de Cristo
A morte do Senhor na Cruz é a sua
vitória sobre o pecado, a morte e o demônio. Durante sua vida, Ele foi
igual aos homens em tudo, exceto no pecado. Sua morte é a entrega de um
inocente que carregava sobre si as consequências das transgressões da
humanidade. Ela é uma morte vicária e expiatória, na qual se visibiliza o
homem sem pecado capaz de se compadecer dos pecados dos seus irmãos.
Além disto, a morte não vence Jesus, pois Ele ressuscita! Sobre alguém
que já venceu a morte que poder ela ainda teria? O pró- prio demônio
atentou Jesus a se opor ao plano do Pai. Mas, Ele se manteve fiel e, por
isso, abriu um novo caminho para os homens vencerem também o pecado, a
morte e o demônio.
A Eucaristia
No dia anterior ao de sua morte, Jesus
antecipou aqueles eventos cruentos na Última Ceia. Lá, Ele instituiu o
memorial da sua entrega voluntária, sacrifical e expiatória através das
espécies do pão e do vinho, consagrando-os como seu corpo oferecido
pelos homens (Lc 22,19) e seu sangue derramado por muitos para remissão
dos pecados (Mt 26,28). Assim, a Eucaristia é o sacramento memorial da
entrega de Cristo na Cruz para a salvação da humanidade.
Para aprofundar...
Para saber mais sobre o assunto,
indicamos CIC, do número 571 até 630; o Compêndio do Catecismo, da
pergunta 112 a 124; e o Youcat, da pergunta 94 até 103.
Pe. Vitor Gino Finelon
Vice-Diretor das Escolas de Fé e Catequese
Mater Ecclesiae e Luz e Vida
Vice-Diretor das Escolas de Fé e Catequese
Mater Ecclesiae e Luz e Vida
Amar sem
medir
Até onde deve ir o amor
cristão?
Qual deve ser a sua medida?
Deve ter a mesma medida do amor de Jesus, isto é, sem medidas.
Um amor extremo, capaz de dar a própria vida.
Ninguém pode dizer que não é capaz.
Se por amor, escuto alguém, dei a minha vida.
Se por amor, estou ao seu lado nos momentos difíceis, estou dando a minha vida.
Se não julgo, se sei perdoar, se peço perdão, se sou justo e verdadeiro, é porque dou a minha vida.
Agindo sempre por Deus, com amor puro, serei capaz também de dar a vida física, se me for pedido um dia.
Qual deve ser a sua medida?
Deve ter a mesma medida do amor de Jesus, isto é, sem medidas.
Um amor extremo, capaz de dar a própria vida.
Ninguém pode dizer que não é capaz.
Se por amor, escuto alguém, dei a minha vida.
Se por amor, estou ao seu lado nos momentos difíceis, estou dando a minha vida.
Se não julgo, se sei perdoar, se peço perdão, se sou justo e verdadeiro, é porque dou a minha vida.
Agindo sempre por Deus, com amor puro, serei capaz também de dar a vida física, se me for pedido um dia.
– “Amor e gratidão”
Evangelho – João 12, 1-11
A mesma Maria que antes sentara aos pés do Mestre para ouvi-Lo e vira
seu irmão Lázaro ser ressuscitado por Jesus, nos dá, agora, uma
demonstração de amor e gratidão ao derramar o seu perfume precioso e
caríssimo nos pés de Jesus e enxugá-los com seus cabelos.
A gratidão significa o nosso reconhecimento de tudo que o Senhor tem realizado em nós e no nosso meio. Foi a gratidão que levou Maria a oferecer a Jesus o que de mais valioso ela possuía.
Assim fazendo ela entregava a Ele o que tinha de melhor, a sua vida, e com ela todo o seu amor. Jesus sabia que estava prestes a ser entregue e que vivia os seus últimos momentos aqui na terra e já se despedia dos seus amigos, por isso, aceitou de bom grado aquele presente mesmo sob o protesto de Judas que querendo confundir os outros falava da necessidade de pessoas pobres. Jesus soube argumentar: “pobres, sempre terei convosco, mas a mim nem sempre me tereis”.
