25ª Semana do Tempo Comum -
1ª Semana do Saltério
São Lucas 8,19-21
Naquele tempo, a
mãe e os irmãos de Jesus aproximaram-se, mas não podiam chegar perto
dele, por causa da multidão. Então anunciaram a Jesus: “Tua mãe e teus
irmãos estão aí fora e querem te ver”. Jesus respondeu: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática”.
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Existem
muitas pessoas que querem demonstrar-se religiosas, mostrar a todos que
participam da vida da Igreja e têm amizade com o clero e até usam dos
cargos e funções sociais para conseguir isso. Porém, essas pessoas
querem apenas se promover, não querem nenhum compromisso com o Evangelho
e com o Reino de Deus.
A atitude de Jesus nos mostra quem é importante
para ele: aquele que ouve a Palavra de Deus e a coloca em prática,
aquele que é capaz de amar, perdoar, partilhar, acolher, socorrer,
consolar, compreender, ensinar, comprometer-se, doar-se, reunir,
celebrar, orar, ser feliz com os que são felizes, chorar com os que
choram, são empáticos, solidários, vivem o amor de Deus.
A
vivência sincera da Palavra de Deus estabelece entre o discípulo do
Reino e Jesus uma profunda comunhão. Mas também, entre os mesmos
discípulos, a Palavra produz frutos de fraternidade e solidariedade. Em
ambos os casos, os laços interpessoais podem mostrar-se mais fortes que
os provenientes das relações familiares.
Disto resulta a nova família do
Reino em que a paternidade provém de Deus, e a convivência entre os
membros pauta-se pelo amor e pela igualdade, para além de raça, de
condição social e de diferença de gênero. Ser judeu ou pagão, escravo ou
livre, homem ou mulher são distinções irrelevantes para a família do
Reino.
A possibilidade de viver a comunhão desponta no horizonte,
deixando de lado tudo o que possa ser motivo de divisão. Desta forma, no
contexto do Reino, relativiza-se a família natural de Jesus.
O fato de
ser sua mãe ou seus irmãos tinha pouca relevância. Esta familiaridade
não lhes dava precedência na relação com o Mestre. Seria inútil exigir
este direito, já que o haviam perdido. Tanto a mãe quanto os seus
parentes deveriam fazer o caminho de sua relação com Jesus passar pela
submissão à Palavra de Deus.
Doravante, serão seus familiares os que,
como ele, ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática.
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