O que nos impede de confiar em Deus?
Você anda inquieto e preocupado demais com as necessidades
da vida? Pare e leia esta mensagem!
Jesus exigia confiança Nele. Há muitas passagens nos
Evangelhos onde Ele recrimina os Apóstolos e outras pessoas por não confiarem
Nele plenamente. Ele exigia isso para fazer os milagres. Diante daquela mulher
que tinha uma hemorragia contínua ele disse: “Tem confiança, minha filha, tua
fé te salvou. E a mulher ficou curada instantaneamente” (Mt 9, 22). Após
acalmar aquela tempestade no mar da Galileia, Ele perguntou aos discípulos:
“Por que este medo, gente de pouca fé?” (Mt 8,23). Em sua cidade, Nazaré, diz o
evangelista São Mateus que “por falta de confiança deles, operou ali poucos
milagres” (Mt 13,58).
É impressionante notar como Jesus curava os que Nele
depositavam confiança. Os dois ceguinhos de Jericó gritavam: “Jesus, Filho de
Davi, tem piedade de nós” (Mt 20,29) e Ele os curou. O mesmo Ele fez como filho
daquela obstinada mulher cananeia que implorou ao menos “as migalhas que caem
da mesa do senhor” (Mc 7,24). E assim foram muitos casos. Ele disse que: “Tudo
o que pedirdes na oração, crede que o tendes recebido, e ser-vos-á dado” (Mc
11,24).
Jesus manda-nos ter confiança absoluta em Deus: “Portanto,
eis que vos digo: não vos preocupeis por vossa vida, pelo que comereis, nem por
vosso corpo, pelo que vestireis. A vida não é mais do que o alimento e o corpo
não é mais que as vestes? Olhai as aves do céu: não semeiam nem ceifam, nem
recolhem nos celeiros e vosso Pai celeste as alimenta. Não valeis vós muito
mais que elas? Qual de vós, por mais que se esforce, pode acrescentar um só
côvado à duração de sua vida? E por que vos inquietais com as vestes?
Considerai como crescem os lírios do campo; não trabalham nem fiam. Entretanto,
eu vos digo que o próprio Salomão no auge de sua glória não se vestiu como um
deles. Se Deus veste assim a erva dos campos, que hoje cresce e amanhã será
lançada ao fogo, quanto mais a vós, homens de pouca fé? Não vos aflijais, nem
digais: Que comeremos? Que beberemos? Com que nos vestiremos? São os pagãos que
se preocupam com tudo isso. Ora, vosso Pai celeste sabe que necessitais de tudo
isso. Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas
coisas vos serão dadas em acréscimo. Não vos preocupeis, pois, com o dia de
amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o
seu cuidado (Mt 6,25-34).
Apesar de todas essas palavras contundentes de Jesus,
exigindo que não nos preocupemos e não nos inquietemos com as necessidades da
vida, quem de nós não se preocupa e não vive cheio de preocupações, perdendo o
sono e a saúde?
Por que isso nos acontece? Certamente porque nossa fé não é
suficientemente forte em Deus; o que faz com que não nos abandonemos em suas
mãos como a criança no colo da mãe. Falta-nos uma fé mais robusta, como faltou
aos Apóstolos que lhe pediram: “Senhor, aumenta a nossa fé!”. Precisamos,
então, fortalecer a nossa fé. Como? É um exercício diário, colocando-nos nas
mãos de Deus como filhos amados que somos, colocando em nossa mente e em nosso
coração o que Ele disse: Quando o filho pede pão, o pai não lhe dá uma pedra,
quando pede um ovo não lhe dá um escorpião (Lc 13,11s).
A fé precisa ser fortalecida para aprendermos a confiar em
Deus. São Paulo diz que “o justo vive pela fé” (Rm 1,17); e perguntou: “se Deus
é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8,31).
A fé precisa ser exercitada no dia-a-dia; em cada dificuldade,
em cada problema, em cada luta, colocando tudo nas mãos de Deus e fazendo a
nossa parte.
Santo Agostinho disse: “Entrega-te a Deus, não temas,
porque, se ele te coloca na luta, certamente não te deixará sozinho para que
caias”.
Santo Afonso de Ligório, doutor da Igreja, disse que: “Assim
como foi a nossa confiança, do mesmo modo serão as graças de Deus. Uma grande
confiança merece grandes coisas. Deus não quer atender-nos, se não estivermos
certos de ser atendidos”.
Fé é crer no que não vemos, e o prêmio da fé é ver o que
cremos. Deus vai agir em nossa vida na mesma proporção de nossa fé e de nossa
entrega em Suas mãos. A compreensão das realidades da fé nos são ocultas por
Deus para que tenhamos méritos em crer. Deus se alegra quando confiamos Nele
sem compreender o que está acontecendo.
Para conseguirmos nos entregar a Deus com fé precisamos
alimentar a nossa amizade com Ele pela oração de intimidade e pela pureza do
coração.
Santa Teresa disse que: “Quando o homem caminha revestido de
fé, o mal não o atinge porque, com a fé, muito mais do que com todas as outras
virtudes, está bem protegido contra o demônio, que é o mais forte e astuto
inimigo. Sei, por experiência, que se alguém, desde o começo, toma a resolução
de fazer alguma coisa por Deus, por difícil que seja, nada tem a temer”. “Ah!
meu Senhor! Todo mal nos vem de não termos os olhos fixos em Vós.”
Prof. Felipe Aquino
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