Neste Evangelho nós aprendemos com Maria e com Jesus. Com Maria nós apreendemos que a vida atual aqui na terra é o momento favorável para que também façamos a oferta de tudo quanto temos de precioso: o perfume da nossa oração, da nossa adoração, mas também dos nossos atos concretos de amor, de despojamento.
O Senhor nos chama para exalar no mundo o perfume do Seu Amor! Por isso, Ele nos ensina a perceber os sinais de misericórdia que Deus nos dá quando estamos nos momentos decisivos da nossa vida e a aceitar os presentes e as dádivas que vêm do céu por meio das pessoas que nos oferecem algo precioso.
Com certeza, o gesto de Maria foi para Jesus como o perdão que damos a quem nos ofende, a reconciliação que promovemos na nossa família, a compreensão que temos com os erros dos nossos irmãos, o tempo que dedicamos às causas justas.
Assim, portanto, nós ainda temos oportunidade de também derramar aos pés de Jesus o que temos de tão precioso, o tempo em que vivemos para demonstrar a alguém a nossa gratidão, perdão e reconciliação, enfim, o perfume do nosso amor.
A gratidão significa o nosso reconhecimento de tudo que o Senhor tem realizado em nós e no nosso meio. Foi a gratidão que levou Maria a oferecer a Jesus o que de mais valioso ela possuía.
Assim fazendo ela entregava a Ele o que tinha de melhor, a sua vida, e com ela todo o seu amor. Jesus sabia que estava prestes a ser entregue e que vivia os seus últimos momentos aqui na terra e já se despedia dos seus amigos, por isso, aceitou de bom grado aquele presente mesmo sob o protesto de Judas que querendo confundir os outros falava da necessidade de pessoas pobres. Jesus soube argumentar: “pobres, sempre terei convosco, mas a mim nem sempre me tereis”.
Neste Evangelho nós aprendemos com Maria e com Jesus. Com Maria nós apreendemos que a vida atual aqui na terra é o momento favorável para que também façamos a oferta de tudo quanto temos de precioso: o perfume da nossa oração, da nossa adoração, mas também dos nossos atos concretos de amor, de despojamento.
O Senhor nos chama para exalar no mundo o perfume do Seu Amor! Por isso, Ele nos ensina a perceber os sinais de misericórdia que Deus nos dá quando estamos nos momentos decisivos da nossa vida e a aceitar os presentes e as dádivas que vêm do céu por meio das pessoas que nos oferecem algo precioso.
Com certeza, o gesto de Maria foi para Jesus como o perdão que damos a quem nos ofende, a reconciliação que promovemos na nossa família, a compreensão que temos com os erros dos nossos irmãos, o tempo que dedicamos às causas justas.
Assim, portanto, nós ainda temos oportunidade de também derramar aos pés de Jesus o que temos de tão precioso, o tempo em que vivemos para demonstrar a alguém a nossa gratidão, perdão e reconciliação, enfim, o perfume do nosso amor.
- - Como você tem aproveitado o tempo que está vivendo?
- – A quem você tem se dedicado?- Você tem cuidado somente das suas “coisinhas” ou tem tido interesse pela vida de alguém mais?
- – Você tem oferecido a Deus o momento presente da sua vida?
- – Você se preocupa com os pobres?
- – Como você poderá exalar no mundo o perfume do Amor de Deus?
- Pense nisto!
A casa inteira encheu-se do aroma do perfume.
Seis
dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde morava Lázaro, que ele
tinha ressuscitado dos mortos. Lá, ofereceram-lhe um jantar. Marta
servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele.
Maria, então, tomando meio litro de perfume de nardo puro e muito caro, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os cabelos.
Maria, então, tomando meio litro de perfume de nardo puro e muito caro, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os cabelos.
A casa inteira encheu-se do aroma do perfume. Judas Iscariotes, um
dos discípulos, aquele que entregaria Jesus, falou assim:«Por que este
perfume não foi vendido por trezentos denários para se dar aos pobres?».
Falou assim, não porque se preocupasse com os pobres, mas, porque era
ladrão: ele guardava a bolsa e roubava o que nela se depositava. Jesus,
porém, disse: «Deixa-a! que ela o guarde em vista do meu sepultamento.
Os pobres, sempre os tendes convosco. A mim, no entanto, nem sempre
tereis».
Muitos judeus souberam que ele estava em Betânia e foram para lá, não
só por causa dele, mas também porque queriam ver Lázaro, que Jesus
tinha ressuscitado dos mortos. Os sumos sacerdotes, então, decidiram
matar também Lázaro, pois por causa dele muitos se afastavam dos judeus e
começaram a crer em Jesus».
Meditação: Jesus em Betânia
Esta cena de Betânia nos apresenta duas pessoas olhando para Jesus:
Maria e Judas. Maria quer expressar todo seu amor. E o faz com um
presente de qualidade, bastante caro. Judas, infelizmente, não entende a
linguagem do amor. Só entende a linguagem do interesse, disfarçado em
caridade: partilhar com os pobres. O perfume com que Maria unge os pés
de Jesus é símbolo de unidade, de amor.
O que o texto diz para mim? Para nós, hoje?
Posso oferecer perfume de boa qualidade a Jesus, expressando meu
amor. Ou disfarçar minha caridade, meu amor. Em Aparecida, os bispos
falaram deste amor, em vários momentos: “Para ficar parecido
verdadeiramente com o Mestre é necessário assumir a centralidade do
Mandamento do amor, que Ele quis chamar seu e novo: “Amem-se uns aos
outros, como eu os amei” (Jo 15,12).
Este amor, com a medida de Jesus, com total dom de si, além de ser o
diferencial de cada cristão, não pode deixar de ser a característica de
sua Igreja, comunidade discípula de Cristo, cujo testemunho de caridade
fraterna será o primeiro e principal anúncio, “todos reconhecerão que
sois meus discípulos” (Jo 13,35). (DAp 138).
Ir. Patrícia Silva, fsp
domingo, 24 de março de 2013
A FOME E
A SEDE DOS QUE VIVEM O EVANGELHO
Se olharmos para os primeiros dias da Igreja,
poderemos ficar espantados com a sua força, especialmente no que diz respeito àqueles
que fundaram templos e comunidades.
Pois apesar do fato de que essas pessoas eram
homens simples e mesmo ignorantes sobre a Bíblia, suas vidas espirituais e as
manifestações de fé, amor e zelo que ofertaram foram poderosos exemplos de uma
existência vivida de acordo com os preceitos do Evangelho, de forma que até os
dias de hoje, nós continuamos a recorrer à sua fé e a cultivar as suas
tradições, ainda que tenhamos dificuldade de compreender a espiritualidade, que
era por eles facilmente compreendida e vivenciada.
Essas pessoas simples entendiam o
Evangelho, elas o compreendiam como uma vida para ser vivida e não como uma
coleção de princípios para serem alvo de debates.
Nisso se recusaram a compreendê-lo em um nível
puramente acadêmico.
E hoje, fiéis seguidores de Cristo ainda
buscam orientar a vida de acordo com o Evangelho com base nas mesmas percepções,
da primavera da vida dos primeiros cristãos.
Essas primeiras comunidades, inflamadas pelo
amor por Cristo, não tinham credos, estudo patrístico, exposições das
Escrituras, mas cultivavam as poucas palavras de Cristo, que ao atingirem os
seus ouvidos imediatamente tornavam-se o seu credo, não necessitando de
explicações de docência ou intrincadas interpretações, mas sim e
fundamentalmente, necessitavam, uma vez que haviam conhecido a Verdade,
vivenciar esta Verdade.
E era através da experiência, do viver a
Verdade, que estes homens descobriram o poder das palavras e assim trouxeram à
tona os mistérios que elas continham.
E assim o seu zelo, amor e fé em Cristo e no
Evangelho crescia.
Quando ouviam "Bem-aventurados os pobres
em espírito", e então vendiam tudo e colocavam seu dinheiro aos pés dos
apóstolos.
Quando ouviam "Bem-aventurados os que
choram”, eles desprezavam todo o sofrimento e cansaço natural ao serviço ao
Senhor.
Quando ouviam "Bem-aventurados os que são
perseguidos por causa da justiça”, entregavam-se as mais cruéis humilhações,
ataques e insultos.
Quando ouviam "Vigiai e orai", reuniam-se
nas catacumbas para vigiar e orar a noite toda.
Quando ouviam "Amai os vossos inimigos”, não
ofereciam qualquer resistência aos seus perseguidores, curvando seus pescoços
para a espada com humildade e obediência, para honrar a palavra de Cristo.
Estas eram para eles as consequências práticas
da leitura e do entendimento sobre o Evangelho.
A partir de então nasceu neles uma tal fome e
sede da justiça de Deus, e é por essa fome e sede que o Espírito Santo se fazia
presente em sua forma mais ativa no trabalho desses homens.
Ele lhe dava o poder da palavra, fortalecia os
seus corações, os apoiava na fraqueza, os conduzia na escuridão, dando-lhes
conforto e os seguindo ao longo do caminho até a ida dos seus espíritos para as
mãos do seu Criador, com grande glória.
E este é
o nosso desafio:
Temos de aprender a ter esta sede de Deus, para que possamos amá-lo com todo o
nosso coração, com toda a nossa vontade, para que sigamos os seus mandamentos,
para termos um coração contrito, e quando não nos for mesmo possível fazer o
que Ele quer de nós, sejamos capazes de verdadeiramente pedir perdão, para que
assim nos seja possível buscar maneiras de mudar pelo zelo, o nosso
comportamento.
Com o nosso amor a Ele, que possamos receber a
Sua graça para que venhamos a amar os outros.
Isto é o que é necessário para desenvolvermos
um estilo de vida cristã.
Que fazer quando não consigo acreditar?
O Novo Testamento
fala quase tanto da dúvida como da fé.
Os apóstolos não
estavam muito surpreendidos pela dificuldade em acreditar, pois sabiam que ela
estava predita pelos profetas.
Paulo e João citam
a palavra de Isaías: «Senhor, quem acreditou na nossa mensagem?» (João 12,38 e
Romanos 10,16).
João acrescenta:
«era o que Isaías tinha dito ainda: ‘Cegou-lhes os olhos e embotou-lhes o
espírito, a fim de não verem com os olhos e não entenderem com o espírito’»
(João 12, 39-40).
Os quatro
Evangelhos fazem todos referência a esta passagem de Isaías 6.
A fé não é
evidente.
O Evangelho de João
mostra a fé no pano de fundo do seu oposto.
Desde o início
Cristo é ignorado: «Veio ao que era seu e os seus não o receberam» (João
1,10-11). É verdade que a certa altura, muitos seguiram Jesus. Mas,
rapidamente, a maioria deixa de acreditar nele: «Muitos dos seus discípulos
retiraram-se e já não andavam com ele» (João 6,66).
Jesus não tenta
agarrá-los. Constata: «Por isso é que vos disse: ‘Ninguém pode vir a mim se não
lhe for concedido por meu Pai’» (João 6,65).
Cristo não procurou
suscitar a adesão através da persuasão, pois a fé tem uma profundidade que
ultrapassa a inteligência e as emoções.
Enraíza-se nessas profundidades onde «o abismo
chama outro abismo» (Salmo 42,8), onde o abismo da nossa condição humana toca
no abismo de Deus.
«Ninguém pode vir a
mim, se o Pai, que me enviou, não o atrair» (João 6,44). A fé nasce
inseparavelmente da atuação de Deus e da vontade humana.
Ninguém acredita se não quiser. Também ninguém
acredita sem que Deus o permita.
Se a fé é um dom de Deus e se
nem todos acreditam, será que Deus afasta alguns? Na passagem onde João cita
Isaías sobre a impossibilidade de crer, também transmite uma palavra de
esperança de Jesus: «E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim»
(João 12,32). Elevado sobre a cruz e elevado na glória de Deus, Cristo «atrai»
como o Pai «atrai». Como é que ele faz para atingir todos os seres humanos? É
impossível dizê-lo.
Mas por que não
havemos de confiar nele no que diz respeito àquilo que nos ultrapassa? Até a
última página, o Evangelho de João mostra a fragilidade da fé.
A dúvida de Tomé
tornou-se proverbial. Mas o que é decisivo é que, sem acreditar, permanece na
comunidade dos crentes – e evidentemente, estes não o expulsam! Tomé espera, o
Ressuscitado mostra-se a ele, e ele acredita. Depois Jesus diz:
«Bem-aventurados os que, sem terem visto, acreditam!» (João 20,29).
A fé não é um
feito. Vem inesperadamente, ninguém sabe como. É uma confiança que se espanta
com ela própria.
: Por que é preciso
acreditar para ser salvo?
«O Evangelho
é poder de Deus para salvação de todo o cristão» (Romanos 1,16).
A salvação é a
libertação do que desfigura, diminui, destrói a vida. E o poder de que Deus se
serve para salvar é «o Evangelho de seu Filho» (Romanos 1,9). Este Evangelho, Boa
Nova, revela Deus dando tudo: o seu perdão, a sua vida, a sua alegria.
É por isso que a
salvação não está reservada para os que preencheriam certos critérios. É para
os bons e para os maus, os sábios e os loucos. Deus salva «todos os que creem».
Será então a fé a
condição para receber este dom de Deus?
Se assim fosse, a
minha vida, a minha felicidade, a minha salvação dependeriam ao fim e ao cabo
de mim mesmo.
O que decidiria
tudo seria a minha aceitação ou a minha recusa. Esta ideia não corresponde ao
que a Bíblia entende ser a fé.
A fé
não é um meio de que nos servimos para obter qualquer coisa. É uma
realidade bem mais humilde, uma simples confiança, sempre cheia de espanto: sem
que eu tenha obedecido a nenhuma condição, Deus restabelece-me na sua amizade.
A fé é quase nada, mal se
discerne – pequena como um grão de mostarda, diz Jesus (Lucas 17,6). Ao mesmo
tempo, é «mais preciosa que o ouro» (1 Pedro 1,7), «santíssima» (Judas 20). Com
a esperança e a caridade, permanece para sempre (1 Coríntios 13,13). No séc.
VII, Máximo, o Confessor, identifica fé com reino de Deus: «A fé é o reino de
Deus sem forma visível, o reino é a fé que tomou forma segundo Deus.»
E acrescenta que a
fé realiza «a união imediata e perfeita do crente com Deus em quem crê».
A fé não é um
bilhete de entrada para o reino de Deus. Na própria fé, Deus está presente.
Quem acredita e confia no Evangelho já está unido a Deus.
Antes da vinda de
Cristo, a fé não era a atitude habitual para se ligar a Deus. Houve crentes
excepcionais, como Abraão, e no momento decisivo da travessia do Mar Vermelho,
«o povo acreditou no Senhor e em Moisés seu servidor» (Êxodo 14,31).
Mas, no dia a dia,
a fidelidade contava mais do que a fé. A comunidade da primeira aliança não era
formada pelos «crentes», mas pelos «humildes», «os justos», «os santos» (Salmo
34).
Foi com o Evangelho de Cristo que a fé, que até aí era uma exceção, se
torna normal, a ponto de se poder chamar os discípulos de Jesus simplesmente
«os crentes» (Atos 2,44).
Pois, desde que o Evangelho revela o dom de
Deus sem medida nem moderação, a salvação é oferecida gratuitamente.
Já não há condições
a preencher, basta crer. Ninguém é excluído do amor de Deus, segundo as
palavras do apóstolo Paulo: «Pusemos a nossa esperança em Deus vivo o Salvador
de todos os homens, sobretudo dos crentes» (1 Timóteo 4,10).
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